terça-feira, 10 de junho de 2014

TRANSE, ANIMISMO E MEDIUNISMO

Pedro da Fonseca Vieira
  
“(...) Um Espírito, que não o do médium, pode ser de ordem inferior à deste e, então, falar menos sensatamente” (O Livro dos Médiuns, Parte II, item 223-5).

O termo animismo não é novo, sempre permeia discussões de estudos mediúnicos nos Centros Espíritas – mas o que é o animismo? É um mal que deve ser combatido – como se ouve vez por outra? Pode ser desenvolvido e ser colocado a serviço do bem? Pode ajudar no exercício mediúnico?

Animismo é a denominação geral de todos os fenômenos psíquicos que têm por origem a alma, ou seja, o Espírito encarnado (vide O Livro dos Espíritos, questão 134), agente desses fenômenos. Mediunismo, por outro lado, é a designação geral de todos os fenômenos psíquicos que têm por origem outros Espíritos (encarnados ou desencarnados) e que se tornam perceptíveis pela ação de um médium, pessoa que atua como “meio ou intermediário entre os Espíritos e os homens” (vide O Livro dos Espíritos, introdução IV). Exemplos de fenômenos tipicamente anímicos são a psicometria (percepção de fatos a partir de objetos), a leitura de pensamentos, a pirogenia (combustão espontânea), a emancipação da alma e a clarividência. Por outro lado, podemos citar outros tipicamente mediúnicos como: a psicografia, a psicofonia, a possessão (ou incorporação), a pneumatografia (escrita direta), a pneumatofonia (fala direta) e a materialização dos Espíritos.

Existe animismo sem mediunismo? “Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos? Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos dirigem”. Esta citação é de O Livro dos Espíritos, questão 459, a partir da qual entendemos que, de ordinário, não há fenômeno anímico que não tenha a participação efetiva dos desencarnados, o que equivale a dizer que o animismo puro é uma situação excepcional.

E mediunismo sem animismo, é possível? “Dessas explicações resulta, ao que parece, que o Espírito do médium nunca é completamente passivo? É passivo, quando não mistura suas próprias idéias com as do Espírito que se comunica, mas nunca é inteiramente nulo. Seu concurso é sempre indispensável, como o de um intermediário (...)”. Essa colocação é vista em O Livro dos Médiuns, Parte II, Capítulo XIX, item 223-10. Por ela podemos compreender que não há fenômeno mediúnico, seja de que natureza for, que não tenha a participação, mais ou menos forte, do médium, o que, analogamente, significa que o mediunismo puro também é uma abstração. Em suma, o que existem são fenômenos predominantemente mediúnicos ou predominantemente anímicos.

Essa dificuldade de isolar os dois conceitos foi a justificativa dada por pesquisadores para o uso do termo medianimismo, ou medianimidade, tal qual foi citado por Allan Kardec em O Livro dos Médiuns, Parte II, Capítulo XXXII como sinônimo de mediunidade, mas “no sentido restrito”, ou seja, poderíamos dizer, no sentido prático do fenômeno mediúnico, mostrando que esta nunca está desvinculada do animismo.

Em todos os acontecimentos medianímicos, indistintamente, o médium/anímico entra num estado especial citado pelos Espíritos em O Livro dos Médiuns, Parte II, Capítulo XIX, item 223: “No momento em que exerce a sua faculdade, está o médium em estado perfeitamente normal?” “Está, às vezes, num estado, mais ou menos acentuado, de crise”. Por conta da acepção negativa do termo “crise”, modernamente, sem perda de significado, adotou-se o termo “transe”, muito embora ainda pouco estudado. É, por definição, um movimento anímico, ou seja, um estado pertinente ao próprio Espírito encarnado, e constitui a base fundamental de todos os fenômenos psíquicos. Seu estudo e conhecimento seriam de importância capital para a melhora das práticas medianímicas no Centro Espírita. Sem buscar esgotar o assunto, vamos tratar de algumas de suas características.

Podemos entender o transe como uma série de alterações físicas (principalmente nervosas) e perispirituais que permitem certo grau de emancipação da alma. Essa fase, eminentemente anímica, antecede e predispõe o sensitivo a toda uma gama de fenômenos psíquicos que dela dependem, sejam estes anímicos ou mediúnicos. Uma descrição desse processo foi dada pelo Espírito Erasto em O Livro dos Médiuns com respeito aos médiuns de efeitos físicos: “Quem deseja obter fenômeno desta ordem precisa ter consigo médiuns a que chamarei sensitivos, isto é, dotados, no mais alto grau, das faculdades mediúnicas de expansão e de penetrabilidade, porque o sistema nervoso facilmente excitável de tais médiuns lhes permite, por meio de certas vibrações, projetar abundantemente, em torno de si, o fluido animalizado que lhes é próprio”.

