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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

BIOGRAFIA - CESAR LOMBROSO


  CESAR LOMBROSO
1835-1909


Nasceu em 6 novembro de 1835 e desencarnou em 19 de outubro de 1909.

Cientista universalmente conhecido pelos importantes trabalhos realizados no campo jurídico, desde muito cedo dedicou-se às letras.

Aos doze anos de idade, escreveu a obra intitulada "Grandeza e Decadência de Roma", que teve grande repercussão nos meios intelectuais de então.

Sobre a obra de Mazolo, grande psicólogo italiano, escreveu um artigo, que foi publicado num dos jornais italianos. Mazolo leu esse artigo e convidou Lombroso para ir à sua casa, pois desejava conhecer o novo escritor. Diante do menino, que contava apenas quatorze anos, ficou surpreendido, dada a sua inteligência precoce.

Lombroso converteu-se ao Espiritismo depois de haver realizado experiências sobre a mediunidade de Eusápia Paladino, que lhe fora apresentada pelo professor Chiaia, de Nápoles.

Em uma das sessões com esta médium, assistiu à materialização do Espírito de sua própria mãe.

Daí por diante, Lombroso não teve dúvidas quanto à sobrevivência e a comunicabilidade dos Espíritos.

Escreveu várias obras, tanto no campo da Medicina, quanto no da Filosofia.

Dentre elas, destacam-se a notável monografia "Antropologia Criminal", "L'Uomo di Gênio", "L'Uomo Delinqüente", além de outras sobre psicologia e psiquiatria.

Sobre o Espiritismo, não podemos deixar de citar a "Pesquisa Sobre os Fenômenos Hipnóticos e Espíritas", através da qual relata todas as experiências realizadas, não só com Eusápia Paladino, como também com outros médiuns de efeitos físicos, como Elizabeth D'Esperance e Politi.

Fonte: ABC do Espiritismo de Victor Ribas Carneiro



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Lombroso foi um dos maiores médicos criminalistas do século passado. Nasceu em Verona no dia 18 de novembro. Graduou-se em Medicina em Pavia, em 1858, onde recebeu grande influência do anatomista Panizza. Um ano depois de graduar-se em medicina obtém o diploma de cirurgia em Gênova. Aprimou seus conhecimentos em Viena com o clínico Skoda, e em Pádua com o médico Paolo Marzolo, cuja formação positivista haveria de exercer uma profunda influência sobre ele.

Aos vinte anos, com "A Loucura de Cardano", Lombroso já delineia os assuntos que vão torná-lo famoso: o contraste entre o gênio do homem e as teorias sobre a natureza degenerativa. Como oficial-médico escreve, em 1859, "Memória sobre as Feridas e as Amputações por Armas de Fogo", ainda hoje considerado um dos trabalhos mais originais da literatura médica italiana. A seguir é atraído, na Calábria, pelos problemas antropológicos e étnicos da região.

Em 1862, em Pavia, inicia um curso de psiquiatria e no ano seguinte transforma-o em curso de "clínica das doenças mentais e de antropologia". Suas freqüentes visitas ao hospital de doentes mentais, onde assiste gratuitamente pacientes, permitem-lhe aprofundar o estudo das relações entre gênio e neurose. "As idéias dos maiores pensadores arrebentam de improviso, desenrolam-se involuntariamente como os atos compulsivos dos maníacos", escreveu. No Congresso Internacional de Antropologia realizado em Milão, várias críticas foram levantadas contra a posição de Lombroso, mas foi reconhecido o seu pioneirismo na terapia com os doentes mentais: abrandamento racional do tratamento (até então intolerante), introdução de trabalho manual, conversações com gente de fora, diversões coletivas, diários escritos e impressos pelos próprios pacientes. Era um método novo, hoje empregado pela psicoterapia.

