sexta-feira, 18 de outubro de 2013

OS CHACRAS/CENTROS DE FORÇA

São sete os chacras mais importantes, embora existam outros centros de forças menores em desenvolvimento nas criaturas, porém de menos importância nas relações entre o mundo oculto e o plano físico.

Chacra Básico  e Chacra Genésico

Situa-se na base na espinha dorsal, sobre a região sacra. Possui 4 raios, materialmente tem relação com os plexos hipogástricos e sacral. Responsável pelos órgãos de reprodução e das emoções sexuais. Atua sobre a coluna vertebral, sistema central e periférico, todo aparelho urinário e aparelho reprodutor.
Este chacra é o responsável pelo fluxo das energias poderosas que emanam do Sol e da intimidade da Terra. Os clarividentes observam que esse fluxo energético, provindo do âmago da Terra em simbiose com as forças que descem do Sol, assemelha-se a uma torrente de fogo líquido a subir pela coluna vertebral do homem, por isso esta energia é denominada de “Fogo Serpentino ou Kundalini”.
O movimento giratório vorticoso dos chacras resulta do choque ou contato turbilhonante das energias etéricas sutilíssimas descidas do Alto, com a energia Kundaline, que é força etérica primária, agressiva e vigorosa que sobe da Terra. Esse fenômeno é algo semelhante às correntes de ar frio que descem de nuvens e entram em choque com as correntes de ar quente que sobem da crosta terráquea, resultando nos conhecidos fenômenos atmosféricos dos ciclones, tufões ou redemoinhos de vento.
Este chacra é o mais primitivo e singelo de todos em sua manifestação, um dos principais modeladores das formas e dos estímulos da vida orgânica.
O indivíduo que abrir o chacra básico prematuramente, dará entrada a uma torrente de energia tão poderosa que irá lhe alimentar todas as paixões e todos os desmandos, o orgulho poderá explodir e o recalque sensual domina-lo-á de modo a realizar os piores caprichos e ações sobre o próximo. O chacra em desequilíbrio pode levar o homem à loucura, pois sua ação muito forte acirra o desejo sexual, semeando a satisfação aberrativa.
Quando essa energia descontrolada sobe pela medula e irriga o centro frontal de um homem inferior, alimenta-lhe o orgulho da personalidade terrena. Quando, em vez da fronte, atinge o coração sem o devido controle espiritual emotivo, termina por avivar-lhe os maus sentimentos, dando-lhe força e estímulo para a dureza de sentimentos.
No entanto, a Kundalini disciplinada sob a direção moral superior em criatura evangelizada, termina por ativar-lhe os centros de força do perispírito e faculta o desenvolvimento mais breve da mediunidade.
Quando a energia Kundalini é controlada e desviada de sua ação agressiva e ativadora da sexualidade inferior pelo homem que tem discernimento espiritual, então o fluxo vitalizante sobe, em proporção benfeitora, pela coluna vertebral até o cérebro, irrigando-o energeticamente acelerando o desenvolvimento do intelecto e até faz redobrar as atividades 
mentais do mundo superior. Torna o homem lúcido e dinâmico.

A energia vitalizante que não for utilizada nas emoções sexuais superiores e no desenvolvimento do intelecto, para não causar distúrbios sexuais inferiores e não ativar maus sentimentos, deve ser aproveitada na pratica de esportes.
São vários os estudos sobre os chakras, alguns autores dividem os chacras inferiores em dois, chamando-os de chacra genésico e de chácra básico, assim distribuindo suas funções:
Chacra básico ou fundamental - Possui força vitalizadora conhecida como kundaline; essa força revigora o sexo e também pode ser transformada em vigor mental, alimentando outros centros.

Chacra genésico - localiza-se na região dos órgãos genitais; recebe influência direta do básico; regula as atividades ligadas ao sexo.

