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terça-feira, 11 de setembro de 2012

RESGUARDEMOS KARDEC




Para alguns confrades de índole "light ou clean" (!?),a pureza doutrinária ecoa como algo obscuro, subjetivo. Não compartilhamos dessa tese. Cremos que consiste na observância da simplicidade dos conceitos escritos, praticados e alicerçados na Codificação, cujas recomendações básicas foram apoiadas pelos "Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos Céus", (1) no dizer do Espírito de Verdade, na introdução de "O Evangelho Segundo o Espiritismo".
Aconteceu conosco recentemente: ao término de uma palestra, cujo tema enfatizava a questão das práticas estranhas às normas de conduta que a Doutrina Espírita preceitua, aproximou-se de nós um confrade, deixando transparecer uma série de dúvidas quanto a instituição espírita, onde freqüentava, próxima à sua residência. Confessou-nos que estava tentando se harmonizar com aquele grupo, mas a forma como conduziam os trabalhos conflitava com os esclarecimentos contidos nos Livros da Codificação.
Esclareceu-nos, também, que, naquele centro, os trabalhadores adotavam a prática da "apometria" para promoverem sessões de "desobsessão" e que o tratamento pela "corrente magnética" era a coqueluche do centro-oeste brasileiro. (sic) (!?) Disse-nos, ainda, que, enquanto uns utilizavam cristais para energizarem os assistidos, outros recomendavam o hábito da meditação sob pirâmides para o necessário equilíbrio espiritual. Havia, também, aqueles que incentivavam o famoso "banho de sal grosso", juntamente com ervas "medicinais" e outros quejandos.
Convidado para trabalhar naquele centro, em serviços de atendimento aos necessitados da região, mostrou-se-nos extremamente receoso em assumir tal responsabilidade, já que tais práticas não eram condizentes com os ensinamentos da Doutrina Espírita.
Ao nos questionar se deveria ou não aceitar tal tarefa, esclarecemos-lhe da seguinte maneira: já que ele possuía algum conhecimento sobre as normas da Codificação, e demonstrava bom senso crítico e critério doutrinário, das duas uma: ou ele se afastaria do grupo em que se associara, procurando se identificar com outra instituição, na qual estivessem estabelecidas reuniões nos moldes da Terceira Revelação, ou permaneceria qual missionário, transmitindo, aos poucos, as claras noções da Doutrina Espírita. Lembramos ao nosso irmão que muitos centros sustentam movimentos e idéias hipnotizantes, na tentativa de embutir, na espinha dorsal da Doutrina Espírita, algumas práticas estranhas, sob os auspícios dos apelos assistencialistas de inócuos resultados, e propagam neologismos de impacto para "tratamentos espirituais", supostamente eficazes. Explicamos que o trágico da questão é que esses grupos são dominadores e, por conseqüência, detêm poder hegemônico no movimento espírita em certas localidades.
Esclarecemos-lhe que o Centro Espírita tem que funcionar como se fosse um autêntico pronto-socorro espiritual, tal qual refrigério em favor das almas em desalinho, e não um reduto de ilusões. A Casa Espírita tem que estar preparada para receber um contingente cada vez maior de pessoas perdidas no lodaçal de suas próprias imperfeições, e que estão nos vales sombrios da ignorância.
Aqueles que lêem livros tidos como de literatura avançada, mas de autores um tanto quanto duvidosos, sem antes lerem e estudarem com seriedade Allan Kardec, correm o grande risco de enveredarem por caminhos estreitos e trilhas confusas, de difícil acesso esclarecedor. Os núcleos espíritas refletem a índole e consciência doutrinária dos seus dirigentes. As práticas que nos narrou o irmão chocam, nitidamente, com os postulados Kardecianos. Logo, aí não se pratica Espiritismo. Contudo, são estágios de entendimento insipientes, talvez necessários para pessoas neófitas (lembrando aqui: a cada segundo o merecimento). Foi preciso lembrá-lo, porém, de que, mesmo nos grupos mal orientados por seus dirigentes, existem pessoas que se dispõem a ajudar irmãos necessitados, independentemente de regras preestabelecidas, o que lhes confere algum mérito, obviamente.
Alertamos-lhe, todavia, sobre as dificuldades que, certamente, iria encontrar, pois não seria fácil o acesso às mentes cristalizadas em bases de "verdades indiscutíveis", mas nada obstando que aceitasse o desafio, se a vontade de servir fosse maior que as práticas não alinhadas com o projeto Espírita. O importante é servir em nome do Cristo, mesmo convivendo, heroicamente, com práticas vazias de sentido lógico. Por outro lado, serenando-lhe o espírito hesitante, lembramos-lhe de que ninguém é obrigado a conviver sob as amarras dos constrangimentos.