Em 1864, Lombroso ficou internacionalmente conhecido graças ao seu comentadíssimo livro "Gênio e Loucura", traduzido em vários idiomas e que exerce influência até hoje. Em 1867, escreve "Ações dos Astros e dos Cometas sobre a Mente Humana" e no ano seguinte "Relações entre a Idade, as Posições da Lua e os Acessos das Alienações Mentais", trabalhos recebidos com muitas reservas pelos demais cientistas do ramo. Psiquiatra e diretor do manicômio de Pádua nos anos de 1871 a 1876, Lombroso coleta dados suficientes para suas teorias. Do exame de centenas de doentes mentais e criminosos, ele chega à conclusão de que o criminoso é formado por alguma tendência básica inerente ao seu destino, e que as "sementes de uma natureza criminal" podem ser muitas vezes identificadas na criança. Acreditava, ainda, que o meio social, aliado às influências astrais, preparasse para a ação criminosa indivíduos cuja natureza fosse anti-social. Em 1876, ele vence o concurso para a cátedra de Higiene e Medicina Legal da Universidade de Turim e neste mesmo ano publica "O Homem Delinqüente", obra muito discutida na época.

Em 1882, em seu opúsculo "Estudo sobre o Hipnotismo", ele ridicularizava as manifestações espíritas mas, convidado pelo prof. Morselli a estudar melhor o assunto, participou de sessões com a médium Eusápia Palladino, convencendo-se da veracidade incontestável dos fatos. As pesquisas que fez com essa médium encontram-se no livro da sua autoria "Hipnotismo e Mediunidade".

As obras de Cesar Lombroso trouxeram-lhe fama, acenderam polêmicas e influenciaram muitos legisladores e escritores. Quando vai a Moscou, é em 1897, como participante do Congresso Psiquiátrico, conhece Tolstói, que sabia muito bem das suas idéias acerca do gênio e da loucura. Escritores como Emile Zola e Anatole France também sofreram sua influência. Entre os médicos, merece destaque Kraepelin, um dos maiores classificadores de doenças mentais, que sob a influência de Lombroso escreve acerca da abolição das penas. Legisladores de muitos países, inspirados em suas obras, propõem reformas das leis penais.
Lombroso, sempre fiel ao método experimental, legou aos espíritas um excelente acervo de esclarecimentos sobre a mediunidade e o vasto campo fenomenológico. Homem profundamente honesto defendeu a veracidade do Espiritismo até a sua morte, noticiada com destaque em todo mundo, no dia 19 de outubro de 1909.

Era o final da missão, que no seu caso, iniciada pelo avesso, da posição de ridículo para a de defensor sincero, haveria de fortalecer o movimento espírita pela sua prória inclusão em meio a seus pesquisadores e defensores.

Deus tem muitos caminhos para os homens. Para Lombroso, o caminho foi refazer o próprio camimho, ou seja, sedimentar aquilo que ele, por desconhecimento da realidade agredira, ao formular conceitos equivocados sobre o Espiritismo, retratando-se intimamente e publicamente a posteriori através do imenso trabalho que realizou.



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Cesare Lombroso foi um professor universitário e criminologista italiano, nascido a 6 de novembro de 1835, em Verona. Tornou-se mundialmente famoso por seus estudos e teorias no campo da caracterologia, ou a relação entre características físicas e mentais.

Lombroso tentou relacionar certas características físicas, tais como o tamanho da mandíbula, à psicopatologia criminal, ou a tendência inata de indivíduos sociopatas e com comportamento criminal. Assim, a abordagem de Lombroso é descendente direta da frenologia, criada pelo físico alemão Franz Joseph Gall no começo do século IX e estreitamente relacionada a outros campos da caracterologia e fisiognomia (estudo das propriedades mentais a partir da fisionomia do indivíduo). Sua teoria foi cientificamente desacreditada, mas Lombroso tinha em mente chamar a atenção para a importância de estudos científicos da mente criminosa, um campo que se tornou conhecido como antropologia criminal.

Lombroso estudou na Universidade de Pádua, Viena, e Paris e foi posteriormente (1862-1876) professor de psiquiatria na Universidade de Pavia e medicina forense e higiene (1876), psiquiatria (1896) e antropologia criminal (1906) na Universidade de Turim. Foi também diretor de um asilo mental em Pesaro, Itália.