Fonte; http://tdmmagnetismobatuira.blogspot.com.br/2013_07_01_archive.html

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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

TALISMÃS, FITINHAS DO “SENHOR DO BONFIM” E OUTROS AMULETOS NUM CONCISO COMENTÁRIO ESPÍRITA


Para o enredo místico os “talismãs são objetos de proteção, imantados de força magnética, ao qual se atribui um poder sobrenatural de realização dos desejos do usuário. Os amuletos são os objetos consagrados através da magia que devem ser usados junto ao corpo (anéis, correntes, medalhas). Segundo creem, um objeto sagrado tem uma função (proteger, vincular, aproximar) determinada pela sua forma no plano material (gravura, anel, estátua, medalha, porta-incenso). Por outro lado, a natureza da energia que pode ser canalizada pelo objeto varia de acordo com o símbolo ou divindade que este objeto represente.”(1)

Acatamos fraternalmente o nível moral de quem usa e crê na eficácia dos talismãs e amuletos,  entretanto, quem utiliza  cristaliza a fé, razão pelo qual não recomendamos o uso de implementos místicos ,  até porque são inúteis e completamente dispensáveis. Na compreensão espírita “a virtude dos [talismãs e amuletos] de qualquer natureza que seja,  não existe senão na imaginação das pessoas crédulas[ingênuas].”(2)

O Espiritismo e o magnetismo elucidam uma vastidão de fenômenos sobre os quais a ignorância teceu um sem-número de fantasias mitológicas, em que os eventos se oferecem excedidos pela imaginação. “O conhecimento lúcido dessas duas ciências [Espiritismo e o magnetismo] constitui o melhor preservativo contra as ideias supersticiosas, porque revela o que é possível e o que é impossível, o que está nas leis da Natureza e o que não passa de ridícula crendice.”(3)

Os Espíritos Superiores dizem que os crédulos na força do talismã podem atrair seres espirituais de qualquer natureza, posto ser o pensamento a energia induzidora enquanto o apetrecho tão somente uma referência que conduz o pensamento. A rigor, “a virtude dos talismãs, de qualquer natureza que sejam, jamais existiu, senão, na imaginação das pessoas crédulas.”(4) Deste modo, não há nenhuma palavra sacramental, nenhum sinal cabalístico, nenhum talismã que tenha qualquer ação sobre os Espíritos, porque eles são atraídos somente pelo pensamento e não pelas coisas materiais.

A realidade é que  “a natureza do Espírito atraído terá afinidade com a pureza da intenção e da elevação dos sentimentos; porém, obviamente,  quem assenta fé na virtude de um talismã tem um intento mais material do que moral, isso denota em muitos casos uma inferioridade e fraqueza de ideias que o expõem aos Espíritos imperfeitos e zombeteiros.”(5) Os Instrutores espirituais, em todos os tempos, condenaram o emprego de sinais e das formas cabalísticas, e todo [encarnado ou desencarnado] que lhes atribui uma virtude qualquer, ou  pretenda valorizar  talismãs que tangem para a magia, revela, com isso, sua inferioridade, esteja agindo de boa fé ou por ignorância.

Não negamos a relativa influência oculta de certos objetos de uso pessoal (joias, por exemplo) que parecem funestos magneticamente. Emmanuel explana que os objetos, principalmente de uso pessoal, “têm a sua história viva e por vezes, podem constituir o ponto de atenção das entidades perturbadas, de seus antigos possuidores no mundo; razão porque parecem tocados, por vezes, de singulares influências ocultas, porém, nosso esforço deve ser o da libertação espiritual, sendo indispensável lutarmos contra os fetiches, para considerar tão somente os valores morais do homem na sua jornada para o Perfeito.”(6)

Os Espíritos que aconselham sinais, palavras extravagantes ou receitam determinadas fórmulas secretas são seres primários que caçoam e brincam com a ingênua credulidade dos incautos. Há pessoas que atribuem poderes nas defumações domésticas a fim de afastar os “maus” espíritos do lar, será isso eficaz? Obviamente, não! Quando muito a fumaça poluirá a atmosfera e, quem sabe! Espante algumas muriçocas e carapanãs, mas quanto aos obsessores, não haverá qualquer efeito. A fuligem defumatória tão somente sinalizará aos espíritos zombeteiros que em tal ou qual moradia residem crendices e superstições, portanto, ambiente fértil e facilmente influenciável por eles. Portanto, não exercendo qualquer controle sobre os Espíritos [bons ou maus], a defumação é completamente ineficaz para suposta proteção da influência dos Espíritos.