O transe tem diferentes graus de profundidade, o que pode ser facilmente verificado pelos níveis de consciência física que o médium/anímico mantém durante a comunicação/percepção. Em O Livro dos Médiuns, Parte II, Capítulo XV, vemos três níveis de consciência que, podemos dizer, correspondem a três níveis de transe. O superficial distingue-se pouco do estado normal e corresponde à mediunidade intuitiva. O intermediário ou mediano permite que o Espírito que se comunica traga algumas de suas características com a contrapartida da perda parcial de consciência por parte do médium, correspondendo à mediunidade semi-consciente, ou semi-mecânica no caso específico da psicografia. O nível profundo de transe – mais raro hoje em dia – viabiliza uma percepção quase completa de anulação da personalidade do médium e da presença do comunicante, o que verificamos pela mudança de letra na psicografia, da voz na psicofonia, dos gestos na possessão (ou incorporação), permitindo, por exemplo, a passagem de detalhes e datas, bem como comunicação por meio de línguas estranhas ao médium. Observamos, também, no nível mais profundo, a perda total de consciência física por parte do médium, correspondendo à mediunidade inconsciente, sonambúlica ou mecânica.

A origem do transe pode ser também variada, podendo este ser provocado ou natural. Dizemos que o transe é provocado quando a causa principal de seu acontecimento não reside na própria alma – por exemplo, por efeito de ação magnética, de ação de Espíritos desencarnados ou do uso de algumas drogas (neste último caso, desequilibrado, imperfeito, perigoso e inútil em função do entorpecimento gerado). Natural quando nasce da concentração do Espírito encarnado numa direção bem definida, em atitudes naturais da vida, ou sob seu direto controle. Recomendamos fortemente o estudo detido da obra: “Transe e mediunidade” para maiores esclarecimentos (ver recomendações bibliográficas ao fim).

Será que animismo e mediunismo podem andar de mãos dadas? Dia 01/10/2005, no Centro Espírita Cristófilos, no Rio de Janeiro, o Espírito Ayres de Oliveira nos trouxe essa reflexão, situando o movimento anímico como importante para a qualidade da prática mediúnica: “É de fundamental importância que compreendam, de forma correta, as fases por que passam todos vocês em uma reunião como essa. Podemos dividi-las em três: preparação, busca e vibração. (...) A próxima fase é a da busca, ou a fase predominantemente anímica, é aquela que deve ser melhor desenvolvida ainda se quisermos dar maior ganho à reunião. O foco da maioria dos problemas que se observa nos médiuns está nesta fase. Este momento é o do movimento da alma do médium encarnado. Ele, na hora que um nome é chamado, deve fazer um movimento de ir buscar, no Plano Espiritual, as causas e as circunstâncias que envolvem a pessoa que foi chamada. (...) Com esse movimento anímico de todos vocês, o canal para que possamos trazer os Espíritos até aqui torna-se muito mais simples e os médiuns tornam-se muito mais preparados para o exercício da sua função”.

A Casa Espírita está preparada para lidar com o animismo? Deveria, mas aparentemente não é esse, infelizmente, o caso geral. Muito se tem ouvido, nos Centros Espíritas, que o animismo é um mal que precisa ser extirpado e as percepções anímicas em suas reuniões condenadas, perdendo-se, assim, não apenas a possibilidade do uso racional do animismo como da melhora do próprio mediunismo. Trabalhos interessantíssimos com o uso das potencialidades anímicas podem ser desenvolvidos e colocados a serviço das pessoas, tais como os citados nas obras “Laudos espíritas da loucura” e “Evocando os Espíritos” (vide recomendações bibliográficas). Por que não fazê-lo? A questão é de suma importância e merece a reflexão de todos nós.

Para aqueles que ainda pensam no animismo como um mal, resta-nos recorrer à obra A Gênese, de Allan Kardec, em seu Capítulo XV, item 2, onde o maior anímico de todos os tempos é apresentado: “Agiria [Jesus] como médium nas curas que operava? Poder-se-á considerá-lo poderoso médium curador? Não, porquanto o médium é um intermediário, um instrumento de que se servem os Espíritos desencarnados e o Cristo não precisava de assistência, pois que era ele quem assistia os outros. Agia por si mesmo, em virtude do seu poder pessoal, como o podem fazer, em certos casos, os encarnados, na medida de suas forças. Que Espírito, ao demais, ousaria insuflar-lhe seus próprios pensamentos e encarregá-lo de os transmitir? Se algum influxo estranho recebia, esse só de Deus lhe poderia vir. Segundo definição dada por um Espírito, ele era médium de Deus.”

