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terça-feira, 27 de maio de 2014

A DIMENSÃO ESPIRITUAL E A SAÚDE DA ALMA


                    
 Nubor Orlando Facure
  
      As organizações médicas de hoje definem a Saúde como um bem estar físico, psíquico e social – e alguns grupos médicos passaram a incluir o elemento espiritual nessa definição.
      Uma das situações mais graves por que passa a humanidade nos dias de hoje é a doença social nos seus múltiplos aspectos. A fome, a violência, a intolerância religiosa, o preconceito social com seus inúmeros matizes e toda sorte de mazelas que, freqüentemente, nos colocam uns contra os outros. Se lançássemos mão dos recursos tecnológicos que já dispomos, não teríamos porque conviver com a fome e com inúmeras doenças que já sabemos como nos prevenir e tratar. Ainda não sabemos ser solidários uns com os outros para distribuirmos os recursos necessários para o bem estar de todas as nações e ainda não aprendemos a reconhecer que o Homem é a causa do seu próprio sofrimento.
      Quase sempre procuramos encontrar do lado de fora a origem das nossas doenças, sem olhar por dentro e perceber que foram as nossas próprias escolhas que traçaram o rumo que a vida parece nos levar. São poucos os que se empenham em abandonar os pequenos vícios, em ajustar os comportamentos afetivos evitando magoar os familiares mais próximos, e quando mal percebemos estamos às voltas com a úlcera, a hipertensão, a diabete ou as dores reumáticas.
      É urgente reconhecermos que todas as doenças, no fundo pertencem à Alma, são produtos da nossa mente antes de se expressarem no corpo físico que as reflete.
      Por outro lado, as doenças não podem ser vistas como castigo ou punição. Precisamos descobrir em todas elas uma oportunidade de recomposição das nossas energias espirituais e reconstrução do perispírito que nossa irresponsabilidade permitiu ultrajar.
      Todos nós nos posicionamos ansiosos para curar qualquer mal estar que nos afeta. Lamentamos e fazemos mil promessas de renovação diante de uma ou outra doença mais grave. Nos esquecemos, porém, que mais importante que a cura é a iluminação do espírito, seu crescimento diante da dor, avançar espiritualmente é tão importante como sarar as moléstias do corpo. As dificuldades com as doenças são provas que nos aprimoram ensinando-nos a superar obstáculos. O aprendizado diante das doenças é extraordinário quando sabemos identificar suas lições.
       Não propomos qualquer atitude de estoicismo para suportar resiguinadamente as dores que nos afetam. O sofrimento oferece a oportunidade de superação e de autoconhecimento, é essa a lição que está subentendida nas dificuldades que as doenças nos faz percorrer.

       A dimensão espiritual

      A Espiritualidade pode ser percebida pelo ser humano dentro de dois contextos:
1 - Uma manifestação subjetiva que o faz crer em sua transcendência
2 - Uma dimensão objetiva situada além dos limites que seus sentidos sugerem.
      Uma avaliação científica destes dois domínios ainda esbarra nos preconceitos religiosos e nas ilusões de teorias pseudocientíficas.
      Admitindo um paradigma espiritualista, devemos considerar que o ser humano é uma entidade espiritual, sua Alma é imortal e atua e dirigindo toda fisiologia do corpo físico. Esta atuação se exerce através de um corpo intermediário, denominado de corpo espiritual ou períspirito, o qual, estabelece sintonia vibratória com o corpo físico.
      A Alma é livre para transitar pelas dimensões do mundo espiritual mantendo uma ligação mais ou menos parcial com o corpo físico e a morte significa a rotura definitiva desta ligação.
      A Alma desencarnada passa a conviver no mundo espiritual com outros Espíritos que a precederam no desencarne. Por sua vez, os Espíritos desencarnados participam e atuam constantemente em nossas vidas conhecendo e interferindo intimamente em nossos pensamentos e decisões.
            A partir destas afirmações, que consideramos fundamentais, podemos enumerar diversos campos de pesquisa que usando metodologia científica podemos investigar:

      1 - A psicometria da espiritualidade
      2 - As doenças espirituais
      3 - As crises psíquicas
      4 - Os desdobramentos patológicos
      5 - A noção de uma presença