Kardec adverte que “não há [qualquer força sobrenatural], para alcançar esse [ou aquele] objetivo, nem palavras sacramentais, nem fórmulas, nem talismãs, nem quaisquer sinais materiais [riscados, cantados, defumados, fitas do Senhor do Bonfim etc]. Os maus Espíritos disso se riem e se alegram frequentemente em indicarem [tais apetrechos]. [Tais seres zombeteiros] sempre têm o cuidado de se dizer infalíveis, para melhor captar a confiança daqueles que querem enganar, porque então estes confiantes na virtude do procedimento, se entregam sem medo.”(7)

Por razões lógicas o Espiritismo não adota e nem usa em suas reuniões e em suas práticas: altares, imagens, andores, velas, procissões, sacramentos, concessões de indulgência, paramentos, bebidas alcoólicas ou alucinógenas, incenso, fumo, talismãs, amuletos, horóscopos, cartomancia, pirâmides, cristais, búzios ou quaisquer outros objetos, rituais ou formas de culto exterior. Até porque os Espíritos são atraídos somente pelo pensamento; portanto, nenhum talismã, amuleto, palavra sacramental, sinal cabalístico ou qualquer tipo fórmula exterior poderá exercer qualquer influência sobre eles.

Respeitamos os que creem na influência dos talismãs da felicidade pessoal, porém somos convidados a informar que o talismã para a felicidade pessoal, definitiva, se constitui de um bom coração sempre afeito à harmonia, à humildade e ao amor, no integral cumprimento dos desígnios de Deus.

Jorge Hessen

Referência bibliográfica:
(1)    Disponível em http://mistico.com/p/talisma/ acesso em 23/08/13
(2)    Kardec, Allan. O Livro dos Médiuns, 2ª parte, cap. XXV, item 282-17ª, Rio de Janeiro: Ed FEB, 1991
(3)    Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos,  perg. 555, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1994
(4)    Kardec, Allan. O Livro dos Médiuns, 2ª parte, cap. XXV, item 282-17ª, Rio de Janeiro: Ed FEB, 1991
(5)    Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos,  perg. 553 e 554, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1994
(6)    Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, ditado pelo Espírito Emmanuel,  perg. 143, Rio de janeiro: Ed. FEB, 1997
(7)    Kardec, Allan. Revista Espírita,  dezembro de 1862, Brasília: Ed. Edicel, 2002


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“CURANDEIROS ENDEUSADOS”, CIRURGIÕES DO ALÉM – SOB OS NARCÓTICOS INSENSATOS DO COMÉRCIO


Após leitura de intrigante reportagem da Revista “VEJA” , deliberamos reproduzir e contextualizar alguns trechos da matéria publicada.  Intitulada “A face humana do mais endeusado médium brasileiro”(1) , a  “VEJA” destacou  a capacidade do famigerado médium de atrair gente do mundo inteiro para um município próximo do Distrito Federal. Afirma a reportagem que o “santificado médium” convive o cotidiano  sob o manto da contradição entre o “espírito e a carne”, a “cura e a doença”, o “desprendimento e a vaidade”, os gestos de “generosidade , os arroubos de cólera” e os negócios terrenos(2) [é milionário], os amores [tem onze filhos com dez mulheres diferentes]. A cada  dois anos, o “curandeiro-endeusado do cerrado”  troca a frota de carros da família. O dele é um Mohave Kia, avaliado em 170 000 reais..” (3)