A principal idéia de Lombroso foi parcialmente inspirada pelos estudos genéticos e evolutivos no final do século IX, e propõe que certos criminosos têm evidências físicas de um "atavismo" (reaparição de caracteristicas que foram apresentadas somente em ascendentes distantes) de tipo hereditário, reminiscente de estágios mais primitivos da evolução humana. Estas anomalias, denominadas de estigmas por Lombroso, poderiam ser expressadas em termos de formas anormais ou dimensões do crânio e mandíbula, assimetrias na face, etc, mas também de outras partes do corpo. Posteriormente, estas associações foram consideradas altamente inconsistentes ou completamente inexistentes, e as teorias baseadas na causa ambiental da criminalidade se tornaram dominantes.

Apesar da natureza inconsistente destas teorias, Lombroso foi muito influente na Europa (e também no Brasil) entre criminologistas e juristas. Entre seus livros estão: L'Uomo Delinquente (1876; "O Homem Criminoso") e Le Crime, Causes et Remèdes (1899; O Crime, Suas Causas e Soluções).

Lombroso morreu em 19 de outubro de 1909, em Turim, Itália.

A biografia acima foi copiada do site www.epub.org.br/cm do Núcleo de Informática Biomédica da Unicamp


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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

MESMER FALA SOBRE MEDIUNIDADE E MAGNETISMO



 Mensagens de Mesmer (Espírito): A Revista Espírita, editada por Allan Kardec, em suas edições de Janeiro e Outubro/1864 e Maio/1865 publicou quatro instrutivas mensagens mediúnicas assinadas por Mesmer, abordando os temas: Médiuns Curadores, Fenômenos Espíritas, Imigração dos Espíritos Superiores para a Terra e Criações Fluídicas.

Dentre os seus conceitos sobre mediunidade de cura e magnetismo, destaca-se o seguinte tópico: “A vontade desenvolve o fluido seja animal, seja espiritual, porque, o sabeis todos agora, há vários gêneros de magnetismo, entre os quais estão o magnetismo animal e o magnetismo espiritual que pode, segundo a ocorrência, pedir apoio ao primeiro. Um outro gênero de magnetismo, muito mais poderoso ainda, é a prece que uma alma pura e desinteressada dirige a Deus.” (Revista Espírita, Jan./1864, p. 7, IDE.)
Vejamos abaixo, na íntegra, a mensagem que acabamos de citar:
Médiuns Curadores

“A vontade, existindo no homem em diferentes graus de desenvolvimento, serviu, em todas as épocas, seja para curar, seja para aliviar. É lamentável ser obrigado a constatar que ela foi também a fonte de muitos males, mas é uma das consequências do abuso que, frequentemente, o ser faz de seu livre arbítrio.
A vontade desenvolve o fluido seja animal, seja espiritual, porque, o sabeis todos agora, há vários gêneros de magnetismo, entre os quais estão o magnetismo animal e o magnetismo espiritual que pode, segundo a ocorrência, pedir apoio ao primeiro. Um outro gênero de magnetismo, muito mais poderoso ainda, é a prece que uma alma pura e desinteressada dirige a Deus.

A vontade foi, frequentemente, mal compreendida; em geral aquele que magnetiza não pensa senão em desdobrar sua força fluídica, senão em derramar seu próprio fluido sobre o paciente submetido a seus cuidados, sem se ocupar se há ou não uma Providência que nisso se interessa tanto e mais do que ele; agindo só, não pode obter senão o que sua única força pode produzir; ao passo que nossos médiuns curadores começam por elevar sua alma a Deus, e para reconhecer que, por eles mesmos, não podem nada; fazem, por isso mesmo, um ato de humildade, de abnegação; então, confessando-se muito fracos por si mesmos, Deus, em sua solicitude, lhes envia poderosos recursos que não pode obter o primeiro, uma vez que se julga suficiente para a obra empreendida. Deus recompensa sempre a humildade sincera elevando-a, ao passo que rebaixa o orgulho.