A Espiritualidade

       A dimensão espiritual que está implícita na natureza humana é aceita por uns, mas, não por outros. Aquilo que permite alguém ter acesso a esta dimensão poderá não ter nenhum significado para aquele que não admite a sua existência. Cada indivíduo pode ser caracterizado, por sua religiosidade, suas crenças particulares e práticas relativas a sua religião, sem, no entanto, manterem um vínculo elevado com  a espiritualidade.
      A vivência espiritual comumente é uma experiência subjetiva, individual, particular, que algumas vezes pode ser compartilhada com os outros. Algumas pessoas experienciam sua espiritualidade como um assunto altamente pessoal e privado, focalizando elementos intangíveis que os suprem de vitalidade e grande significado em suas vidas. Espiritualidade não envolve religião necessariamente.
      Cada pessoa define sua espiritualidade particularmente. Ela deve ser vista  como um atributo do indivíduo dentro de um conceito complexo e multidimensional. Possivelmente tem alguma coisa a ver com caráter, com personalidade e com cultura.
      Para uns, a espiritualidade se manifesta ou é vivenciada em um momento de ganhos materiais prazerosos tão simples como, pisar na relva descalço ou caminhar pela noite  solitário, para outros, será um momento de contemplação, de meditação, uma reflexão profunda sobre o sentido da vida, uma sensação de íntima conecção com o que pensa amar ou um contacto psíquico com seres espirituais.

Psicometria da Espiritualidade

       Podemos perceber que a  espiritualidade se manifesta em três domínios pelos quais poderemos sistematizar sua avaliação com critérios científicos: os domínios da “prática”, das “crenças” e o da  própria “experiência espiritual”.
 Na “prática”, quando se exercita a contemplação, a meditação, a prece ou uma atividade de culto religioso. Esta participação prática pode ser individual ou em grupo. Pode ser expontânea e informal como a que cada um pode  realizar na intimidade do seu lar ou pode seguir os rituais ou a liturgia das casas de oração que as diversas igrejas construíram para o encontro com seus fiéis.
 O domínio das “crenças” espirituais varia com a cultura dos povos e inclui a crença na existência de Deus, da Alma, da vida após a morte e da realidade da dimensão espiritual  para além do nosso conhecimento sensorial e intelectual. Está ligada à fé de cada um e nenhum outro pode aquilatar a sua extensão.
      Por fim, no domínio da “experiência espiritual” há uma série enorme de situações que parecem sugerir “contacto direto” com a espiritualidade. Incluem-se aqui, por exemplo, aquelas vivências rotineiras, representadas pelo encontro íntimo e pessoal que cada um faz com o transcendente e o sagrado. É o diálogo interior que cada um faz com o seu Deus ou com quem o representa.  Outras “experiências” incluem aqueles quadros freqüentemente mais dramáticos, quase sempre súbitos, acompanhados de forte transformação pessoal que se seguem a um acontecimento psíquico marcante na vida. São casos de envolvimento dramático com acidentes ou situações de alto risco como uma cirurgia cardíaca nas quais o paciente sentiu a ameaça de morte eminente. De maior expressividade ainda, incluem-se , entre outros, os relatos de “experiências de quase morte” (near death experience)  e as “projeções fora do corpo físico” (out of body experience) nas quais, o indivíduo transita com sua consciência por outras dimensões, vivenciando a plenitude da vida espiritual .

A Mediunidade
  
Podemos afirmar que, em termos de “experiência espiritual”, nada supera a mediunidade. Entre nós, parece que a espiritualidade convive dentro de casa dirigindo cada passo de nossas vidas. Pelos nossos médiuns, os recados do outro lado tem sido tão freqüente, que as portas da morte não isolam mais nosso contacto com os que mais amamos. Estamos diante de um “campo de experimentação” extraordinário onde é corriqueira a comprovação da intercomunicação entre nós e o “outro lado da vida”.
  
Doenças Espirituais

Assim como a saúde tem a ver com espiritualidade, a doença também tem ligação estreita com ela. Pode-se dizer, na verdade, que toda doença tem uma razão ou uma motivação espiritual. Dentro de um critério que leva em conta a fisiopatogenia das doenças, estamos propondo os seguintes grupos de doença que se expressam como decorrentes de processos espirituais:
            1 – Doenças espirituais auto-induzidas
                        a - Desequilíbrio vibratório
                        b - Auto-obsessão
            2 -  Doença espirituais compartilhadas
                        a -  Vampirismo
                        b -  Obsessão
As doenças espirituais auto-induzidas são decorrentes de dois mecanismos fisiopatogênicos: A perturbação na sintonia entre o corpo físico e o corpo espiritual, produzindo sintomas decorrentes deste desequilíbrio vibratório e, a criação de idéias-formas, elaboradas pelo psiquismo doentio, que perturbam o indivíduo às custas do domínio que estas idéias fixas provocam.
Nas doenças compartilhadas ocorre a parceria ou a interferência de outra entidade espiritual. No vampirismo, esta outra entidade espiritual usufrui junto de sua vítima, dos prazeres que atitudes viciadas facilitam, como no uso de drogas, do fumo, do álcool, dos excessos alimentares e dos abusos sexuais.
Na obsessão ocorre uma interferência ou um domínio de uma entidade espiritual sobre suas vítimas, devedores ou comparsas.
  