Finalmente, para mais esclarecimentos sobre o assunto, são recomendados, em ordem, os títulos a seguir:

1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, LAKE.
2. KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns, LAKE.
3. PALHANO, Lamartine (Jr.). Transe e mediunidade, Lachâtre.
4. AKSAKOF, Alexander. Animismo e Espiritismo (2 volumes), FEB.
5. BOZZANO, Ernesto. Animismo ou Espiritismo?, FEB.
6. PALHANO, Lamartine (Jr.). Laudos espíritas da loucura, Lachâtre.
7. PALHANO, Lamartine (Jr.). Evocando os Espíritos, Lachâtre.
8. SCHUBERT, Suely Caldas. Os poderes da Mente, EBM Editora.
9. DELANNE, Gabriel. A evolução anímica, FEB.
10. BOZZANO, Ernesto. Os enigmas da psicometria, FEB.
11. BACELLI, Carlos A.; FERNANDES, Odilon (Espírito). Mediunidade e Animismo, LEEP.

Fonte;
espiritismo.net

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domingo, 8 de junho de 2014

A MEDIUNIDADE

Todas as manifestações da Natureza e da vida se resumem em vibrações, mais ou menos rápidas e extensas, conforme as causas que as produzem. Tudo vibra no Universo: a luz, o som, o calor, a eletricidade, os raios químicos, os raios catódicos, as ondas hertzianas, etc., não são mais que diferentes modalidades de ondulação, graus sucessivos, que em seu conjunto constituem a escala ascensional das manifestações da energia.

Esses graus são muito afastados entre si. O som percorre 340 metros por segundo; a luz, no mesmo tempo, faz o percurso de 300.000 quilômetros; a eletricidade se propaga com uma rapidez que se nos afigura incalculável. Os nossos sentidos físicos, porém, não nos permitem perceber todos os modos de vibração. Sua impotência para dar uma impressão completa das forças da Natureza é um fato suficientemente conhecido para que tenhamos necessidade de insistir sobre esse ponto.

Só no domínio da óptica, sabemos que as ondas luminosas não nos impressionam a retina senão nos limites das sete cores, certas radiações solares escapam à nossa vista; chamam-se, por isso, raios obscuros.

Entre o limite dos sons, cujas vibrações alcançam de 24.000 a 60.000 por segundo, e a sensação de calor, que se mede por trilhões de vibrações, nada percebemos. O mesmo acontece entre a sensação de calor e de luz, que corresponde, na média, a 500 trilhões de vibrações por segundo. (34)

Nessa prodigiosa ascensão, os nossos sentidos representam paradas muitíssimo espaçadas, estações dispostas a consideráveis distâncias uma das outras, uma rota sem-fim. Entre essas diversas
paradas, por exemplo, entre os sons agudos e os fenômenos de calor e de luz, destes, em seguida, até às zonas vibratórias afetadas pelos raios catódicos, há para nós como que abismos. Para seres, porém, dotados de sentidos mais sutis ou mais numerosos que os nossos, esses abismos, desertos e obscuros na aparência, não estariam preenchidos? Entre as vibrações percebidas pelo ouvido e as que nos impressionam a vista não há mais que o nada no domínio das forças e da vida universal ?

Seria bem pouco sensato acreditá-lo, porque tudo em a Natureza se sucede, se encadeia e se desdobra, de elo em elo, por gradativas transições. Em parte alguma há salto brusco, hiato, vácuo. O que resulta destas considerações é simplesmente a insuficiência do nosso organismo, demasiado pobre para perceber todas as modalidades da energia.

O que dizemos das forças em ação no Universo, aplica-se igualmente ao conjunto dos seres e das coisas em suas diversas formas, em seus diferentes graus de condensação ou de rarefação.

O nosso conhecimento do Universo se restringe ou amplia conforme o número e a delicadeza de nossos sentidos. O nosso organismo atual não nos permite abranger mais que limitadíssimo círculo do império das coisas. A maior parte das formas da vida nos atuais, e imediatamente se há de o invisível revelar, será preenchido o vácuo, animado o que era soturna insensibilidade.

Poderíamos mesmo possuir sentidos diferentes que, por sua estrutura anatômica, modificariam totalmente a natureza de nossas sensações atuais, de modo a nos fazer ouvir as cores e saborear os sons. Bastaria para isso que no lugar e posição da retina um feixe de nervos pudesse ligar o fundo do olho ao ouvido.

