sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

O PORQUÊ E O PARA QUÊ DE CADA ATO

Ana Vargas
anavargas.adv@uol.com.br

Sabemos do intenso debate que se trava no Brasil quanto à prática de passes. De um lado os defensores da imposição como técnica única e mais apenas sobre a cabeça, ou se quiserem o centro coronário; de outro os defensores do pensamento clássico, advogando a utilidade de todas as técnicas e a liberdade de uso conforme a necessidade do atendido. Sem medo de ser redundante, com o propósito de grifar a ideia, é óbvio que dentre as técnicas de magnetismo inclui-se a imposição de mão tanto sobre o coronário quanto sobre qualquer centro vital ou parte do corpo.

Não desejo aqui entrar nas questões de ordem política dessa dissensão produzida, e respeito a opinião de uns e de outros, afinal cada um de nós é responsável pelos próprios atos e responde por eles diante da vida e não para “A, B ou C”.
Assim, pergunto-me por que movimentar as mãos e os braços em um passe magnético?
E posso ir mais longe, pois posso andar, agachar e levantar, dobrar-me; por que faço isso?

Em primeiro lugar, preciso tirar da mente a ideia de ritual religioso. Passe magnético não é bênção. Também não se confunde com mediunidade de cura, que pressupõe ação instantânea. É um tratamento que exige método, regularidade e constância para exercer um efeito curador. Necessário dizer que como tratamento ele pode ser único ou complementar, dependendo da natureza do mal que aflige o atendido. Em se falando de magnetismo voltado ao tratamento das enfermidades físicas, entendo que ele tenha um caráter complementar, soma-se à medicina convencional e a outras terapias, como, por exemplo, as fisioterapia e psicoterapia, necessárias à recuperação do bem-estar.

Disso decorre, que ao se falar de passe magnético não se fala de passe aplicado indistintamente ou do chamado atendimento ao público em geral, no qual não se sabe porque a pessoa veio, nem quando virá novamente, e ninguém sabe o resultado do que fez.

Estabeleço, então, que ao atender alguém através de passes magnéticos, essa pessoa está compromissada comigo no tratamento de mal-estar específico (físico, emocional ou espiritual) e sabe que aquilo não é milagroso nem imediato, demandando uma parcela de responsabilidade minha e outra dela.

Em segundo lugar, preciso conhecer o meio que emprego no atendimento. Para uma bênção basta fé, para um passe magnético é preciso mais. O magnetismo baseiase no emprego de uma energia especial: a magnética. O que ela é? Como atua? Preciso buscar entender. O princípio da ação terapêutica do magnetismo é realizar a “regulagem” das energias no corpo. Ops! Esbarrei em algo genial e muito grande: o corpo, obra do nosso Pai, e Ele é muito inteligente. E esse corpo está enfermo. Não somos apenas um corpo, temos espírito e perispírito. Da constituição do espírito (essência) quase nada sabemos ou conhecemos; por informações mediúnicas, o perispírito, um corpo semi-material, em tudo semelhante ao físico, ou, melhor seria dizer-se o contrário. Bem, mas o que importa aqui é saber que estudando um, forçosamente amplio conhecimentos sobre o outro.

Pois é, somos criaturas complexas, com uma organização igualmente complexa: somos seres físicos, mentais, emocionais, sociais, espirituais e somos seres energéticos ou magnéticos, também, em qualquer dessas esferas. Por isso, dá para entender que se encontram muito mais pessoas que conhecem melhor o carro que dirigem do que o organismo vivo que habitam.

Ensina o Barão Du Potet, no Manual do Estudante Magnetizador, que “o homem é um organismo vivo dentre  outros milhares e milhares, inseridos no Cosmos. Na qualidade de matéria, o corpo funciona como um formidável ‘transformador’ de energias: ele recebe do exterior todas as espécies de energias (alimentos, ar, eletricidade etc.) e as transforma, em seu interior, modificando- as e devolvendo-as ao exterior. Na qualidade de espírito, o homem participa destas trocas de uma forma muito enigmática e mais específica. Tudo parece se passar, de fato, como se o corpo material, organizando as trocas de energia com o mundo exterior, não tenha por finalidade senão a de fornecer ao espírito uma energia particular, extremamente purificada”.