Esse recurso que envia, são os bons Espíritos que vêm penetrar o médium de seu fluido benfazejo, que este transmite ao enfermo. Também é por isso que o magnetismo empregado pelos médiuns curadores é tão poderoso e produz essas curas qualificadas de miraculosas, e que são devidas simplesmente à natureza do fluido derramado sobre o médium; ao passo que o magnetizador comum se esgota, frequentemente, em vão, em fazer passes, o médium curador infiltra um fluido regenerador pela única imposição das mãos, graças ao concurso dos bons Espíritos; mas esse concurso não é concedido senão à fé sincera e à pureza de intenção.”

MESMER (Médium – Sr. Albert)
Revista Espírita – Ano 7 – Janeiro/1864
06.04.2012

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TRANSE E MEDIUNIDADE
O FENÔMENO MEDIÚNICO
MEDIUNIDADE, ESTUDO CLÍNICO
A EDUCAÇÃO DO MÉDIUM
A MEDIUNIDADE, POR LÉON DENIS
MEDIUNIDADE E ANIMISMO
O FENÔMENO MEDIÚNICO
MEDIUNIDADE CURADORA
PALAVRAS DO CODIFICADOR - MEDIUNIDADE CURADORA
http://espiritaespiritismoberg.blogspot.com.br/2013/12/palavras-do-codificador-mediunidade.html

OS FENÔMENOS ANÍMICOS E O ESPIRITISMO



Há mais de 10 anos conheço uma jovem que, vez ou outra, passa por certas dificuldades, as quais acontecem com ela desde criança. São crises de ausência, transe prolongado, força física exacerbada, saídas conscientes do corpo, percepções extrasensoriais, etc., sendo tudo isto reputado a um prolongado e difícil problema obsessivo. Tratamentos desobsessivos foram tentados ao longo do tempo com poucos resultados positivos.
Não faz muito tempo, ao ler Magnetismo Espiritual de Michaellus, a “ficha foi caindo” a cada capítulo. Descobri que esta irmã é sonâmbula.
Ficou claro para mim, naquele momento, o porquê do desdobramento consciente, da insensibilidade física, da dupla vista. Aquilo que sempre foi tido à conta de obsessão, nada mais é do que sonambulismo natural que, mal orientado, tem provocado distúrbios diversos na vida dela e dos que lhe rodeiam. Como foi possível ninguém ter percebido esta ligação?
Inclusive eu, nunca tinha pensado nesta possibilidade até a leitura do livro, o que me causa uma certa vergonha.
Afinal de contas, Kardec deixou um capítulo inteiro (e extenso) escrito em O Livro dos Espíritos sobre os fenômenos anímicos intitulado “Emancipação da Alma”.
Nas demais obras da Codificação existem muitas referências ao assunto, tanto quanto na Revista Espírita nos seus diversos volumes.
E eu que já li e reli O Livro dos Espíritos inúmeras vezes!
Será que estamos sabendo estudar Kardec? De outra forma: será que estamos dando o devido valor às obras do codificador? Quantos espíritas será que existem que fazem confusão entre os fenômenos anímicos e os fenômenos mediúnicos e que todo tipo de dificuldade enfrentada, remete à influência dos Espíritos? Conhecer então a importância do sonambulismo para o Espiritismo... nem pensar. Para ilustrar, transcrevo abaixo o e-mail que uma amiga espírita me enviou.