O Espiritismo traz-nos uma nova ordem religiosa que precisa ser preservada. A Terceira Revelação é a resposta sábia dos Céus às interrogações da criatura aflita na Terra, conduzindo-a ao encontro de Deus. Cremos que preservá-la da presunção dos reformadores e das propostas ligeiras dos que a ignoram, e apenas fazem parte dos grupos onde é apresentada, constitui dever de todos nós. "Neste momento, contabilizamos glórias da Ciência, da Tecnologia, do pensamento, da arte, da beleza, mas não podemos ignorar as devastadoras estatísticas da perversidade que se deriva dos transtornos comportamentais"(...)as criaturas humanas ainda não encontraram o ponto de realização plenificadora. Isto porque Jesus tem sido motivo de excogitações imediatistas no campeonato das projeções pessoais, na religião, na política e nos interesses mesquinhos.(...)"(1)
Se abraçamos o Espiritismo, por ideal cristão, não podemos negar-lhe fidelidade. O legado da tolerância não se consubstancia na omissão da advertência verbal diante às enxertias conceituais e práticas anômalas que alguns companheiros intentam impor no seio do Movimento Espírita.
Para os mais afoitos, a pureza doutrinária é a defesa intransigente dos postulados espíritas, sem maior observância das normas evangélicas; para outros, não menos afobados, é a rígida igualdade de tipos de comportamentos, sem a devida consideração aos níveis diferenciados de evolução em que estagiam as pessoas. Sabemos que o excesso de rigor na defesa doutrinária pode nos levar a graves erros, se enredarmos pelas trilhas de extremismos injustificáveis, posto que redundarão em divisão inaceitável, em face dos impositivos da fraternidade.
É óbvio que não podemos converter defesa de pureza kardeciana em cristalizada padronização de práticas que podem obstar a criatividade espontânea, diante da liberdade de ação. Inobstante repelir atitudes extremas, não podemos abrir mão da vigilância exigida pela pureza dos postulados espíritas. Não hesitemos, pois, quando a situação se impõe, e estejamos alerta sobre a fidelidade que devemos a Kardec e a Jesus. É importante não esquecermos de que nas pequeninas concessões vamos descaracterizando o projeto da Terceira Revelação.
"É necessário preservar o Espiritismo conforme o herdamos do eminente Codificador, mantendo-lhe a claridade dos postulados, a limpidez dos seus conteúdos, não permitindo que se lhe instale adenda perniciosa, que somente irá confundir os incautos e os menos conhecedores das suas diretrizes"(1) É inegável que existem inúmeras práticas não compatíveis com o projeto doutrinário que urge sejam combatidas à exaustão,. nas bases da dignidade cristã, sem quaisquer laivos de fanatismo, tendente a impossibilitar discussão sadia em torno de questões controversas.
Apresentando certa apreensão quanto ao Movimento Espírita nosso 'Kardec Brasileiro' recorda: "a Boa Nova (...)produz júbilo interno e não algazarra exterior (...) Não é lícito que nos transformemos em pessoas insensatas no trato com as questões espirituais. Preservar, portanto, a pulcritude e a seriedade da Doutrina no Movimento Espírita é dever que nos compete a todos e particularmente ao Conselho Federativo Nacional através das Entidades Federadas"(1)
Sobre os que ainda se fixam demasiadamente nas questões fenomênicas, Bezerra lembra: "(...) a mediunidade deve ser exercida santamente, cristãmente, com responsabilidade e critérios de elevação para não se transformar em instrumento de perturbação e desídia"(1). O exercício da mediunidade deve ser reservada às pessoas que conheçam Espiritismo, posto ser extremamente perigosa a participação de pessoas ignorantes em trabalhos de aguçamentos mediúnicos, e, por desatenção desse tópico , após mais de um século de mediunidade à luz da Doutrina Espírita, temo-la, ainda, atualmente, ridicularizada pelos intelectuais, materialistas e ateístas, que insistem em desprezá-la até hoje.
Lamentavelmente, em nome do Espiritismo, muitos propõem apometrias, desobsessão por corrente mento-eletromagnética(2) , aplicações de luzes coloridas para higienizar auras humanas e curar (pasmem!) azia, cálculo renal, coceiras, dores de dente, gripes, soluços em crianças, verminoses, frieiras, etc.. Se não bastasse, recomenda-se, até, carvãoterapia (?!) para neutralizar "maus-olhados". É só colocar um pedaço de tora de carvão debaixo da cama e estaremos imunes ao grande flagelo da humanidade - o "olho comprido"- e, nessa tragicomédia, o Espiritismo vai capengando em certos centros espíritas.
A verdadeira prática Espírita é a expressão da moral cristã, consubstanciada no Evangelho do Mestre Jesus. Assim, o grupo espírita só terá maior credibilidade se houver pureza doutrinária e se a prática estiver conforme os ensinamentos de Jesus, sob qualquer tipo de continente (desobsessão, educação mediúnica, palestras, livros, mensagens, Assistência Social etc.)
No Espiritismo, o Cristo desponta como excelso e generoso condutor de corações e o Evangelho brilha como o Sol, na sua grandeza mágica. Uma doutrina que cresceu assustadoramente nos últimos lustros, em suas hostes surgiram bons líderes, ao tempo em que também apareceram imprudentes inovadores, com a presunção de "atualizar" Kardec.
Recordemos que Kardec legou à humanidade a melhor de todas as embalagens (pureza doutrinária) ao divino presente que é a Doutrina dos Espíritos, e aqueles que têm como base o alicerce do Evangelho podem, até, conviver com qualquer obra ou filosofia, que estarão imunizados contra o vírus das influenciações obsidente.

