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quarta-feira, 13 de agosto de 2014

REENCARNAÇÃO E EVOLUÇÃO

Por José Passini

A volta do Espírito ao mundo corpóreo, ou seja, a reencarnação é conhecida desde tempos remotos. Os Hindus, os Egípcios e os Gregos sabiam que a alma poderia voltar à Terra, usando um novo corpo. Esses povos acreditavam que, por efeito de determinada punição, essa volta à vida física poderia dar-se até num corpo animal.

Também os Judeus sabiam da volta do Espírito ao mundo corpóreo, mas não há referências que pudesse esse retorno dar-se num corpo que não fosse humano. A reencarnação, para eles, ocorria em algumas situações um tanto especiais: ou para concluir o que não tivessem conseguido terminar numa vida, ou para serem punidos, face a males praticados.

Jesus, ensinando, diz claramente isso: Portanto, se a tua mão ou o teu pé te escandalizar, corta-o e atira-o para longe de ti: melhor te é entrar na vida coxo ou aleijado, do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres lançado no fogo eterno.1 Está claro que Jesus se referia a uma nova encarnação do Espírito, pois seria absurda uma recomendação no sentido de alguém mutilar seu próprio corpo. Além do mais, o Mestre diz: Melhor te é entrar na vida…1

Há outra situação em que os Judeus julgavam ser possível a reencarnação: o cumprimento de missão. O exemplo mais claro é o da esperada volta do Profeta Elias para a preparação dos caminhos do Messias, conforme atesta o próprio Mestre: E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir2, referindo-se a João Batista.

Coube ao Espiritismo trazer o conhecimento da reencarnação ao mundo ocidental, e o fez dando uma visão muito mais ampla e profunda, demonstrando que todos os Espíritos reencarnam, não apenas para a solução de equívocos de uma vida passada, ou para o cumprimento de determinada missão, mas pela necessidade inerente a toda a Criação: o imperativo do progresso, da evolução.

Em verdade, ainda que não houvesse nenhuma afirmação a respeito da pluralidade das existências, ela seria depreendida como necessidade absoluta, face à amplitude do programa de aperfeiçoamento da alma apresentado por Jesus, através do Evangelho. De quantos milênios vamos necessitar para pormos em prática, integralmente, um ensinamento como esse: Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos perseguem e caluniam?3 De quantos milênios vamos necessitar, Espíritos ainda vacilantes entre o bem e o mal, que não sabemos amar plenamente nem os amigos? O Codificador demonstra sua visão lúcida a respeito do assunto, quando inquire os Espíritos: Como pode a alma, que não alcançou a perfeição durante a vida corpórea, acabar de depurar-se?4

A reencarnação – opondo-se frontalmente à salvação gratuita pela fé – dignifica o Espírito imortal, que vai galgando os degraus do aperfeiçoamento, ao longo dos milênios sucessivos, crescendo em sentimento e intelectualidade, num trabalhoso processo de exteriorização da herança Divina, concedida igualmente a todos os Espíritos. No nascedouro, todos absolutamente iguais. As diferenças individuais, portanto, não decorrem de capricho Divino, mas sim do empenho de cada Espírito, no sentido de promover o seu próprio progresso. Nesse caminhar, vai recebendo, por justiça, os frutos de todo o bem semeado e, em função dessa mesma justiça, é compelido a reparar os males praticados, mas não em igual medida, graças à misericórdia Divina que, invariavelmente, defere amparo ao Espírito faltoso, ajudando-o a remover de sua consciência o peso da culpa. Aquilo que algumas religiões veem como castigo, o Espiritismo ensina-nos a ver como a simples consequência de equívocos do passado.

O Espiritismo, ao revelar ao mundo ocidental a reencarnação, prova que a verdade religiosa não é incompatível com a verdade científica, explicando que a evolução do Espírito caminha pari passu com a evolução física, demonstrada por Darwin, ao tempo em que resgata, diante da consciência humana, um dos atributos básicos de um Ser Perfeito: a Justiça. Tudo provém de uma mesma fonte, todos partimos de um mesmo ponto, dotados da mesma potencialidade evolutiva, conforme ensinaram os Espíritos: É assim que tudo serve, tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo ao arcanjo, que também começou por ser átomo.5 Por conhecer essa luz Divina, imanente em toda a Criação, é que Jesus lançou o desafio evolutivo: Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens (…)6

A evolução do Espírito fica muito evidente nas palavras de Jesus, quando se declara, Ele também, um Espírito em evolução: Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas (…).7 É verdade que, no dia em que chegarmos a fazer o que o Mestre fazia à época em que pronunciou essas palavras, – daqui a alguns milhões de anos –, pensando que nos igualamos a Ele, Ele estará ainda à nossa frente, pois disse que poderíamos fazer obras maiores do que as que Ele fazia, mas não disse que nós O ultrapassaríamos. Ultrapassaremos o ponto evolutivo em que Ele se encontrava, naquele dia, mas Ele estará ainda à nossa frente, de vez que a evolução é infinita. E  nem sabemos o que é infinito, a não ser através de uma definição terrivelmente circular: aquilo que não tem fim!