Nesse caso ouviríamos o que vemos. Em lugar de contemplar o céu estrelado, perceberíamos a harmonia das esferas e não seriam por isso menos exatos os nossos conhecimentos astronômicos. Se os nossos sentidos, em lugar de separados, estivessem reunidos, não possuiríamos mais que um único sentido generalizado, que perceberia ao mesmo tempo os diversos gêneros de fenômenos.

Estas considerações, deduzidas das mais rigorosas observações científicas, nos demonstram a insuficiência das teorias materialistas. Pretendem estas fundar o edifício das leis naturais sobre a
experiência adquirida mediante o nosso atual organismo, ao passo que, com uma organização mais perfeita, esta experiência seria bem diversa.

Pela simples modificação dos nossos órgãos, com efeito, o mundo, tal como o conhecemos, se poderia transformar e mudar de aspecto, sem que de leve a realidade total das coisas se .alterasse. Seres constituídos de modo diferente poderiam viver no mesmo meio sem se verem, sem se conhecerem.

E se, em conseqüência do desenvolvimento orgânico de alguns desses seres, em seus diversos apropriados "habitat", seus meios de percepção lhes permitissem entrar em relações com aqueles cuja organização é diferente, nada haveria nisso de sobrenatural nem de miraculoso, mas simplesmente um conjunto de fenômenos naturais, regidos por leis ainda ignoradas desses seres, entre os outros, menos favorecidos no que se refere ao conhecimento.

Ora, é o que precisamente se produz em nossas relações, com os Espíritos dos homens falecidos, em todos os casos em que é possível a um médium servir de intermediário entre as duas humanidades, visível e invisível. Nos fenômenos espíritas, dois mundos, cujas organizações e leis conhecidas são diferentes, entram em contacto, e assomando a essa linha divisória, a essa fronteira que os separava
mas que desaparece, o pensador ansioso vê desdobrarem-se perspectivas infinitas. Vê bosquejarem-se os elementos de uma ciência do Universo muito vasta e mais completa que a do passado, conquanto seja o seu prolongamento lógico; e essa ciência não vem destruir a noção das leis atualmente conhecidas, mas ampliá-la em vastas proporções, pois que traça ao espírito humano a rota segura que o conduzirá à aquisição dos conhecimentos e dos poderes necessários a firmar em sólidas bases sua tarefa presente e seu destino futuro.

*
 Acabamos de aludir ao papel dos médiuns. O médium é o agente indispensável, com cujo auxílio se produzem as manifestações do mundo invisível.

Assinalamos a impotência dos nossos sentidos, desde que são aplicados aos estudos dos fenômenos da vida. Nas ciências experimentais, não tardou a ser preciso recorrer a instrumentos para suprir essa deficiência do organismo humano e ampliar o nosso campo de observação. Vieram assim o telescópio e o microscópio revelar-nos a existência do infinitamente grande e do infinitamente pequeno.

A partir do estado gasoso, a matéria escapava aos nossos sentidos. Os tubos de Crookes, as placas sensíveis nos permitem prosseguir os estudos no domínio, por muito tempo inexplorado, da matéria radiante.

Aí, por enquanto, se detêm os meios de investigação da Ciência. Mais além, todavia, se entrevêem estados da matéria e da força que um instrumento aperfeiçoado, mais dia menos dia, nos tornará familiares.

 Onde faltam ainda os meios artificiais, vêm certos indivíduos trazer ao estudo dos fenômenos vitais o concurso de preciosas
faculdades. É assim que o sensitivo hipnótico representa o instrumento que tem permitido sondar as profundezas ainda misteriosas do "eu humano", o proceder a uma análise minuciosa de todos os modos de sensibilidade, de todos os aspectos da memória e da vontade.

O médium vem, por sua vez, desempenhar um papel essencial no estudo dos fenômenos espíritas. Participando simultaneamente, por seu invólucro fluídico, da vida do Espaço e, pelo corpo físico, da vida terrestre, é ele o intermediário obrigatório entre dois mundos.

O estudo, pois, da mediunidade prende-se intimamente a todos os problemas do Espiritismo; é mesmo a sua chave. O mais importante, no exame dos fenômenos, é distinguir a parte que é preciso atribuir ao organismo e à personalidade do médium e a que provém de uma intervenção estranha, e determinar em seguida a natureza dessa intervenção.

O Espírito, separado da matéria grosseira pela morte, não pode mais sobre ela agir; nem se manifestar na esfera humana sem o auxilio de uma força, de uma energia, que ele haure no organismo de um ser vivo. Toda pessoa suscetível de fornecer, de exteriorizar essa força, é apta para desempenhar um papel nas manifestações físicas. deslocação de objetos sem contacto, transportes, sons de pancadas, mesas giratórias, levitações, materializações. É essa a mais comum, a mais generalizada forma da mediunidade; não requer nenhum desenvolvimento intelectual, nem adiantamento moral. É uma simples propriedade fisiológica, observada em pessoas de todas as condições. Em todas as formas inferiores da mediunidade o indivíduo é comparável, quer a um acumulador de força, quer a um aparelho telegráfico ou telefônico, transmissor do pensamento do operador.