Sabemos que a  mediunidade não guarda relação com o desenvolvimento moral, seu funcionamento independe das qualidades morais, assim como o coração pulsa independentemente dos sentimentos bons ou maus que a pessoa alimente. O fato é que os médiuns de tais “cirurgiões do além” sempre seduzem grande número de fregueses,  estabelecendo, não raro, com a mediunidade, um negócio rendoso,  uma polpuda fonte de captação de dólares e reais. Para comprovar, consideremos o fato aqui comentado. Chequemos o seguinte: o PIB – Produto Interno Bruto do município onde “médium-feiticeiro do cerrado” comercializa disfarçada e generosamente  a “cirurgia transcendental” é de 15 milhões de reais ao ano. No mesmo período, a instituição dirigida por tal “deus da mediunidade de cura” “ tem faturamento de ,no mínimo, 7,2 milhões de reais, levando-se em conta exclusivamente  o comércio de passiflora, preparado à base de maracujá, produzido ali mesmo, vendido a 50 reais o frasco e receitado a uma média de 3 000 visitantes semanais.” (4)

Por sérias razões não apreciamos e sequer indicamos esse tipo de mediunidade, embora, excepcionalmente, acatemos os efeitos mediúnicos atingidos por alguns poucos médiuns humildes e honestos. Infelizmente alguns  “deuses dos bisturis”, que promovem cirurgias com auxílio de supostos médicos do além,  conseguem robustecer suas contas bancárias. Há algumas décadas Chico Xavier advertiu: “Creio que isto deva ser fruto da educação da pessoa simplória, acreditar que, pagando bem, irá conseguir curas espirituais. O verdadeiro Espiritismo não pode cobrar, nem mesmo os remédios que receita aos doentes. Também sou contra essa estória de meter instrumentos cortantes no corpo dos outros, sem ser clínico. O médico estudou bastante anatomia, patologia e, por isso, está habilitado a fazer uma cirurgia. Por que eu, sendo médium, vou agora pegar uma faca e abrir o corpo de um cristão sem ser considerado um criminoso?” (5)

O médium de Pedro Leopoldo disse que foi operado pelos médicos terrenos cinco vezes, e vários médiuns lhe ofereceram seus serviços. “O Espírito Emmanuel lhe repreendeu: Você deveria ter vergonha até em pensar em receber esse tipo de cura, porque todos os outros doentes vertem sangue, usam éter, tomam determinados remédios para melhorar. Como você pretende se curar numa cadeira de balanço?”(6)

Do exposto, indagamos o seguinte: como ajuizarmos atualmente esses “curandeiros e cirurgiões do além”? Chico Xavier quando estava para se submeter a uma cirurgia, em 1968, de um tumor na próstata, Zé Arigó [que não era espírita], mandou lhe avisar que estava pronto para realizar a operação. Chico respondeu: “como é que eu ficaria diante de tanto sofredor que me procura e que vai a caminho do bisturi, como o boi vai para o matadouro? E eu, sabendo disso, vou querer facilidades? Eu tenho é que operar [com médicos encarnados] como os outros, sofrendo com eles! (7) Por isso, o Espírito André Luiz advertiu para “aceitar o auxílio dos missionários e obreiros da medicina terrena, não exigindo proteção e responsabilidade exclusivos dos médicos desencarnados”. (8)

É deplorável os médiuns evocarem “Espíritos”  para que lhes atendam como “cirurgiões do além”, a fim de  retalhar e perfurar  corpos em nome de “operações espirituais”; que lhes prescrevam placebos. É lamentável essa tendência de subestimar a contribuição da medicina humana, entregando nossas enfermidades aos Espíritos “curandeiros do além” (preferencialmente com nome germânico ou hindu) para que “curem” doenças.  Precisamos “aproveitar a moléstia como período de lições, sobretudo como tempo de aplicação de valores alusivos à convicção religiosa. A enfermidade pode ser considerada por termômetro da fé”. (9)