Mais adiante, explica: ”Possui (o corpo) captores de energias magnéticas ambientais provenientes do Cosmos, da Terra, dos seres e dos objetos que nos rodeiam.
Aí, novamente, o corpo se comporta como em outros domínios: capta a energia magnética; utiliza-a e a transforma; estoca uma parte e remete ou reflete o excedente para fora. Existe um movimento de ‘vai-e-vem’ incessante de energia magnética entre o exterior e o interior do corpo no mais amplo sentido.”
 É sabido que o corpo possui qualidades elétricas de condução e recepção, bem como que ele produz eletricidade.
Tudo indica que essa energia é produzida no cérebro e distribui-se pelo corpo através de uma fina rede de condutores e armazenam-se nos plexos (entrelaçamento de filetes nervosos ou vasculares), espécies de baterias. Assim o corpo assemelha-se a uma pilha possuindo um polo positivo e outro negativo.

O magnetismo e a eletricidade estão intimamente ligados nas suas manifestações. Observa-se que em todo campo elétrico há um campo magnético, sendo o último bem mais forte do que o primeiro. No entanto, o magnetismo como força natural é ainda um dos mistérios da ciência. Ele existe e cumpre um papel elementar em todo universo, em todos os reinos da natureza terrena. Magnetismo e eletricidade não são a mesma coisa, é bom lembrar.

Ora, se há uma fina rede de condutores elétricos percorrendo o corpo, em torno dela há magnetismo. Se há uma rede elétrica e nervosa, há uma rede magnética. A acupuntura pode nos dar um bom exemplo: trata todas as espécies de doenças introduzindo agulhas em pontos
precisos, os centros nervosos periféricos ou sobre um condutor elétrico, no entanto “há muitos pontos de acupuntura situados fora da rede elétrica e nervosa, parecem seguir um traçado misterioso, que poderá ser a rede magnética”, segundo Du Potet.

Muito bem, descubro que além de ter noções básicas, mas seguras, de anatomia, há mais alguma coisa a ser estuda: essa rede de circulação de energia. E temos aqui um complicador respeitável: ela é invisível. Mas pode ser sentida, via tato magnético.

Os magnetizadores clássicos, dentre eles Denizar Rivail (nosso conhecido), trabalhavam sobre as radiações do corpo formadoras do que alguns denominam como “aura” e baseavam-se, os magnetizadores clássicos, no trabalho do Dr. Reichenbach. Dessa forma, estabeleceram o que chamavam topografia magnética do corpo.
A fim de não me estender, recomendo o estudo do Capítulo I, do Manual do Estudante Magnetizador, no qual essa anatomia energética está explicada.

Repetimos: a terapêutica magnética visa restabelecer o equilíbrio rompido. Assim presume-se que o magnetizador esteja equilibrado, saiba avaliar a quantidade necessária de sua energia magnética a injetar no corpo do paciente quando o desequilíbrio resultar de hipofuncionamento e de que forma (por quais técnicas) fará essa passagem. Aqui se recomenda as concentradoras, mão parada ou movimentos lentos. Mas se o equilíbrio for rompido por excesso de energia, o chamado hiperfuncionamento de um órgão, o procedimento é outro: é preciso desobstruir, empregando técnicas dispersivas, com movimentos vigorosos das mãos e braços. Neste último caso, o organismo do magnetizador não doa energia, ele dispersa a do paciente.

Veja-se que o princípio é de impor um padrão harmônico, que é o natural, mas foi rompido, daí a ação do tratamento magnético requerer tempo e método.


E por que as mãos? Não posso dar passes com os pés?
Posso. O corpo é transmissor e receptor, não é? Pois bem, todo nosso corpo emite energia magnética, mas o magnetizador com o auxilio do pensamento e da vontade canaliza-a para as melhores vias de exteriorização que são as mãos (palma e ponta dos dedos), os pés, o olhar e o sopro (respiração). A mais fácil de ser treinada, do meu ponto de vista, é a exteriorização ou a manipulação dessa energia através das mãos.

É bom dizer que inconscientemente todas elas funcionam.
Então não se espante de ver um magnetizador ficar com os olhos vermelhos durante ou após um passe, com as mãos suadas, com a respiração alterada, nem de você, se estiver recebendo um passe, sentir como se estivesse “pregado” ao chão, com um peso nas pernas e nos pés. São fenômenos normais, naturais.

Amigo(a) leitor(a), essas são algumas das razões pelas quais eu movimento as mãos ou as deixo paradas, ou seja, a necessidade de quem atendo. Eu não tenho mediunidade de cura, viro-me nessa vida com a vidência, a audiência e a psicografia. Está de bom tamanho. Jesus era médium de cura e obviamente o espírito mais elevado que o nosso mundo conheceu.

Limito-me a ser sua profunda admiradora e imitar-lhe os passos conforme as minhas possibilidades. Comparar-me a ele não posso, minhas ações e capacidades ainda precisam evoluir muito. Mas lendo com atenção os livros que falam dele, qual será seu princípio terapêutico? 

JORNAL VORTICE - ANO  VI, Nº 02 – Julho - 2013


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