A comparação é tanto mais exata quanto a força psíquica se esgota, como todas as forças não renovadas; a intensidade das manifestações está na razão direta do estado físico e mental do médium. Seria um erro considerar este como um histérico ou um
doente; é simplesmente um indivíduo dotado de capacidades mais extensas ou de mais sutis percepções que outro qualquer.

A saúde do médium parece-nos ser uma das condições de sua faculdade. Conhecemos um grande número de médiuns, que gozam perfeita saúde; temos notado mesmo um fato significativo, e é quequando a saúde se lhes altera, os fenômenos se enfraquecem e cessam até de se produzir.

A mediunidade apresenta variedades quase infinitas, desde as mais vulgares formas até as mais sublimes manifestações. Nunca é idêntica em dois indivíduos, e se diversifica segundo os caracteres e os temperamentos. Em um grau superior, é como uma centelha do céu a dissipar as humanas tristezas e esclarecer as obscuridades que nos envolvem.

A mediunidade de efeitos físicos é geralmente utilizada por Espíritos de ordem vulgar. Requer continuo e atento exame. É pela mediunidade de efeitos intelectuais - inspiração escrita - que habitualmente nos são transmitidos os ensinos dos Espíritos
elevados. Para produzir bons resultados, exige conhecimentos muito extensos. Quanto mais instruído e dotado de qualidades morais é o médium, maiores recursos facilita aos Espíritos. Em todos os casos, contudo, o indivíduo não é mais do que um instrumento; este, porém, deve ser apropriado à função de que é encarregado. Um artista, por mais hábil que seja, nunca poderá tirar de um instrumento incompleto mais que medíocre partido. O mesmo se dá com o Espírito em relação ao médium intuitivo, no qual um claro discernimento, uma lúcida inteligência, o saber mesmo, são condições essenciais.

Verdade é que se têm visto sensitivos escreverem em línguas desconhecidas ou tratar de questões cientificas e abstratas, muito acima de sua capacidade. São raros, porém, esses casos, que exigem grandes esforços da parte dos Espíritos. Estes preferem recorrer a intermediários maleáveis, aperfeiçoados pelo estudo, suscetíveis de os compreender e lhes interpretar fielmente os pensamentos.

Nessa ordem de manifestações, os invisíveis atuam sobre o intelecto do sensitivo e lhes projetam na esfera mental suas idéias. Às vezes os pensamentos se confundem; os dois Espíritos revestem uma forma, uma expressão, em que se acham reproduzidos o estilo e a linguagem habitual do médium. Ainda aí se requer escrupuloso exame. Será, todavia, fácil ao observador destacar, da insignificância de inúmeros ditados e do contingente pessoal dos sensitivos, o quepertence aos Espíritos adiantados, cujas comunicações revestem um caráter grandioso, um cunho de verdade muito acima das possibilidades do médium.

Nos fenômenos de transe ou do sonambulismo em seus diversos graus, os sentidos materiais vêm a ser pouco a pouco substituídos pelos sentidos psíquicos, os meios de percepção e de atividade aumentam em proporções tanto mais consideráveis quanto mais profundo é o sono e mais completo o desprendimento perispirituais.

Nesse estado, nada percebe o corpo físico; serve simplesmente de transmissor, quando o médium ainda pode exprimir suas sensações. Já na exteriorização parcial se produz esse fenômeno. No estado de vigília, sob a influência oculta, a tal ponto o invólucro fluídico do sensitivo se desprende e irradia que, permanecendo embora intimamente ligado ao corpo, começa a perceber as coisas ocultas aos nossos sentidos exteriores; é o estado de clarividência, ou dupla vista, de visão à distância através dos corpos opacos, audição, psicometria, etc.

Em mais elevadas graduações, no estado de hipnose, a exteriorização se acentua até ao desprendimento completo. A alma, liberta de sua prisão carnal, paira nas alturas; seus modos de percepção, subitamente recobrados, lhe permitem abranger um vasto círculo e se transporta com a rapidez do pensamento. A essa ordem de fenômenos pertence o estado de transe, que torna possível a incorporação de Espíritos desencarnados ao envoltório do médium, deixado.livre, semelhante a um viajante que penetra em casa devoluta.