Crises psíquicas
  
Em função de alterações, principalmente nas regiões temporais do cérebro, certos pacientes podem manifestar as chamadas crises psíquica, nas quais eles descrevem vivências subjetivas que tem estreitas ligações com o conteúdo das descrições que os místicos fazem da espiritualidade. Assim é que eles descrevem crises nas quais estão alterados para eles, o tempo, os objetos, a realidade, o pensamento e as sensações. Estas descrições são com freqüência superponíveis ao que informam os místicos quando falam sobre sus percepções sobre  o tempo, a essência dos objetos e a noção de realidade quando transitam pelas dimensões espirituais.

Desdobramentos patológicos
  
A narcolepsia é uma condição patológica do sono conhecida há mais de um século pelos neurologistas. Estes pacientes fazem relatos de situações vividas durante o surto de sonolência com descrições ricas dos ambientes que transitam durante estas perturbações. A neurologia clássica costuma rotular estes estados de “alucinações hipnagógicas” sem se deter em examinar mais cuidadosamente a possível “realidade” dos episódios vivenciados durante o sono destes pacientes. Na nossa avaliação eles têm muito a nos ensinar sobre as dimensões que compões a espiritualidade que nos envolve.
  
A noção de uma presença
  
Pode-se dizer que é uma constatação corriqueira a possibilidade de se perceber uma outra “presença” perto de nós. Esta sensação é freqüentemente vaga, de curta duração e na maioria das vezes não se deixa confirmar.
Situações acidentais ou de doenças tem revelado esta sensações de outra presença com mais intensidade. Assim é que pessoas que se perderam no deserto, em alto mar ou em florestas, tem relatado que num determinado momento se viram como que ajudados por “uma presença” que lhes indicava o melhor caminho a seguir. Na epilepsia, em portadores de foco nos lobos temporais, também é freqüente o relato de uma presença que se aproxima, às vezes com a idéia de dar uma proteção, momentos antes de ocorrer a perda da consciência que configura a crise epiléptica.
Creio eu, que a Medicina materialista dos dias de hoje, precisa abrir-se em busca das causas profundas do nosso sofrimento. Nenhum dos recursos da tecnologia será avançado o suficiente para nos esclarecer, onde está a justiça que distribui tanta dor para uns e poupa outros. A existência da Alma, sua imortalidade e os fundamentos da reencarnação precisam fazer parte, doravante, dos textos que preparam os médicos para o futuro.

Fonte;
INSTITUTO DO CEREBRO PROF. DR. NUBOR O. FACURE
http://nuborfacure.blogspot.com.br/


Leitura Recomendada;

A  AURA E OS CHACRAS NO ESPIRITISMO                                              (NOVO)
AS PAIXÕES: UMA BREVE ANÁLISE FILOSÓFICA E ESPÍRITA [1]          (NOVO)
COMO ENTENDER A ORTODOXIA - PARTE II                                           (NOVO)
COMO ENTENDER A ORTODOXIA - PARTE I                                            (NOVO)
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SOBRE A EDUCAÇÃO1                                                                                (NOVO)
ESCOLA FUNDADA NO MONT-JURA                                                         (NOVO)
DA INVEJA                                                                                                     (NOVO)  
HUMILDADE - Termos traduzidos do francês                                                (NOVO)  
AS PIRÂMIDES DO EGITO E O MUNDO ESPIRITUAL                                (NOVO)  
LITERATURA MEDIÚNICA                                                                            (NOVO)
A DEGENERAÇÃO DO ESPIRITISMO                                        
CARTA DE ALLAN KARDEC AO PRÍNCIPE G.
A CIÊNCIA EM KARDEC
O QUE PENSA O ESPIRITISMO
ESPIRITISMO E FILOSOFIA
O PROBLEMA DO DESTINO
PIONEIRISMO E OPOSIÇÃO DA IGREJA
ESPIRITISMO Ou será científico ou não subsistirá
ESTUDO SEQUENCIAL OU SISTEMATIZADO?
CEM ANOS DE EVANGELIZAÇÃO ESPÍRITA
O ESPIRITISMO E A FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA
PRIMEIRO LIVRO DE ALLAN KARDEC TRADUZIDO PARA O BRASIL
O SEGREDO DE ALLAN KARDEC
A DIMENSÃO ESPIRITUAL E A SAÚDE DA ALMA
O ASPECTO FILOSÓFICO DA DOUTRINA ESPÍRITA
O SILÊNCIO DO SERVIDOR
TALISMÃS, FITINHAS DO “SENHOR DO BONFIM” E OUTROS AMULETOS NUM CONCISO COMENTÁRIO ESPÍRITA
“CURANDEIROS ENDEUSADOS”, CIRURGIÕES DO ALÉM – SOB OS NARCÓTICOS INSENSATOS DO COMÉRCIO
DILÚVIO DE LIVROS “ESPÍRITAS” DELIRANTES
TRATAR OU NÃO TRATAR: EIS A QUESTÃO
ATRAÇÃO SEXUAL, MAGNETISMO, HOMOSSESUALIDADE E PRECONCEITO
RECORDANDO A VIAGEM ESPÍRITA DE ALLAN KARDEC, EM 1862
OS FRUTOS DO ESPIRITISMO
FALTA DE MERECIMENTO OU DE ESTUDO?
FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO
EURÍPIDES E HÉCUBA
O HOMEM DA MÁSCARA DE FERRO
FONTE DE PERFEIÇÃO
MESMERISMO E ESPIRITISMO
VIVÊNCIAS EVOLUTIVAS DE ALLAN KARDEC
AS MESAS GIRANTES
RESGUARDEMOS KARDEC
REFLEXÃO SOBRE O LIVRE-ARBÍTRIO
AUTO DE FÉ DE BARCELONA
ACERCA DA AURA HUMANA
COMO PODEMOS INTERPRETAR A FRASE DE JESUS: "A tua fé te curou"?
http://espiritaespiritismoberg.blogspot.com.br/2012/12/como-podemos-interpretar-frase-de-jesus.html