Trabalho em um Centro Espírita onde estudamos a polaridade como uma técnica de passe (se é que assim posso dizer). Estudamos um livro de Richard Gordon "A cura pelas mãos". Daí comecei a sentir dores pelo corpo no momento de aplicação.
Curiosamente eu senti uma dor na perna esquerda em um paciente e, quando ele voltou, oito dias depois, mancava e sentia dor na mesma perna (lá nós não comentamos nada com os pacientes, às vezes sutilmente percebemos ou o mesmo fala); depois comecei a ver manchas escuras que passeiam pelo corpo; certa feita vi minha mão entrar no corpo e voltar com algo redondo e escuro e tinha a sensação que segurava algo. Quando toco nos pacientes, às vezes é como se suas células conversassem comigo e me dissessem de “algo” fisico ou psíquico. Recentemente, vejo por dentro do corpo humano como um ultrassom de última geração em 3D e colorido. Não são em todos os pacientes, varia muito. Vejo médicos, cirurgias e, por vezes, com auxílio de irmãos espirituais alivio dores. Em outros momentos aumento estas dores. Até agora fiquei quieta, achei que o telefone só toca de lá prá cá. Mas, como vem aumentando os detalhes, acho que devo aprender e auxiliar os “amigos”. Só não sei como, às vezes fico na dúvida do que sinto e vejo e nada falo aos amigos médiuns que me cercam. Antes que você pense, não tenho formação na área de saúde. Depois disso tudo, leio e, quando vejo os orgãos, recorro aos mapas de anatomia e fico pasma, são iguais. O que devo fazer? Você pode me ajudar? As pessoas que converso aqui me dizem que estou em desenvolvimento mediúnico, faz oito anos, que tudo isso acontece. Já esperei demais sem me aprofundar, sei que os amigos espirituais precisam de instrumentos afinados. Agradeço mais uma vez.
Muita paz.

Dá para imaginar o drama desta irmã, possuindo inúmeras faculdades valiosas que podem e devem ser utilizadas para beneficiar o próximo, porém, sem conhecimentos adequados por parte dela e das pessoas com as quais convive nas atividades do Centro Espírita.
Aquilo que se tem entendido como mediunidade, pode-se ver que é fenômeno anímico, ou seja, faculdades da própria alma encarnada, como por exemplo, percepções e sensações com relação às desarmonias do paciente, visão interna dos órgãos físicos, dupla vista. Ao que parece, existe uma capacidade mediúnica, porém complementada por uma bela faculdade anímica. São, portanto, recursos medianímicos que necessitam de estudo por parte da sua portadora e de todos os envolvidos, a fim de se encontrar formas adequadas de aproveitá-los para o benefício do próximo.
Muitas Casas Espíritas não contemplam estes assuntos em seus estudos doutrinários. Além do mais, as pessoas não podem comentar o que sentem e, quando comentam, recebem respostas ou explicações evasivas e superficiais. Os pacientes também não podem relatar o que sentem a fim de se fazer um acompanhamento eficiente das suas problemáticas. E quanto se aprenderia com estes relatos! Sendo assim, é preciso adequar as estruturas de trabalho pois, do contrário, pode-se simplesmente desperdiçar estas oportunidades por não se saber lidar com elas ou por força de uma estrutura que não condiz com os instrumentos humanos e psíquicos disponíveis.
Inúmeras “Casas” não oferecem condições nos seus trabalhos de cura para que se possa acompanhar a situação do paciente ao longo do tratamento, nem estabelecem trocas de experiência entre os trabalhadores, onde facilmente se detectaria as ansiedades e angústias de pessoas como a autora do e-mail acima.
Não é à toa que o magnetismo e o sonambulismo são tão desconhecidos por nós espíritas, o que realça a nossa ignorância. Logicamente, não estou generalizando pois há inúmeros companheiros que se dedicam ao aprendizado teórico e prático destes fenômenos que formam a base do Espiritismo. É do conhecimento de todos, acredito, que toda mediunidade tem seu pilar de sustentação nos fenômenos de emancipação da alma.
Evolutivamente, a faculdade mediúnica surgiu a partir do momento em que o espírito encarnado desenvolveu a capacidade de dissociar-se do corpo físico iniciando, cada vez de forma mais direta, os contatos com os seres de outras dimensões que, aos poucos, procederam ao processo de transmissão mental através do indivíduo em transe, vindo, com o tempo, a surgirem as mais variadas nuances mediúnicas tão bem estudadas por Allan Kardec e que compõem as suas obras.
Os fenômenos anímicos se revestem da maior importância para a ciência magnética no ponto em que esta engloba desde a telepatia e a visão à distância, passando pela dupla vista, catalepsia e letargia até chegar ao êxtase, dentre outros. Todas estas variações da emancipação da alma já eram conhecidas dos magnetizadores antigos, inclusive de Kardec, mesmo antes do surgimento da Doutrina Espírita.
Através do sonambulismo, por exemplo, os magnetizadores detectaram a existência do Espírito como princípio imortal no ser humano.
O sonâmbulo, que a maioria das pessoas só conhece como sendo alguém que acorda no meio da noite e caminha pela casa (sonambulismo natural), era utilizado largamente pelos magnetizadores durante os tratamentos, quando a faculdade se manifestava espontaneamente no paciente, como meio de diagnóstico e orientação quanto ao método de cura. Estes indivíduos que conseguiam realizar as maiores proezas psíquicas como enxergar o interior do seu corpo físico e detectar as doenças, ver através das paredes ou de qualquer corpo opaco, ler com os olhos vendados, captar pensamentos, ver à distância, tornar-se insensíveis à dor, etc., provavam, através destas faculdades, que existe algo no ser humano que não pode ser físico pois que transcende a todas as possibilidades de realização dos sentidos físicos.
E saber que Kardec estudou tudo isto e colocou na Codificação Espírita. Pena que nos grupos de estudo, nas palestras, seminários, congressos, etc. este tema é tão pouco abordado. Não é que dou menor valor à mediunidade, em hipótese alguma, mas é que nós encarnados somos também Espíritos. E todas as faculdades que aqui relatamos, e ainda outras, fazem parte da herança espiritual que carregamos. Somos dotados destas capacidades em menor ou maior grau por que somos Espíritos. E muita gente as possui sem se dar conta, muitas vezes confundindo com mediunidade ou mesmo com obsessão.
A única saída é repensarmos a nossa maneira de estudar e aprender Kardec. Deixar de lado o “fulano disse que é assim” ou “o Espírito tal disse que é assim” e voltarmos a usar a lógica que Kardec sempre utilizou. E em matéria de lógica Kardec é exemplar.