Kardec, em brilhante ensaio8, defende, com argumentação irretorquível, o imperativo da reencarnação, sob a ótica da justiça e da misericórdia de Deus. É um trabalho monumental, até hoje não contestado por filósofo ou teólogo algum. Muitos livros foram escritos tendo como tema a reencarnação, mas não se conhece nenhum trabalho sério que rebata os argumentos ali apresentados.

Aos argumentos alinhados pelo Codificador, pode-se ainda acrescentar uma série de outros, graças aos esclarecimentos trazidos pelo Espiritismo:

Se o Espírito fosse criado juntamente com o corpo, como ficaria a justiça Divina, ante a flagrante diferença que existe entre as oportunidades deferidas ao homem e à mulher, na família, na sociedade e até mesmo nas religiões? Seria o caso de a mulher perguntar – e muitas perguntam – por que Deus as criou mulheres, sem as consultar, para sofrerem, em muitos casos, cerceamento de liberdade por parte dos pais, e depois as exigências e, não raro, a brutalidade dos maridos, enquanto lhes pesam nos ombros as sérias responsabilidades no encaminhamento e na manutenção da saúde dos filhos. O Espiritismo, dentro de uma visão evolucionista, mostra que o Espírito não tem sexo, podendo encarnar-se como homem ou como mulher, segundo o seu livre-arbítrio.

De acordo com a doutrina da unicidade das existências, a criação de novas almas não seria decorrente da vontade do Criador, mas estaria sujeita ao arbítrio dos casais, pois que poderiam usar um contraceptivo, impedindo Deus de usar o Seu poder de criar uma nova alma. O Espiritismo nos ensina que, ao usar qualquer recurso anticoncepcional, um casal apenas impede que um Espírito, já criado por Deus, que encarnou outras vezes, volte à Terra para uma nova etapa de aprendizagem.

No caso de um estupro, por que se valeria Deus de um ato de violência, de ultraje, de desrespeito, para criar um Espírito? Onde estaria a justiça Divina, se outros são criados, ao contrário, em momentos de amor sublime, como filhos altamente desejados? Por que teria esse Espírito, fruto de uma violência, de ficar estigmatizado por toda a Eternidade? Através dos esclarecimentos da Doutrina Espírita, sabe-se que o acontecimento brutal, que se deu, tem causas anteriores, e que o Espírito que  reencarna, aceitando ou sendo compelido a aceitar tal situação, tem ligações de variada natureza, estabelecidas no passado, principalmente com aquela que lhe será mãe.

Se não houvesse experiências anteriores, como explicar a rebeldia, a brutalidade, o mau caráter de um filho, que tem toda uma ancestralidade constituída de pessoas dignas? Alguém poderá objetar, dizendo que é herança genética de um parente longínquo. Mas, que culpa têm os pais? Por que Deus permitiria que esses genes danosos entrassem na formação daquela alma? A própria alma seria um produto do corpo? A prosperar essa ideia, chegar-se-ia ao absurdo de, no esforço de impedir Deus de criar Espíritos de mau caráter, dever-se-ia esterilizar todos os que não fossem portadores de virtudes. Seria assim fácil aperfeiçoar a raça humana, como pretenderam, no campo físico, os cultores da louca teoria da raça pura.

O Espiritismo esclarece que ninguém herda inteligência, virtudes ou defeitos morais, por serem atributos do Espírito, que os traz como bagagem própria, intransferível quando reencarna. Se um casal tem um filho que lhes nega as linhas morais da família, trata-se de um Espírito que foi por eles adotado, em função do desejo de auxiliá-lo, ou o receberam como consequência de um passado comprometido com ele, porquanto o Espírito já existia antes da formação do corpo. 9 Dentro dessa linha de raciocínio, chega-se à conclusão que todos os filhos são adotivos, enquanto Espíritos criados por Deus. O casal apenas fornece o invólucro corporal. 9 Diga-se, de passagem, que, para um ajustamento de linguagem, dever-se-ia dizer: filhos consanguíneos e não consanguíneos, porque todos são adotivos.