segunda-feira, 26 de maio de 2014

DESOBSESSÃO

Editorial
Jornal O Clarim Maio 2014

Para isentá-lo da obsessão, é preciso fortificar a alma, pelo que necessário se torna que o obsidiado trabalhe pela sua própria melhoria, o que as mais das vezes basta para o livrar do obsessor, sem recorrer a terceiros.
O auxílio destes se faz indispensável, quando a obsessão degenera em subjugação e em possessão, porque aí não raro o paciente perde a vontade e o livre-arbítrio. (Ev. XXVIII 81)(1)

Nos casos de obsessão grave, o obsidiado se acha como que envolvido e impregnado de um fluido pernicioso, que neutraliza a ação dos fluidos salutares. É desse fluido que importa desembaraçá-lo. Mas não basta; necessário, sobretudo, é que se atue sobre o ser inteligente, ao qual se possa falar com autoridade, que só existe onde há superioridade moral. (Ev. XXVIII 81)(1)

Para garantir-se a libertação, cumpre induzir o Espírito perverso a renunciar aos seus maus desígnios; fazer que nele despontem o arrependimento e o desejo do bem, por meio de instruções habilmente administradas, objetivando a sua educação moral.
Pode-se então lograr a dupla satisfação de libertar um encarnado e de converter um Espírito imperfeito. (Ev. XXVIII 81)(1)

A tarefa se apresenta mais fácil quando o obsidiado, compreendendo a sua situação, presta o concurso da sua vontade e da sua prece.
Em todos os casos de obsessão, a prece é o mais poderoso auxiliar de quem haja de atuar sobre o Espírito obsessor. (Ev. XXVIII 81)(1)

Os meios de se combater a obsessão variam, de acordo com o caráter que ela reveste.
O médium que está a haver-se com um Espírito mentiroso tem que provar ao Espírito que não está sendo iludido e cansar-lhe a paciência, demonstrando paciência para com ele.
Desde que se convença de que está a perder tempo, retirar-se-á, como fazem os importunos a quem não se dá ouvidos.

Isto, porém, nem sempre basta e pode levar muito tempo, porquanto Espíritos há tenazes, para os quais meses e anos nada são.
Além disso, portanto, deve o médium dirigir um apelo fervoroso ao seu anjo bom, assim como aos bons Espíritos que lhe são simpáticos, pedindo-lhes que o assistam.
Quanto ao Espírito obsessor, por mau que seja, deve tratá-lo com severidade, mas com benevolência e vencê-lo pelos bons processos, orando por ele.
Se for realmente perverso, a princípio zombará desses meios; porém, moralizado com perseverança, acabará por emendar-se.

É uma conversão a empreender, tarefa muitas vezes penosa, ingrata, mesmo desagradável, mas cujo mérito está na dificuldade que ofereça e que, se bem desempenhada, dá sempre a satisfação de se ter cumprido um dever de caridade e, quase sempre, a de ter-se reconduzido ao bom caminho uma alma perdida. (L.M. 249)(2)
Trata-se de lutar contra um adversário. Ora, quando dois homens lutam corpo a corpo, é o de músculos mais fortes que vencerá o outro. Com um Espírito não se luta corpo a corpo, mas de Espírito a Espírito; e ainda o mais forte será o vencedor. Aqui a força está na autoridade que se pode exercer sobre o Espírito e tal autoridade está subordinada à superioridade moral. (R.E., “Estudos sobre os possessos de Morzine”, dezembro de 1862)(3)

O tratamento consiste numa tríplice ação: a) a ação fluídica, que liberta o perispírito do doente da pressão do Espírito malévolo; b) o ascendente exercido sobre este último pela autoridade que sobre ele dá a autoridade moral; c) a influência moralizadora dos conselhos que se lhes dá. (R.E., “Novos detalhes sobre os possessos de Morzine”, agosto de 1864)(3)
Para agir eficazmente sobre um obsessor, é preciso que os que o moralizam e o combatem pelos fluidos valham mais que ele. O poder dos fluidos está em relação direta com o adiantamento moral daquele que o emite.

1. KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo.
2. _________. O Livro dos Médiuns.

quinta-feira, 21 de março de 2013

CAUSA E NATUREZA DA CLARIVIDÊNCIA SONAMBÚLICA (OBRAS PÓSTUMAS)


Se procedermos por analogia, diremos que o fluido magnético, disseminado por toda a Natureza e cujos focos principais parece que são os corpos animados, é o veículo da clarividência sonambúlica, como o fluido luminoso é o veículo das imagens que a nossa faculdade visual percebe. 

Ora, assim como o fluido luminoso torna transparentes corpos que ele atravessa livremente, o fluido magnético, penetrando todos os corpos sem exceção, torna inexistentes os corpos opacos para os sonâmbulos. Tal a explicação mais simples e mais material da lucidez, falando do nosso ponto de vista. Temo-la como certa, porquanto o fluido magnético incontestavelmente desempenha importante papel nesse fenômeno; ela, entretanto, não poderia elucidar todos os fatos.

Há outra que os abrange todos; mas, para expô-la, fazem-se indispensáveis algumas explicações preliminares.

Na visão a distância, o sonâmbulo não distingue um objeto ao longe, como o faríamos nós com o auxílio de uma luneta.  Não é que o objeto, por uma ilusão de ótica, se aproxime dele, ELE É QUE SE APROXIMA DO OBJETO. O sonâmbulo vê o objeto exatamente como se este se achasse a seu lado; vê-se a si mesmo no lugar que ele observa; numa palavra: transporta-se para esse lugar. Seu corpo, no momento, parece extinto, a palavra lhe sai mais surda, o som da sua voz apresenta qualquer coisa de singular; a vida animal também parece que se lhe extingue; a vida espiritual está toda no lugar aonde o transporta o seu próprio pensamento: somente a matéria permanece onde estava. Há pois uma certa porção do ser que se lhe separa do corpo e se transporta instantaneamente através do espaço, conduzida pelo pensamento e pela vontade. Evidentemente, é imaterial essa porção; a não ser assim, produziria alguns dos efeitos que a matéria produz. É a essa parcela de nós mesmos que chamamos: a alma.

É a alma que confere ao sonâmbulo as maravilhosas faculdades de que ele goza. A alma é quem, dadas certas circunstâncias, se manifesta, isolando-se em parte e temporariamente do seu invólucro corpóreo.
Para quem quer que haja observado com atenção os fenômenos do sonambulismo em toda a sua pureza, é patente a existência da alma, tornando-se-lhe uma insensatez demonstrada até à evidência a ideia de que tudo em nós acaba com a vida animal. Pode-se, pois, dizer com alguma razão que o magnetismo e o materialismo são incompatíveis.

Se alguns magnetizadores se afastam desta regra e professam as doutrinas materialistas, é sem dúvida que se hão cingido a um estudo muito superficial dos fenômenos físicos do Magnetismo e não procuram seriamente a solução do problema da visão a distância. Como quer que seja, nunca vimos um único  sonâmbulo  que não se mostrasse penetrado de profundo sentimento religioso,  fossem quais fossem suas opiniões no estado vígil.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