Alguns fenômenos anímicos definidos por Kardec:

SONO: momento de repouso do corpo quando o Espírito, aproveitando que os laços que o ligam ao corpo afrouxam-se e não precisando este último da sua presença, se lança no espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos.

SONHO: é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono. Nem sempre sonhamos por que nem sempre nos lembramos do que vimos ou de tudo que vimos. Devido a não termos a alma em pleno desenvolvimento das faculdades, não nos resta mais do que a lembrança da perturbação que acompanha a partida ou o regresso ao corpo, à qual se junta a lembrança do que fizemos ou do que nos preocupa no estado de vigília.

TELEPATIA: comunicação de pensamento com outros Espíritos, encarnados ou desencarnados, mesmo em vigília, embora o faça mais dificilmente.

LETARGIA: perda momentânea da sensibilidade e do movimento. A suspensão das forças vitais se dá de forma geral dando ao corpo todas as aparências da morte.

CATALEPSIA: semelhante à letargia, só que de forma localizada, podendo afetar uma parte mais ou menos extensa do corpo e deixando a inteligência livre para se manifestar.

SONAMBULISMO: estado de independência da alma em que esta se encontra na posse plena de si mesma. Pode ser natural ou magnético (provocado) e ocorre principalmente durante o sono. O sonâmbulo pode adquirir a clarividência com a qual pode ver à distância, através de corpos opacos, ou ainda demonstrar conhecimentos que não expressa no estado de vigília. Pode também conversar com Espíritos e deles receber orientações.

ÊXTASE: estado em que a alma se encontra mais independente ainda do que no sonambulismo. A alma do extático penetra nos Mundos Superiores, vê os Espíritos que lá habitam e compreende a sua felicidade.

DUPLA VISTA: é a vista da alma, embora o corpo não esteja adormecido. Dá a quem a possui a faculdade de ver, ouvir e sentir além dos limites do nossos sentidos. Percebem as coisas ausentes por toda parte onde a alma possa estender a sua ação; veem, por assim dizer, através da vista ordinária e como por uma espécie de miragem.

Extraído de O Livro dos Espíritos, cap. Emancipação da Alma.