A doutrina reencarnacionista é a única que não é racista, pois demonstra que Deus não seria justo se criasse um Espírito imortal dentro de uma raça. O Espírito é criado por Deus e evolui, passando pela humanização, no processo de angelizar-se. Ao humanizar-se, encarna inúmeras vezes, nas mais variadas raças, mas seu início, sua criação não está vinculada a grupo étnico nenhum. A bem dizer, todos os Espíritos pertencemos a uma única raça, pertencemos à raça Divina, porque somos filhos de Deus.
  
Referências bibliográficas:

 1 – Mt, 18:8.
 2 – Mt, 11:14.
 3 – Mt, 5:44.
 4 – O livro dos Espíritos, Allan Kardec, item 166.
 5 – Idem, item 540.
 6 – Mt, 5:16.
 7 – Jo, 14:12.
 8 – O livro dos Espíritos, Allan Kardec, item 222.
 9 -  O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec, cap. 14, item 8.

terça-feira, 1 de julho de 2014

MÉDIUNS DE ONTEM E DE HOJE

Na excelente obra Os Cátaros e a Heresia Católica, Hermínio Miranda discorre detalhadamente a respeito das características da linda sociedade cristã, cátara, que floresceu na região do Languedoc, no sul da França, nos idos do século XIII. Considerada herética pela Igreja Católica, em razão de afrontar resolutamente dogmas já pétreos, através dos quais se via o legado espiritual de Jesus para o mundo completamente distorcido, dentre as convicções de vanguarda defendidas pelos crentes cátaros existia, já, a da evolução do espírito ao longo das vidas sucessivas; e também tratavam sobre as ocorrências mediúnicas que, para aquele povo simples dos séculos XII e XIII, constituíam-se não mais do que em fatos comuns, com os quais lidavam com naturalidade, e dos quais falavam naturalmente para as suas crianças.
Viram-se, assim, em apuros, na conjuntura delicada do momento histórico no qual começaram a ameaçar o poderio religioso e político da Igreja, ao passo em que iam amealhando crescente simpatia em regiões várias da Europa. E, com a investida das Cruzadas Albigenses e, em sequência, encurralados pela Inquisição em tempos imediatamente posteriores, quis o poder do clero extinguir, decidida e definitivamente, aquele povo e suas ideias mais fiéis aos verdadeiros ensinamentos de Jesus – respeitando como iguais as mulheres e a liberdade de pensamento; refutando duramente a pompa das hierarquias sacerdotais e vários de seus dogmas centrais, e, sobretudo, falando abertamente de mediunidade e reencarnação, um conceito em absoluto renegado pelo Alto Clero nos postulados da doutrina cristã, nada embora tivesse o próprio Cristo discorrido sobre eles com naturalidade, ao longo de sua missão sacrificial.

A obra de Hermínio Miranda trata com brilhantismo ímpar do tema, e, em seu conteúdo, oferece-nos a narração de um caso interessante, que ilustra aos espíritas atuais que a realidade do dom da mediunidade é atributo comum ao ser humano de hoje como em todo tempo histórico, indistintamente. Narra o caso de Arnaud Gélis, um personagem peculiar do começo do século XIV que, naqueles tempos difíceis de martírios, era médium confesso. Submetido ao cerco férreo da Inquisição, no entanto, continuou agindo e falando não mais do que do mesmo modo natural, espontâneo, sincero, sobre a sua convivência diária com os espíritos, que diante dele se materializavam e conversavam, sem cerimônia, provenientes das mais disparatadas situações sociais; dotados de variegadas características individuais, de personalidade, temperamentos e, mesmo, vestimentas – para profunda ira de seu inquisidor, Jacques Fournier, bispo de Pamiers – e, aliás, futuro papa - resoluto em atribuir heresia a todo aquele que afrontasse a prepotência Católica em definir o que, ao ser humano comum, deveria ser considerado como expressão da verdade no que se referia ao que os postulados religiosos queriam outorgar ditatorialmente, para melhor manutenção do poder temporal e de domínio e manipulação das consciências do mundo.