CONSIDERAÇÕES DO BARÃO DU POTET



"O homem que admite apenas o que seus olhos vêem tem uma visão bem curta. Aquele que não reconhece a visão do espírito se parece a um homem que, vendo um livro fechado, não o abre, não faz nenhum esforço em saber o que ele diz, nem em adivinhar seu conteúdo, mas afirma com segurança: não há nada escrito.”
“Tudo é pesado, regulado na marcha dos astros e em tudo na natureza. Onde nós acreditamos ver a confusão, existe a ordem; onde percebemos o acaso, há algo regulado e que deve aparecer.
Nossa razão é tão frágil, tão limitada que ela apreende apenas as aparências e acredita, entretanto, apreender a verdade. Nós julgamos a partir de nossos sentidos, sentidos mais ou menos obtusos os quais, mesmo quando são desenvolvidos e perfeitos, nos enganam ainda.”
“Os novos fenômenos nos mostram que nossa alma pode perceber sem os órgãos dos sentidos e que, mergulhados no mais profundo sono, podemos tomar conhecimento de lugares distantes de nós, ver o que aí se passa e indicá-lo claramente. A alma humana verá em seu corpo, seu domicílio, os movimentos próprios a uma máquina, descreverá suas engrenagens e, melhor que um Esculápio, verá o que é preciso fazer para reparar as desordens!”
“Fatos aquém da compreensão humana são anunciados; eles vêm confundir nossa razão e os filósofos se calam. Os videntes podem ver os mortos há dezenas de anos, quando aqueles lhes eram desconhecidos, descrever seus modos, seus hábitos, as doenças que lhes causaram a morte.
Estes fenômenos, perfeitamente constatados, não encontram entre os eruditos um homem que procure explicá-los, um homem que deseje vê-los e produzí-los! Eles escondem de nosso olhos a ação da Providência.”
“A ciência verdadeira logo estará em todas as famílias, não iremos mais às escolas de medicina procurar as idéias sistemáticas de nossos ilustres professores sobre a doença e a saúde, sobre a arte de curá-las, enfim. Não, daremos, ao contrário, lições práticas da nova arte aos professores antigos e lhes mostraremos como curar as doenças sem remédios.”
“A verdade tem este privilégio: destruir o erro. Ela é como o sol que vence as sombras e faz cessar a noite. O vapor, a eletricidade, o magnetismo humano, eis os campeões revolucionários do nosso tempo, a base física e moral na nova sociedade, a força material, a força moral, o agente da vida como o princípio de medicina, o que revela a alma como a lei religiosa.
Alguém poderá rir destas afirmações, da fé que temos. Não importa. Os homens que predisseram os maiores acontecimentos não foram acreditados por ninguém, mas foram justificados pelos fatos.
Quem não teria tratado por louco o homem que tivesse anunciado, há um século, as transformações surgidas nas artes industriais e nas ciências físicas pela aplicação das forças mortas descobertas.
O Magnetismo, força viva, não só é real, mas superior em virtude a todos estes agentes; ele logo será conhecido por todos, mas restará converter os sábios. Eles serão os últimos a entrar na via do progresso.”
“Eu não posso ver se aproximar de mim um ser humano sem considerá-lo atentamente. Experimento o que ele deve experimentar em si mesmo, um tremor misterioso, pois não é nem calor nem frio que eu sinto, é um efeito diferente.
Procuro curiosamente o que se esconde na carne e o que causa esta sensação nova. Quando eu magnetizo alguém em minhas experiências públicas, meu entendimento, meu olhar intelectual procuram penetrar profundamente através da couraça do magnetizado para ir buscar sem dúvida um dos habitantes deste lugar e provocá-lo para um tipo de combate. É preciso, feliz ou infelizmente, que ele venha, que ele apareça na brecha feita, que eu o veja, ou antes, que eu lhe sinta, que o examine mentalmente. Se ele é frágil, meu interrogatório é doce e tranquilo; se ele é forte, sou imperioso e veemente e é sem linguagem falada que estes fatos acontecem ou antes, é a língua dos espíritos, linguagem que existia quando da criação dos seres e que a substituímos depois pelos sons ruidosos produzidos por um grande número de órgãos, sons a cada um dos quais nós demos um valor de convenção.
Mais de uma vez esta linguagem muda me tornou adivinho, feiticeiro, mágico, tudo que você quiser. Os magnetizadores tentaram dar uma explicação dizendo: comunicação de pensamentos.”

*Comentários extraídos do Jornal do Magnetismo, 1857

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

OS FENÔMENOS ANÍMICOS E O ESPIRITISMO



Há mais de 10 anos conheço uma jovem que, vez ou outra, passa por certas dificuldades, as quais acontecem com ela desde criança. São crises de ausência, transe prolongado, força física exacerbada, saídas conscientes do corpo, percepções extrasensoriais, etc., sendo tudo isto reputado a um prolongado e difícil problema obsessivo. Tratamentos desobsessivos foram tentados ao longo do tempo com poucos resultados positivos.
Não faz muito tempo, ao ler Magnetismo Espiritual de Michaellus, a “ficha foi caindo” a cada capítulo. Descobri que esta irmã é sonâmbula.
Ficou claro para mim, naquele momento, o porquê do desdobramento consciente, da insensibilidade física, da dupla vista. Aquilo que sempre foi tido à conta de obsessão, nada mais é do que sonambulismo natural que, mal orientado, tem provocado distúrbios diversos na vida dela e dos que lhe rodeiam. Como foi possível ninguém ter percebido esta ligação?
Inclusive eu, nunca tinha pensado nesta possibilidade até a leitura do livro, o que me causa uma certa vergonha.
Afinal de contas, Kardec deixou um capítulo inteiro (e extenso) escrito em O Livro dos Espíritos sobre os fenômenos anímicos intitulado “Emancipação da Alma”.
Nas demais obras da Codificação existem muitas referências ao assunto, tanto quanto na Revista Espírita nos seus diversos volumes.
E eu que já li e reli O Livro dos Espíritos inúmeras vezes!
Será que estamos sabendo estudar Kardec? De outra forma: será que estamos dando o devido valor às obras do codificador? Quantos espíritas será que existem que fazem confusão entre os fenômenos anímicos e os fenômenos mediúnicos e que todo tipo de dificuldade enfrentada, remete à influência dos Espíritos? Conhecer então a importância do sonambulismo para o Espiritismo... nem pensar. Para ilustrar, transcrevo abaixo o e-mail que uma amiga espírita me enviou.