Os sentidos psíquicos, inativas no estado de vigília na maior parte dos homens, podem, entretanto, ser utilizados. Basta, para isso, abstrair-se das coisas materiais, cerrar os sentidos físicos a todo ruído e toda visão exterior, e, por um esforço de vontade, interrogar esse sentido profundo em que se resumem todas as nossas faculdades superiores e que denominamos o sexto sentido, a intuição, a percepção espiritual. E por ele que entramos em contacto direto com o mundo dos Espíritos, mais facilmente que por qualquer outro meio; porque esse sentido constitui atributo da alma, o próprio
fundo de sua natureza, e acha-se fora do alcance dos sentidos materiais, de que difere inteiramente.

A Ciência menosprezou até hoje esse sentido - o mais belo de todos; e é por isso que se tem conservado ignorante de tudo o que se refere ao mundo do invisível. As regras que ela aplica ao plano físico serão insuficientes, sempre que as quiserem aplicar ao mundo dos Espíritos. Para penetrar neste, é preciso antes de tudo compreender que nós mesmos soros espíritos, e que não podemos entrar em relação com o universo espiritual senão pelos sentidos do espírito.


Referência:
34O grande físico Willian Crookes organizou uma classificação, segundo a qual as vibrações sonoras se  acham  distribuídas  do  5º  ao  15º  graus,  conforme  a  intensidade  e  a  tonalidade.  A  eletricidade  e  a imantação  do  20º  ao  35º  graus.  Do  45º  ao  50º  encontram­se  o  calor e  a  luz.  Além  do  58º  grau,  manifestam­ se as ondulações catódicas.Nos intervalos, porém, extensas regiões de energias permanecem  inexploradas, inacessíveis aos nossos sentidos.

Fonte;
Livro No Invisível - Leon Denis 


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sábado, 7 de junho de 2014

O SEGREDO DE ALLAN KARDEC

Homenagem ao sesquicentenário de “O Evangelho segundo o Espiritismo” (1864-2014).

Adilton Pugliese

Relata o escritor Richard Simonetti, que “no livro A República, Platão, filósofo grego que viveu entre 428 e 348 a.C., coloca nos lábios do também filósofo grego Sócrates (470 a.C.-399 a.C.), interessante metáfora, ou seja, um sentido figurado, relacionada com nossa visão da realidade: numa caverna vivem seres humanos. Ali nasceram. Dali nunca saem. Estão acorrentados, em tal disposição, que só podem observar o que está à sua frente. Por trás deles arde uma fogueira. A luz do fogo projeta sombras na parede. É tudo o que veem. Seu mundo é feito de sombras”.

O que pode ser deduzido dessa imagem, dessa metáfora que ficou conhecida como o mito da caverna? “A caverna simboliza as limitações impostas pelos sentidos e pela ignorância. Impedem as pessoas de ver o mundo real, que Platão chama universo das ideias. A fogueira é a experiência sensorial que pouco ilumina, projetando sombras de ilusão nas paredes existenciais”.

“Alguém desenvolve a sensibilidade, supera a ignorância, conquista o saber, e então, deixa a caverna. Num primeiro momento, deslumbra-se com a luz solar, a visão gloriosa da Natureza. Lamenta o tempo perdido, o comprometimento com as sombras... Decide ajudar os companheiros com sua experiência. Não é bem recebido. Não acreditam nele. Julgam que está delirando. Hostilizam-no”.(1)

Muitas criaturas na humanidade terrestre estão prisioneiras em suas cavernas íntimas. Como libertar-se do esconderijo, das prisões invisíveis ou visíveis que as prendem? Idealistas consideram que somente subvertendo a ordem, por meio de uma revolução, de conquistas, de um motim, de movimentos guerreiros e libertários.
Destacam historiadores que “nos séculos XI ao XIII oito expedições foram empreendidas pela Europa cristã da época, num movimento que ficou conhecido como Cruzadas, para libertar o chamado Santo Sepulcro das mãos dos muçulmanos, fato que aconteceu a partir de um Concílio realizado na cidade de Clermont em 1095 e que durou até 1291. Aos gritos de Deus o quer! foram quase duzentos anos de operação militar, sem que o objetivo fosse alcançado. É como se o mundo espiritual quisesse dizer aos homens: o importante não é onde o corpo de Cristo foi sepultado, mas seguir os Seus ensinamentos, pois são eles que conduzem a criatura na direção do seu progresso espiritual. São eles que libertam”.

Jesus sabia dessas lutas que os homens empreenderiam para libertar coisas e objetos, lugares e povos; para nos libertarmos dos vícios, das paixões e da violência e sintetizou, há mais de dois mil anos, o meio de conseguirmos a liberdade: “Então conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.(2) O que seria essa verdade? Onde e como encontrá-la?