Todavia, não havia como Arnaud não se comportar, à compreensão despótica do inquisidor, como um continuador encarniçado da já secular heresia cátara, se bem não fosse ele, faticamente, um seguidor do catarismo - e não há, a esta altura, no século XXI, um modo de descartarmos esta hipótese. Arnaud fora iniciado nas suas práticas mediúnicas, conforme nos elucida Hermínio Miranda com base em seus estudos históricos, justamente sob a batuta de um cônego da catedral de Pamiers, Hugues de Dufort, por volta de 1311 ou 1312. Fora a orientação do espírito de um cônego, assim, que levara Gélis a assumir a sua então tida como “macabra” atividade de comunicação com os defuntos.*¹

Textualmente, Miranda nos diz, às fls. 184 de sua obra:

“Gélis não tinha culpa de ser médium. Os espíritos que ele via e com os quais conversava e dos quais recebia recados a serem transmitidos aos vivos eram uma realidade indiscutível. A realidade que Gélis testemunhava não conferia com a que a Igreja adotara e impunha. Para o chamado cristianismo de então – e que perdura até hoje – as almas dos ‘mortos’ têm que ficar quietinhas nos seus túmulos até o dia mágico da ressurreição da carne, quando então lhes seria dada a destinação final. Ainda que isto fosse admissível para as que tenham ido parar no purgatório, não se aplicaria a mesma norma para as que teriam ido para o céu ou para o inferno. Já não são, estas, destinações definitivas? Ademais, as almas pareciam ignorar os dogmas e as proibições e continuavam a se manifestar ao pobre médium.
Para a desgraça de Gélis, ele as via por toda parte e com elas se entendia. Os sacerdotes mortos, por mais elevadas que tenham sido suas posições hierárquicas no mundo dos vivos – bispos e até arcebispos – não estavam no céu, e sim perambulando pelos lugares ermos, obviamente infelizes, perdidos, sem rumo nem destino (...)”

Mas não era só Dufort que se apresentava aos colóquios com Gélis, mas “muitos outros veneráveis cônegos, como Hugues de Ros, Athon d’Unzent, Pierre Durand. O cenário em que se manifestavam era aquele mesmo que frequentaram enquanto “vivos” – o claustro dos mosteiros ou as igrejas às quais estavam ligados (...) Os mortos, segundo Gélis, sentiam frio no inverno e tinham sede no verão.(...) “*²
Hermínio menciona em parágrafos posteriores que, segundo o conteúdo da obra de Christian Bernardac, estudioso histórico, inclusive, simpático à causa e às interpretações católicas distorcidas do catarismo, na qual encontramos a descrição desses registros inquisitoriais, Arnaud Gélis não seria considerado um mal intencionado ou fraudador consciente - mas visionário alucinado! Um pobre infeliz, auto iludido, crente nas próprias fantasias, provavelmente, induzidas pelas influências do diabo. Muito provavelmente, padecendo de distúrbios mentais!
Ora, amigo leitor e leitora, onde, e em quantas vezes, nos tempos atuais, já vimos a repetição da mesma história? De vez que, em muitos quesitos importantes, vitais mesmo, os dogmas cristãos em nada se modificaram, e em se observando a trajetória daqueles que hoje em dia, guardadas as semelhanças de compreensão destas realidades da vida, bem poderiam ser taxados de neocátaros, em quantos episódios não soubemos de semelhante perseguição desfechada por pessoas que apenas se transferiram de séculos, repetindo, nem mais nem menos, do que as mesmas vivências infortunadas contra Arnaud Gélis?