Trabalho em um Centro Espírita onde estudamos a polaridade como uma técnica de passe (se é que assim posso dizer). Estudamos um livro de Richard Gordon "A cura pelas mãos". Daí comecei a sentir dores pelo corpo no momento de aplicação.
Curiosamente eu senti uma dor na perna esquerda em um paciente e, quando ele voltou, oito dias depois, mancava e sentia dor na mesma perna (lá nós não comentamos nada com os pacientes, às vezes sutilmente percebemos ou o mesmo fala); depois comecei a ver manchas escuras que passeiam pelo corpo; certa feita vi minha mão entrar no corpo e voltar com algo redondo e escuro e tinha a sensação que segurava algo. Quando toco nos pacientes, às vezes é como se suas células conversassem comigo e me dissessem de “algo” fisico ou psíquico. Recentemente, vejo por dentro do corpo humano como um ultrassom de última geração em 3D e colorido. Não são em todos os pacientes, varia muito. Vejo médicos, cirurgias e, por vezes, com auxílio de irmãos espirituais alivio dores. Em outros momentos aumento estas dores. Até agora fiquei quieta, achei que o telefone só toca de lá prá cá. Mas, como vem aumentando os detalhes, acho que devo aprender e auxiliar os “amigos”. Só não sei como, às vezes fico na dúvida do que sinto e vejo e nada falo aos amigos médiuns que me cercam. Antes que você pense, não tenho formação na área de saúde. Depois disso tudo, leio e, quando vejo os orgãos, recorro aos mapas de anatomia e fico pasma, são iguais. O que devo fazer? Você pode me ajudar? As pessoas que converso aqui me dizem que estou em desenvolvimento mediúnico, faz oito anos, que tudo isso acontece. Já esperei demais sem me aprofundar, sei que os amigos espirituais precisam de instrumentos afinados. Agradeço mais uma vez.
Muita paz.