Jorge Hessen


FONTES:
(1) Bezerra de Menezes. (Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, em 9 de novembro de 2003, no encerramento da Reunião do Conselho Federativo Nacional, na sede da Federação Espírita Brasileira, em Brasília.
(2) Jornal Alavanca - abril/maio-2000



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http://espiritaespiritismoberg.blogspot.com.br/2014/06/carta-de-allan-kardec-ao-principe-g.html

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

A DOUTRINA DO ESPIRITISMO



Que significa esta palavra: Espiritismo?
- Significa: Ciência do Espírito ou ensino dos Espíritos, porque são os próprios Espíritos que no-lo revelaram.
O Espiritismo é uma ciência ou uma crença?
- O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência positiva, uma filosofia, uma doutrina social; é também uma crença, porém, baseada na ciência experimental.
É uma ciência, uma filosofia, uma doutrina, uma crença nova?
- De modo algum; é a ciência integral, a filosofia humana, a doutrina universal. Ele é o antigo e novo, como a Verdade, que é eterna.
Por que espiritualismo experimental?
- Porque essa doutrina repousa sobre fatos positivos, controlados pela experimentação científica.

Prove que o Espiritismo é uma ciência.
- O Espiritismo é uma ciência porque repousa em princípios positivos de onde se podem tirar deduções científicas incontestáveis. Além disso, ele é a própria razão da ciência, porque a ciência que não esclarece o homem sobre sua natureza íntima e sobre seu destino é uma ciência incompleta e estéril, como o positivismo. Ora, o Espiritismo é a ciência completa do homem; ela lhe indica sua verdadeira natureza, seu princípio fundamental, seu destino final e, por consequência, se esforça, dando-lhe toda a luz sobre sua vida para torná-la mais feliz e melhor.

Quais são as provas científicas atuais do Espiritismo?
- As provas atuais do Espiritismo são as descobertas recentes da radioatividade de todos os corpos e de todos os seres, a hipnose, o magnetismo, os fenômenos múltiplos da telepatia, do desdobramento, os fantasmas dos vivos e dos mortos, em uma palavra, todo o conjunto dos fenômenos de ordem psíquica. As descobertas futuras, das quais estas são apenas o prefácio, darão ao Espiritismo experimental uma consagração definitiva.
Se o Espiritismo é uma ciência positiva, por que encontra tanta oposição, hostilidade mesmo, entre os sábios?
- O Espiritismo só é combatido, geralmente, pelos sábios oficiais, precisamente porque ele é uma revolução na ciência oficial. A maioria dos sábios livres e independentes é, ao contrário, favorável ao Espiritismo e vem engrossar nossas fileiras.
Como o Espiritismo, que é uma ciência, é, ao mesmo tempo, uma filosofia e uma moral?
- Porque o Espiritismo é uma ciência eminentemente prática, que ensina aos homens as duas grandes virtudes sobre as quais repousa toda a moral humana: a justiça e a solidariedade, isto é, o progresso na ordem e o amor.
O Cristianismo não explica essa moral?
- Sim, é a moral universal escrita, em todos os tempos, na consciência humana. Jesus a ensinou ao mundo, há vinte séculos, mas os sacerdócios e as teologias a desnaturaram e alteraram por meio de acréscimos interesseiros ou de interpretações sutis. O Espiritismo lhe restitui sua pureza primitiva, a apóia em provas sensíveis e a apresenta ao gênero humano com toda a amplitude que convém à sua evolução atual e a seus progressos futuros.