Descartando a bem-vinda circunstância de não mais haver tribunais inquisitoriais – hoje travestidos para modalidades mais sutis de repressão, diluídos na sociedade – quantos casos semelhantes já não nos chegaram ao conhecimento, ou foram duramente experimentados por aqueles de nós, de dentro do Movimento Espírita? Fatos lamentáveis havidos com médiuns de todas as esferas de ação, ou com aqueles cujas atividades são de maior expressão pública, como Chico Xavier ou Divaldo Franco, ilustram, ainda hoje, a intolerância, a brutal incompreensão originada na ignorância mais absoluta dos detalhes da realidade destes acontecimentos comuns, de interatividade entre habitantes das esferas corpóreas e incorpóreas!
O ‘nunca ninguém voltou para contar como é’, para nossa profunda perplexidade, ainda impera em milhares de mentalidades e corações mal informados sobre o que vige nas leis imutáveis do Criador para a destinação de todas as criaturas. Resultado de séculos malfadados de adulteração da verdade maior e definitiva pelas religiões institucionalizadas, para favorecer interesses temporais de poder e dominação das consciências reencarnadas no mundo em lento processo de avanço espiritual, eis-nos, ainda, médiuns atuantes de maior ou menor expressão pública, às voltas com a cegueira das reações das massas para com aquilo que constitui não mais do que manifestação cotidiana de uma lei natural - apenas que ainda mal compreendida pelas mentalidades adormecidas e pela ciência renitente nos paradigmas obsoletos para a aferição do funcionamento dos mecanismos maiores que regem a vida no universo.
Não haveria, pois, naqueles tempos, como Arnaud Gélis agir de modo diverso da sinceridade cristalina com que lidava com a simples expressão pessoal da realidade diária de sua convivência multidimensional - como hoje, também, não há outro caminho, mais honesto, mais reto, aos médiuns contemporâneos, do que resistir bravamente à ainda opressora resistência dos investimentos de interesse ou das limitações individuais para se aceitar pacificamente o que simplesmente não podemos mais negar ou rejeitar, em detrimento de uma verdade mais ampla das coisas.
É, pois, finda a era de se favorecer mentiras que não merecem prevalecer por mais tempo, num mundo que, com atraso, deve deixar para trás o lastimável estado de quarentena cósmica causada pela resistência do ser humano em avançar espiritualmente, não nos permitindo, assim, a benção de nos colocarmos em situação de cidadãos universais, em coexistência pacífica com os habitantes dos muitos mundos e dimensões das mais variadas expressões vitais espalhados pelo infinito.
É o exigível, para a consolidação de uma humanidade menos egoísta e mais responsável, em bases meritórias de responsabilidade própria, por um futuro de maior felicidade, harmonia e entendimento, com avanços significativos em todos os níveis de convivência que haverão de transportar a Terra, de fato, para o estágio mais grato de planeta de regeneração.

*¹ - Hermínio Miranda – Os Cátaros e a Heresia Católica – Ed. Lachátre – Capítulo Uma Reformatação do Catolicismo – pág. 184
*² - Hermínio Miranda – Os Cátaros e a Heresia Católica – Ed. Lachátre – Uma Reformatação do Catolicismo – pág. 184 e seguintes.

Christina Nunes
meridius@superig.com.br
Rio de Janeiro - RJ


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segunda-feira, 8 de outubro de 2012

MAGNETISMO NA VIDA HUMANA


     
  No processo da encarnação, ou reencarnação, a mente espiritual, envolta no seu  soma_ perispirítico reduzido, miniaturizadoatrai magneticamente assubstâncias_ celulares_ do_ovo_materno, ao qual se ajusta desde a sua formação, revestindo-se com ele para, de imediato, começar a imprimir-lhe as suas próprias características individuais, que vão sendo absorvidas pelo novo organismo carnal, à medida que este se desenvolve e se desdobra segundo as leis_genésicas_naturais. (Ver: Perispírito  e Corpo físico e Epigenética)
   
     Intimamente ligada, desse modo, a cada célula_física, que se forma segundo o molde da célula perispiritual preexistente a que se acopla, a mente espiritual assume, de maneira mais ou menos consciente, em cada caso, mas sempre rigorosamente efetiva, o comando da nova personalidade humana, que assim se constitui de ... 
·                   Espírito
·                   perispírito 
·                   corpo material.
    