Dá para imaginar o drama desta irmã, possuindo inúmeras faculdades valiosas que podem e devem ser utilizadas para beneficiar o próximo, porém, sem conhecimentos adequados por parte dela e das pessoas com as quais convive nas atividades do Centro Espírita.
Aquilo que se tem entendido como mediunidade, pode-se ver que é fenômeno anímico, ou seja, faculdades da própria alma encarnada, como por exemplo, percepções e sensações com relação às desarmonias do paciente, visão interna dos órgãos físicos, dupla vista. Ao que parece, existe uma capacidade mediúnica, porém complementada por uma bela faculdade anímica. São, portanto, recursos medianímicos que necessitam de estudo por parte da sua portadora e de todos os envolvidos, a fim de se encontrar formas adequadas de aproveitá-los para o benefício do próximo.
Muitas Casas Espíritas não contemplam estes assuntos em seus estudos doutrinários. Além do mais, as pessoas não podem comentar o que sentem e, quando comentam, recebem respostas ou explicações evasivas e superficiais. Os pacientes também não podem relatar o que sentem a fim de se fazer um acompanhamento eficiente das suas problemáticas. E quanto se aprenderia com estes relatos! Sendo assim, é preciso adequar as estruturas de trabalho pois, do contrário, pode-se simplesmente desperdiçar estas oportunidades por não se saber lidar com elas ou por força de uma estrutura que não condiz com os instrumentos humanos e psíquicos disponíveis.
Inúmeras “Casas” não oferecem condições nos seus trabalhos de cura para que se possa acompanhar a situação do paciente ao longo do tratamento, nem estabelecem trocas de experiência entre os trabalhadores, onde facilmente se detectaria as ansiedades e angústias de pessoas como a autora do e-mail acima.
Não é à toa que o magnetismo e o sonambulismo são tão desconhecidos por nós espíritas, o que realça a nossa ignorância. Logicamente, não estou generalizando pois há inúmeros companheiros que se dedicam ao aprendizado teórico e prático destes fenômenos que formam a base do Espiritismo. É do conhecimento de todos, acredito, que toda mediunidade tem seu pilar de sustentação nos fenômenos de emancipação da alma.
Evolutivamente, a faculdade mediúnica surgiu a partir do momento em que o espírito encarnado desenvolveu a capacidade de dissociar-se do corpo físico iniciando, cada vez de forma mais direta, os contatos com os seres de outras dimensões que, aos poucos, procederam ao processo de transmissão mental através do indivíduo em transe, vindo, com o tempo, a surgirem as mais variadas nuances mediúnicas tão bem estudadas por Allan Kardec e que compõem as suas obras.
Os fenômenos anímicos se revestem da maior importância para a ciência magnética no ponto em que esta engloba desde a telepatia e a visão à distância, passando pela dupla vista, catalepsia e letargia até chegar ao êxtase, dentre outros. Todas estas variações da emancipação da alma já eram conhecidas dos magnetizadores antigos, inclusive de Kardec, mesmo antes do surgimento da Doutrina Espírita.
Através do sonambulismo, por exemplo, os magnetizadores detectaram a existência do Espírito como princípio imortal no ser humano.
O sonâmbulo, que a maioria das pessoas só conhece como sendo alguém que acorda no meio da noite e caminha pela casa (sonambulismo natural), era utilizado largamente pelos magnetizadores durante os tratamentos, quando a faculdade se manifestava espontaneamente no paciente, como meio de diagnóstico e orientação quanto ao método de cura. Estes indivíduos que conseguiam realizar as maiores proezas psíquicas como enxergar o interior do seu corpo físico e detectar as doenças, ver através das paredes ou de qualquer corpo opaco, ler com os olhos vendados, captar pensamentos, ver à distância, tornar-se insensíveis à dor, etc., provavam, através destas faculdades, que existe algo no ser humano que não pode ser físico pois que transcende a todas as possibilidades de realização dos sentidos físicos.
E saber que Kardec estudou tudo isto e colocou na Codificação Espírita. Pena que nos grupos de estudo, nas palestras, seminários, congressos, etc. este tema é tão pouco abordado. Não é que dou menor valor à mediunidade, em hipótese alguma, mas é que nós encarnados somos também Espíritos. E todas as faculdades que aqui relatamos, e ainda outras, fazem parte da herança espiritual que carregamos. Somos dotados destas capacidades em menor ou maior grau por que somos Espíritos. E muita gente as possui sem se dar conta, muitas vezes confundindo com mediunidade ou mesmo com obsessão.
A única saída é repensarmos a nossa maneira de estudar e aprender Kardec. Deixar de lado o “fulano disse que é assim” ou “o Espírito tal disse que é assim” e voltarmos a usar a lógica que Kardec sempre utilizou. E em matéria de lógica Kardec é exemplar.

Alguns fenômenos anímicos definidos por Kardec:

SONO: momento de repouso do corpo quando o Espírito, aproveitando que os laços que o ligam ao corpo afrouxam-se e não precisando este último da sua presença, se lança no espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos.

SONHO: é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono. Nem sempre sonhamos por que nem sempre nos lembramos do que vimos ou de tudo que vimos. Devido a não termos a alma em pleno desenvolvimento das faculdades, não nos resta mais do que a lembrança da perturbação que acompanha a partida ou o regresso ao corpo, à qual se junta a lembrança do que fizemos ou do que nos preocupa no estado de vigília.

TELEPATIA: comunicação de pensamento com outros Espíritos, encarnados ou desencarnados, mesmo em vigília, embora o faça mais dificilmente.

LETARGIA: perda momentânea da sensibilidade e do movimento. A suspensão das forças vitais se dá de forma geral dando ao corpo todas as aparências da morte.

CATALEPSIA: semelhante à letargia, só que de forma localizada, podendo afetar uma parte mais ou menos extensa do corpo e deixando a inteligência livre para se manifestar.

SONAMBULISMO: estado de independência da alma em que esta se encontra na posse plena de si mesma. Pode ser natural ou magnético (provocado) e ocorre principalmente durante o sono. O sonâmbulo pode adquirir a clarividência com a qual pode ver à distância, através de corpos opacos, ou ainda demonstrar conhecimentos que não expressa no estado de vigília. Pode também conversar com Espíritos e deles receber orientações.

ÊXTASE: estado em que a alma se encontra mais independente ainda do que no sonambulismo. A alma do extático penetra nos Mundos Superiores, vê os Espíritos que lá habitam e compreende a sua felicidade.

DUPLA VISTA: é a vista da alma, embora o corpo não esteja adormecido. Dá a quem a possui a faculdade de ver, ouvir e sentir além dos limites do nossos sentidos. Percebem as coisas ausentes por toda parte onde a alma possa estender a sua ação; veem, por assim dizer, através da vista ordinária e como por uma espécie de miragem.

Extraído de O Livro dos Espíritos, cap. Emancipação da Alma.