Entretanto, toda moral pede uma sanção, isto é, uma recompensa para o bem, um castigo para o mal?
- A recompensa do bem cumprido é o próprio bem, como o castigo do mal cometido é a consciência de o ter praticado com premeditação; daí o remorso. O espírito humano é para consigo mesmo seu próprio recompensador ou seu algoz. Deus não pune nem recompensa ninguém. Uma lei imutável, uma justiça imanente presidem a ordem do universo e as ações dos homens. Todo ato cumprido encerra suas consequências. Deus deixa ao tempo o cuidado de realizá-las.
Não há, portanto, céu nem inferno?
- O céu ou o inferno estão na consciência de cada um de nós; toda alma traz em si e consigo sua alegria ou seu sofrimento, sua glória ou sua miséria, conforme seus méritos ou seus deméritos.
Então, por que fazer o bem e evitar o mal, se não se é recompensado pelo céu, nem punido pelo inferno?
- É necessário fazer o bem e evitar o mal, não com o fim egoístico de uma recompensa, nem pelo temor servil de um castigo, mas unicamente porque é a lei de nosso adiantamento. O progresso dos seres é o resultado de seu esforço individual; assim se anulam o dogma injurioso da graça e a teoria fatalista da predestinação.

Como é formulada a lei do destino?
- Cada um de nossos atos, bom ou mau, temos dito, recai sobre nós. A vida presente, feliz ou infeliz, é o resultado de nossos atos passados e a preparação de nossas vidas futuras. Colhemos, matematicamente, através dos séculos o que semeamos. A lembrança de nossas vidas anteriores se apaga por ocasião da volta da alma à carne; mas o passado subsiste nas profundezas do ser. Essa lembrança se recobra na morte e até durante a vida, quando a alma se desprende do corpo material, nos diferentes estados do sono. Então, o encadeamento de nossas vidas e, por conseguinte, o das causas e dos efeitos que as rege se reconstituem. A realização nelas de uma lei soberana de justiça torna-se evidente para nós.

Como ciência, o Espiritismo se dirige à razão; mas como se dirige ao coração humano?
1) Consolando-o na provação; 2) fazendo-o amar a vida, a natureza, o universo, como uma obra solidária e harmoniosa, toda impregnada de amor, de poesia, de beleza.
Como o Espiritismo consola o homem em suas provas?
- Fazendo-o compreender que o sofrimento é uma educação necessária ao seu destino; que ele engrandece a alma, forma o juízo, tempera o caráter, apura as sensações e inspira o nobre sentimento da piedade, pelo qual nos assemelhamos mais a Deus.
Isso são consolações que se dirigem mais à razão; mas as verdadeiras penas do coração, tais como a perda daqueles que amamos, de uma mãe, de um filho, de um amigo etc. não são penas inconsoláveis?
- Não há penas inconsoláveis. São precisamente essas que o Espiritismo consola melhor, porque graças a seu ensino e a suas práticas, sentimos em torno de nós a presença de nossos mortos bem amados. Seu fluido nos envolve; eles nos falam, por vezes se deixam ver e até fotografar. A fé religiosa dá somente a esperança; o Espiritismo dá a certeza e faz tocar a realidade.
O Espiritismo nega, então, a morte?
- Não, mas a livra dos terrores e dos temores cujos prejuízos a cercam. O Espiritismo nos faz amar a vida e nos ensina a não temer a morte.

Como o Espiritismo nos faz amar a vida?
- Apresentando-a como uma das etapas necessárias de nosso destino. Além disso, ele nos faz compreender como a existência humana, apesar de sua duração e suas aparências efêmeras, se liga ao plano geral da evolução, do amor e da beleza, que constitui o universo.

Como o Espiritismo compreende a solidariedade humana?
- Em seu mais alto e mais amplo sentido. Cada homem, devendo renascer um dia para reparar suas faltas ou aperfeiçoar sua vida nesta mesma Terra, que é o campo de batalha de suas lutas e o terreno de seus labores, não tem ele todo o interesse de aí fazer o bem em torno de si, de amar seus semelhantes, lhes prestar serviço, a fim de preparar para si próprio um retorno feliz neste mundo de provas?

Acabamos de ver que o Espiritismo é uma ciência positiva e uma filosofia moral; como, além disso, é uma doutrina social?
- Porque o Espiritismo bem compreendido e bem praticado torna o indivíduo melhor e que é somente pela melhoria do indivíduo que se pode obter a da sociedade.
Como o Espiritismo torna o indivíduo melhor?
- Dando-lhe a verdadeira noção da vida e, portanto, a do seu destino, isto é, realizando a educação moral do homem individual e do homem social.



Retirado do livro 'Síntese Doutrinária' – Léon Denis

Fonte; http://espiritananet.blogspot.com.br/2009/02/doutrina-do-espiritismo.html