    Importa aqui considerar que as características modulares que a mente imprime às células físicas que se formam são por ela transmitidas e fixadas através de uma força determinada, que é a energia mental, veiculada pelas ondas eletromagnéticas do pensamento
·                   Quando o molde perispirítico preexiste exteriorizado, as vibrações mentais, atingindo-o em primeiro lugar, encontram maiores recursos para a ele ajustarem as novas células físicas. 
·                   Noutros casos, as vibrações mentais, atuando sobre moldes perispiríticos amorfoidizados por ovoidização, valem-se do processo fisiológico natural de desenvolvimento genético para reconstituir a tessitura da organização perispiritual, ao mesmo tempo que imprimem às novas células deste, e às do soma físico, as características de sua individualidade.
        Assim, as ondas eletromagnéticas do pensamento, carregadas das ídeo-emoções do Espírito, constituem o que se denomina fluido_magnético, que é plasma_fluídico_vivo, de elevado poder de ação.  (Ver: Ectoplasma)
        Daí em diante, e pela vida toda, refletem-se na mente espiritual todos os fenômenos da experiência humana do ser, cuja quimiossíntese final nela também se realiza. Justo é que nela se reflitam e se imprimam tais resultados, por ser ela mesmo quem comanda o ser, ou, melhor dizendo, por ser ela o próprio ser, que do mais se vale como de instrumentos indispensáveis à sua ação e manifestação, porém não mais do que instrumentos.
        É das vibrações da mente espiritual que dependem a harmonia ou a desarmonia orgânicas da personalidade e, portanto, a saúde ou a doença do perispírito e do corpo material.
        De acordo com o princípio da repercussão, as células corporais respondem automaticamente às induções hipnóticas espontâneas que lhes são desfechadas pela mente, revigorando-se com elas ou sofrendo-lhes a agressão. Raios mentais desagregadores, de culpabilidade ou remorso, formam zonas mórbidas no cosmo orgânico, impondo distonia às células, que adoecem, provocando a eclosão de males que podem ir desde a toxiquemia até o câncer.
        Tanto ou mais do que os prejuízos causados pelos excessos e acidentes físicos, muitas vezes de caráter transitório, as ondas mentais tumultuárias, se insistentemente repetidas, podem provocar lesões de longo curso, a repercutirem, no tempo, até por várias reencarnações recuperadoras.
        Além disso, na recapitulação natural e inderrogável das experiências do Espírito, quando se trata de ônus cármicos em aberto, eclodem, com freqüência, em determinadas faixas de idade, e em certas circunstâncias engendradas pelos mecanismos da expiação, forças desarmônicas que afligem a mente, desafiando-lhe a capacidade de autocontrole e auto-superação, sob pena de engolfar-se ela em caos de intensidade e duração imprevisíveis.  
        Não podemos, tampouco, esquecer os problemas de sintonia, decorrentes da lei universal das afinidades, que obriga os semelhantes a conviverem uns com os outros e a se influenciarem mutuamente. Como a onda mental opera em regime de circuito, incorpora inelutavelmente todos os princípios ativos que absorve, sejam de que natureza forem. Assim,... 
·                   tanto acontecem, entre as almas, maravilhosas fecundações de ideais e sentimentos lies, 
·                   como terríveis contágios mentais, algumas vezes até de natureza epidêmica, responsáveis por graves manifestações da patologia mento-física.
        Tudo depende, por conseguinte, do modo como cada Espírito se conduz, no uso do fluido magnético que maneja. Com ele, pode-se ...
  • ferir e prejudicar os outros,
  • criar distúrbios e zonas de necrose,
  • soezes encantamentos
  • fascinações escravizantes.
        Mas pode também ...
·                   manipular medicações balsâmicas, 
·                   produzir prodígios de amor fecundo 
·                   e estabelecer, através da prece e do trabalho benemerente, uma sublime ligação com o Céu.

UNIVERSO  E  VIDA – 1a. edição 1978 – Hernani T. Sant’Anna – Pelo Espírito Áureo - Editado pela Federação Espírita Brasileira -FEB
Os leitores de "Reformador", habituados com as páginas de Áureo, se conhecem alguns dos escritos, enfeixados neste livro, ignoram, todavia, muitos dos apresentados nesta obra, dada a conveniência de sua leitura na ordem ditada pelo Autor Espiritual.  (pág.13)
Fonte; http://www.guia.heu.nom.br/index.html


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sábado, 29 de setembro de 2012

OVOIDES


“Inúmeros infelizes, obstinados na ideia de fazerem justiça pelas próprias mãos ou confinados a vicioso apego, quando desafivelados do carro físico, envolvem sutilmente aqueles que se lhes fazem objeto da calculada atenção e, auto-hipnotizados por imagens de afetividade ou desforço, infinitamente repetidas por eles próprios, acabam em deplorável fixação monoideísta, fora das noções de espaço e tempo, acusando, passo a passo, enormes transformações na morfologia do veículo espiritual, porquanto, de órgãos psicossomáticos retraídos, por falta de função, assemelham-se a ovoides"... "Evolução Em Dois Mundos"  – André Luiz.

A reencarnação é a bendita oportunidade de recomeçarmos o trajeto perdido, o Espírito tem o livre-arbítrio para tomar suas decisões, a Terra é a escola para o burilamento espiritual. 

Somos o somatório de nossas experiências e levamos para o além-túmulo todas as nossas tendências, sendo elas más ou boas; a morte não santifica ninguém. O inferno e o paraíso são graus de consciência; o Espírito errante habita sua nova moradia de acordo com suas afinidades. 