Permita-me o leitor um depoimento pessoal. Estive, um dia, preso na caverna das ilusões, da insegurança e da incerteza, numa cruzada em busca de quimeras, até que num sábado à noite, há quase 40 anos, meu pai colocou em minhas mãos um livro extraordinário, de conteúdo libertador. Esse livro tem uma história e podemos dizer que ela começa no mesmo dia em que Allan Kardec publicou em Paris O Livro dos Espíritos.

Após os acontecimentos que envolveram a sua iniciação no Espiritismo, entre os anos de 1854 e 1855, o professor H.L.D. Rivail entra em contato, em fins de 1856, com o livreiro Dentu, na Rue Montpensier, no Palais Royal, em Paris, apresentando-lhe os manuscritos de O Livro dos Espíritos, em cuja capa grafara o pseudônimo que adotara para caracterizar o autor: Allan Kardec, seu antigo nome quando da reencarnação na personalidade de um sacerdote druida, conforme lhe fora revelado pelo Espírito Z..., ou Zéfiro.(3)

Cerca de quatro meses depois, exatamente em 18 de abril de 1857, pela manhã, retornavam da tipografia 1.200 volumes da primeira edição de O Livro dos Espíritos, de capa cor cinza, com 501 perguntas.(4) O livreiro conversava com seu amigo, o jornalista Du Chalard, do jornal Courier de Paris, a quem presenteara com um exemplar do livro, dizendo-lhe: “Este é o trabalho mais sério até hoje publicado na França, sobre os Espíritos; é uma obra edificante e serena”, e pede-lhe que dê, depois de ler o livro, o seu parecer aos leitores do jornal.(5)

E, efetivamente, mais tarde, na edição de 11 de junho de 1857, Du Chalard publica extenso artigo de sua autoria: “O Livro dos Espíritos, do Sr. Allan Kardec, é uma página nova do grande livro do infinito, e estamos convencidos de que esta página será assinalada (...). Não conhecemos o autor, mas confessamos, abertamente, que ficaríamos felizes em conhecê-lo. Quem escreveu a introdução de O Livro dos Espíritos deve ter a alma aberta a todos os sentimentos nobres”. “A todos os deserdados da Terra, a todos quantos avançam ou caem, regando com as lágrimas o pó da estrada, diremos: lede O Livro dos Espíritos; ele vos tornará mais fortes. Também aos felizes, aos que em seu caminho só encontram as aclamações da multidão e os sorrisos da fortuna, diremos: estudai-o e ele vos tornará melhores”.(6)

Um abade francês, de nome Leçanu, autor de um livro chamado História de Satanás, assim diz no seu livro: “Observando-se as máximas de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, faz-se o bastante para se tornar santo na Terra”. O escritor francês Victorien Sardou (1831-1908), leu a obra e antes mesmo de haver chegado ao fim da leitura, escreveu a Kardec elogiosa carta, destacando que O Livro dos Espíritos é o livro da vida, é o guia da humanidade.(7)

É com esses e outros depoimentos que Allan Kardec iniciaria a fase de Elaboração da Codificação. Declara Hermínio Miranda (1920-2013), ao analisar “A Obra de Kardec e Kardec diante da Obra”(8): “Concluindo o trabalho que lhe competia junto aos Espíritos ainda lhe resta muito a fazer, e o tempo urge. Incumbe-lhe agora inserir a nova doutrina no contexto do pensamento de seu tempo. É preciso estudar e expor aos homens os aspectos experimentais implícitos na Doutrina dos Espíritos. Desses aspectos, o mais importante, sem dúvida, é a prática da mediunidade, instrumento de comunicação entre os dois mundos. Sem um conhecimento metodizado da faculdade mediúnica, seria impossível estabelecer as bases experimentais da doutrina. Daí, ele prepara e lança, em Paris, em janeiro de 1861, O Livro dos Médiuns. Em seguida, é preciso dotar o Espiritismo de uma estrutura ética. Não seria preciso criar uma nova moral, já existia a do Cristo”.