Não desconhecemos a plausível intervenção dos desencarnados nos processos terapêuticos na Terra, mas não se pode dar proeminência a esse tipo de trabalho, na suposição de curas ou na pérfida ideia de robustecimento do Espiritismo por esses meios. É urgente não abrirmos mão da precaução! Ainda mesmo  que o excesso em tudo seja prejudicial, contudo, Kardec endossa nossa atitude  dizendo que “em semelhante caso, vale mais pecar por excesso de prudência do que por excesso de confiança”.(10)

Acreditamos que as “terapias alternativas”, “curandeirismos” e a fascinação na prática mediúnica, são fatores que têm desestabilizado o plano [da união] entre os espíritas e da unidade doutrinária.(11) É pouco significante que um “cirurgião do além-túmulo”  faça desaparecer anomalias inibidoras ou deformantes do corpo. Até porque o perispírito conservará a patologia, que vai se projetar para reencarnações futuras, exceto que nos ajustemos com a lei da justiça, cobrindo com amor a “multidão de pecados” que carregamos. Jamais olvidemos que a cirurgia transcendente pode até mesmo refrear temporariamente as doenças físicas, mas o amor, trabalhando nos tecidos sutis da alma, cura, purifica e redime para a eternidade.

Segundo Divaldo Franco   “é uma temeridade transformar o centro espírita em pequeno hospital para atendimento de todas as mazelas , isso é uma loucura. É um desvio da finalidade da prática do Espiritismo. Podemos, sim, fazer uma atividade de atendimento a doentes que são portadores de problemas na área da saúde espiritual. Poderemos aplicar-lhes passes, doar-lhes a água fluidificada, se for o caso, mas a função principal do Centro Espírita é iluminar a consciência daqueles que o buscam.”(12)

Ressalta o tribuno baiano que certa vez o Espírito do “Dr. Fritz” quis operar Chico Xavier, em 1965, através do médium não espírita Zé Arigó: – “Eu te ponho bom desse olho. Faço-te a cirurgia agora! Pronunciou  Arigó e  Chico Xavier respondeu-lhe: – “Não, isso é um karma. Eu sei que o senhor pode consertar o meu olho. Mas como o karma continuará, vai aparecer-me outra doença. Como eu já estou acostumado com essa, eu a prefiro. Por que eu iria querer uma doença nova?”. (13)

Os Espíritos não estão a disposição para promoverem curas de patologias que não raro representam providências corretivas para nosso crescimento espiritual no buril expiatório.

Nesse sentido, os dirigentes de núcleos espíritas deveriam promover bases de estudos e reflexões sobre as propostas filosóficas, científicas e religiosas do Espiritismo ao invés de encetarem trabalhos espirituais para os inócuos “curanderismos”.


Referências bibliográficas:
(1)    Disponível em http://vejabrasil.abril.com.br/brasilia/materia/joao-do-ceu-e-da-terra-508 acesso em 14/09/2013
(2)    Suas economias vêm do garimpo. Ele é dono de fazendas na região, é proprietário de apartamentos em Brasília, Goiânia, Anápolis e Abadiânia.
(3)    Disponível em http://vejabrasil.abril.com.br/brasilia/materia/joao-do-ceu-e-da-terra-508 acesso em 14/09/2013
(4)    Idem
(5)    Entrevista, concedida aos jornalistas goianos Batista Custódio — Diário da Manhã — e Consuelo Nasser — Revista Presença —publicado no jornal “Goiás Espírita” — órgão de divulgação da Federação Espírita do Estado de Goiás — edição 284, de janeiro/fevereiro de 1988
(6)    Idem
(7)    Idem
(8)    Vieira, Waldo. Conduta Espírita, Ditado pelo Espírito André Luiz, Cap.35. RJ: Editora FEB, 1977-5ª edição
(9)    Idem
(10)    Kardec, Allan. Viagem Espírita-1862, Brasília, Ed. Edicel, 2002, pág. 33
(11)    Franco. Divaldo. Publicado no jornal Alavanca – abril/maio-2000
(12)Entrevista com Divaldo Franco publicado no jornal “A Gazeta do Iguaçu” em julho de 1997
(13)Idem


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