Para adentrarmos no processo de ovoidização utilizamos o seguinte pensamento: "iremos definir de alguma sorte, o corpo espiritual; é preciso considerar, antes de tudo, que ele não é reflexo do corpo físico, porque, na realidade, é o corpo físico que o reflete, tanto quanto ele próprio, o corpo espiritual, retrata em si o corpo mental que lhe preside a formação" (André Luiz).

Para entendermos melhor, André Luiz, no livro "Evolução Em Dois Mundos", deixa claro que tudo se concentra no corpo mental, que é a sede do pensamento.  Este comanda tudo, tendo a formação sutil, urdida em recursos dinâmicos, extremamente porosa, plástica e amorfo, é o único corpo que não sofre lesões ou alterações. 

O corpo mental modela o corpo perispiritual que é um corpo semimaterial, sendo este mutável, perecível, e se perdem então as informações e características do ser, armazenadas no corpo mental. O corpo perispiritual modela o corpo físico; este também sofre alterações e lesões, de acordo com suas atitudes e sentimentos.

A alma encarnada ou desencarnada está envolvida em um campo de irradiação, resultante de sinergias provenientes das células do corpo físico, das células do corpo perispiritual e do corpo mental, constituindo uma aura ou halo magnético.  

As zonas inferiores possuem um padrão de energia denso, negativo, onde reinam os sentimentos primitivos de ódio, vingança, ira e revolta.   

A entidade desencarnada em desequilíbrio profundo, agora, passa a habitar sua nova casa, sofrendo as influências do meio ambiente em que vive. E, fixada em desejos de vingança ou em apegos doentios sobre os vícios que deixou ao desenlace do corpo carnal, passa a ser envolvida e influenciada por aqueles que são objeto de perseguição e, sobretudo, consumida pela ideia fixa de destruição (monoideísmo). 

Começa então a transformação do seu novo corpo, passando a sofrer o assédio de suas próprias energias inferiores. Atrofiam seus órgãos perispirituais por longo tempo nestas esferas pesadíssimas. 

Compartilham da mesma corrente mental, influenciando o meio em que agora vive e se deixando também ser influenciado por comportamentos viciosos. Vão perdendo a forma, se mutilando até chegar à forma ovoide.

Muitas vezes, a misericórdia divina atua sobre estes irmãos, para que eles não alcancem este processo doloroso, impondo-lhes a reencarnação compulsória. Aonde vemos, na maioria das vezes, seres deformados com aberrações aos olhos humanos. 

Os pais de seres nestas condições, geralmente, têm débitos com estes Espíritos, servindo de lar de apoio e reajuste para as consciências aprenderem o verdadeiro sentimento, que é o amor. Tendo sempre o auxílio dos bons Espíritos, intuindo estes irmãos para vencerem a tarefa que fora deixada para trás, e que, agora, pedem a reconciliação entre os envolvidos.

Este processo de ovoidização acontece também para aqueles Espíritos que restringem o processo da reencarnação, vivendo muito tempo nessas zonas de sofrimentos.

Alimentando-se das vibrações que lhe são afins, o sentimento que percorre em sua mente permanece em circuito fechado, continuamente (monoideísmo). 

Não havendo outros estímulos a não ser a ideia fixa, o perispírito começa a sofrer mutações, vai atrofiando-se, tal como acontece aos órgãos do corpo físico, quando paralisados.

Ovoide nada mais é do que a transformação do perispírito através dos sentimentos, pensamentos e comportamentos negativos, sendo este moldado pelo corpo mental, que se adapta de acordo com a situação vivida pelo perispírito. 

Os obsessores desencarnados utilizam-se desses ovoides para intensificar o cerco às suas vítimas. Imantando-as (como sanguessuga agarrada à sua vítima, sugando o sangue que serve de alimento) nos pontos energéticos (chakras) do nosso corpo físico, como no chakra genésico, no chakra coronário e no chakra esplênico, alimentando-se das energias humanas para sentir o gosto, o cheiro e o sabor da vida material e dos prazeres mundanos deixados pela morte do corpo físico. Com este assédio, a estrutura espiritual do ser vai ficando enfraquecida. 

Instala-se então o chamado parasitismo espiritual, através do qual o obsediado passa a viver o clima criado pelos obsessores e agravado pelas ondas mentais altamente perturbadoras dos ovoides. É uma subjugação gravíssima que pode lesar o cérebro ou outros órgãos que estejam sendo visados. Mesmo depois da retirada destes ovoides do corpo astral, pela equipe socorrista, danos podem ser causados às tecelagens sutis do corpo físico, contaminando as células do organismo. 