Então, durante uma parte do ano de 1863, Allan Kardec guardou um segredo: ele estava escrevendo uma nova obra e a ninguém dera ciência do assunto; até o Sr. Didier, o seu Editor, somente tomou conhecimento da existência da obra quando do envio para impressão.
Em 9 de agosto resolve ouvir os Espíritos acerca do seu segredo, sobre o que eles pensavam a respeito, e obtém como resposta, para surpresa do Codificador, que “O novo livro teria considerável influência, pois que abordava questões capitais, e que não só o mundo religioso encontraria nele as máximas que lhe são necessárias, como também a vida prática das nações haurirá dele instruções excelentes”. E os Espíritos elogiam Kardec por ter abordado, no livro, as questões de alta moral prática, do ponto de vista dos interesses gerais, sociais e religiosos. Os Espíritos preveem que com esse livro Kardec teria grandes dificuldades e que seria violentamente atacado pelo clero da época (que se sentiria muito mais ferido do que com a publicação de O Livro dos Espíritos), mas declaram que confiam nele, na sua resistência, e dizem: “Ao te escolherem, os Espíritos conheciam a solidez das tuas convicções e sabiam que a tua fé, qual muro de bronze, resistiria a todos os ataques”.(9) (grifamos)

A esse novo livro Allan Kardec dera, preliminarmente, o título de Imitação do Evangelho Segundo o Espiritismo. Porém, mudou-o para O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO (a partir da segunda edição, em 1865), publicado como a terceira obra da Codificação Espírita, em abril de 1864. A reação foi a Sagrada Congregação do Index, em 1o de maio de 1864, incluir no seu catálogo todas as obras de Kardec sobre o Espiritismo(10)! Causou estranheza a medida extemporânea, mas logo foi compreendido que O Evangelho Segundo o Espiritismo provocara a decisão.

Foi esse livro que meu pai colocou em minhas mãos e eu coloquei no meu coração, e que mudaria a minha vida, certamente, para sempre. Na Introdução do livro, Allan Kardec explica o objetivo da obra: cada pessoa poder tirar dela os meios de conformar sua conduta moral à do Cristo. Enfatiza o Codificador que os espíritas nela encontrarão as aplicações que lhes concernem mais especialmente. O ensino moral, portanto, é a tônica fundamental de O Evangelho Segundo o Espiritismo e Kardec explica por que se fixou nessa parte das matérias contidas nos Evangelhos:(11)
– A parte moral exige a reforma de cada um.
– É uma regra de conduta, que abrange todas as circunstâncias da vida.
– É o caminho infalível da felicidade futura.
– É o princípio de todas as relações sociais fundadas na mais rigorosa justiça.
Realmente, a montagem da estrutura didática de O Evangelho Segundo o Espiritismo teve duas finalidades: (1) A explicação das máximas morais do Cristo em concordância com o Espiritismo e (2) Aplicações às diversas circunstâncias da vida, como Kardec exarou no frontispício da obra. Por que este livro, O Evangelho Segundo o Espiritismo, se tornou a obra espírita mais lida e aceita pelos brasileiros, com milhões de exemplares impressos em suas edições, sobretudo por parte da FEB Editora?

Pode-se afirmar que uma questão de fundamental importância da moral do Cristo, em nossas existências, é quanto às consequências de sermos espíritas. Conforme declara Deolindo Amorim (1906-1984), ao estudarmos a Doutrina, conhecemos a sua origem, sua constituição e sua natureza, mas, se depois de tudo isso, não resultasse daí alguma consequência, a Doutrina seria apenas indagação pura, ou, quando muito, simples “devaneio filosófico”. O coroamento de tudo quanto estudamos no Espiritismo está justamente na influência que os seus princípios devem ter nos atos de nossa vida.(12)

Saudamo-lo, então, Livro Luz¸ nos seus 150 anos de existência, e que as suas páginas, que expressam o amor de Jesus pela humanidade, possam continuar a iluminar as nossas vidas, para sempre, libertando os que se encontram nos redutos da ilusão e nas cruzadas das conquistas efêmeras.

Texto revisado pelo prof. Luciano Urpia.

1. SIMONETTI, Richard. Luzes no Caminho. 1ed.CEAC Editora, p.59.
2. JOÃO 8:32.
3. WANTUIL, Zeus. THIESEN, Francisco. Allan Kardec – Volume II, 1ed.FEB, p.74.
4. ABREU, Canuto. O Livro dos Espíritos e sua Tradição Histórica e Lendária, 1ed. Edições LFU, p.42.
5. IDEM, Ibidem, p.43 e 44.
6. WANTUIL, Zeus. THIESEN, Francisco. Allan Kardec – Volume II, 1ed.FEB, p.83.
7.. IDEM, Ibidem.
8. MIRANDA, Hermínio. Nas Fronteiras do Além. 1ed. FEB, p.16.
9. KARDEC, Allan. Obras Póstumas, 1ed. FEB, tradução de Evandro Noleto Bezerra, p.399.
10. WANTUIL, Zeus. THIESEN, Francisco. Allan Kardec – Volume II, 1ed.FEB, p.289.
11. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo, 131ed. FEB, edição histórica, tradução de Guillon Ribeiro, Introdução.
12. DEOLINDO, Amorim. Doutrina Espírita. 1ed. Círculo Espírita da Oração, p.77.

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