Apenas através da reencarnação e de tratamentos espirituais (como o passe magnético) é que os ovoides poderão plasmar outra vez o perispírito, juntamente com a nova forma carnal, mas trazendo consigo as marcas, as deformidades, as lesões provocadas pelos excessos. 

Em algumas situações, a curta gestação está relacionada com casos de ovoide em recuperação. Cria-se um elo de fluidos, onde o amor imantado pela onda mental da mãe regenera as células do Espírito doente. A gravidez fluídica (que pela ciência é a gravidez psicológica) também ajuda na reconstituição do perispírito lesado. A oração também é bálsamo de alívio para estes irmãos que necessitam da compaixão e da compreensão sem julgamento para as dores morais e físicas.

A família e principalmente o amor dos pais são bênçãos de luz sobre este ser sofrido, que ainda vive no estado da ignorância espiritual. São o remédio e a oportunidade de tentarmos nos melhorar para futuras reencarnações. Muitos dos transtornos que passamos nos pouparão séculos de angústias. Almas doentes tornam-se almas sadias; almas algemadas tornam-se almas afins; almas escravizadas pelo mal tornam-se almas rumo à luz.

O lar doméstico é como o escultor solitário com a mão calejada. Lapida a pedra bruta fazendo uma linda escultura, como o poeta, que desiludido por um amor não compartilhado, consegue, num simples pedaço de papel, transcrevê-lo na mais linda poesia de amor. Podemos ainda comparar com o jardineiro que, fiel no labutar da rotina, se espinha nos espinheiros da rosa e mesmo assim consegue contemplar sua beleza e sentir seu aroma.

O lar é o palco de reconciliações, aperfeiçoamento e treino para exercitarmos em nós mesmos o amor, através da dor, da renúncia e do esforço. É no lar que se criam anticorpos contra o orgulho e o egocentrismo das nossas almas pequenas, desgastando as energias deletérias na transformação do amor fraternal.

Há alguns casos nos quais, dentro de um só ovo, há vários outros ovoides. Muitas vezes são falanges inteiras de Espíritos afins, que criaram uma simbiose tamanha, entrelaçando seus corpos espirituais uns aos outros, pela onda mental criada e compartilhada pelos mesmos hábitos, sentimentos e pensamentos. E, em muitas ocasiões, demoram-se séculos e séculos para a libertação dos laços que os prenderam de ódio e vingança.

Alguns casos de gêmeos xifópagos pertencem a esse processo de ovoidização, pela simbiose gerada na cumplicidade dos atos insanos; ao reencarnarem-se, ligam-se à esfera perispiritual materna e, posteriormente, ao fluido vital do óvulo, ocorrendo a fecundação, a célula germinativa. Sob a influência de duas energias espirituais diferentes, essa célula tende a se bipartir, ou seja, quando o ovo inicia sua multiplicação, há a separação em duas células, que desenvolverão dois organismos filhos, em corpos grudados, para darem valor à própria individualidade e se libertarem da auto-hipnose.

Jesus, o Mestre incondicional, de todas as horas, sempre nos lembrou que o melhor remédio para nos livrarmos da obsessão é a oração que nos liga ao ser supremo (“orai!”). E o vigiar na conduta reta, ajudando os nossos irmãos sofredores através da caridade cristã (“vigiai!”). “Orai e vigiai” são as ferramentas necessárias que nos darão o sustento e o equilíbrio para caminharmos, lembrando sempre que o passado ingrato nos serve de alerta para um futuro sem quedas.            

"No sentido de desorganização, de desagregação das partes, de dispersão dos elementos, não há morte senão para o envoltório material e o envoltório fluídico. A alma ou Espírito, porém, não pode morrer, para que possa progredir; se assim não fosse, perderia sua individualidade, o que equivaleria ao nada" ("Obras Póstumas" – Allan Kardec).

"A ideia [sic] da morte espiritual como destruição do Espírito subsiste ainda em algumas correntes espiritualistas. O Espiritismo não a admite, explicando a sua origem como simples confusão com a perda ou destruição do perispírito. Este, que é o corpo espiritual, organismo energético, de natureza semimaterial (composto de energias espirituais e materiais, elo de ligação entre o corpo físico e a alma), pode ser destruído por abusos ou acidentes, como acontece com o corpo orgânico." (Nota de José Herculano Pires, no livro “Obras Póstumas”.)       

Postado em; O Consolador
EDUARDO AUGUSTO LOURENÇO
Ano 3 - N° 112 - 21 de Junho de 2009