quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

MUITAS MORADAS


“Não se turbe o vosso coração. Crede em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já eu vo-lo teria dito, pois me vou para vos preparar lugar. Depois que me tenha ido e que vos houver preparado o lugar, voltarei e vos retirarei para mim, a fim de que onde eu estiver, também vós aí estejais.” (S. JOÃO, 14:1 a 3.)


Allan Kardec nos esclarece que a casa do Pai é o Universo. As moradas são os mundos que circulam na abóboda azul do firmamento, onde os espíritos encarnam em seu processo evolutivo. São escolas apropriadas ao nível de evolução de seus habitantes: primitivas umas, quando abrigam espíritos em suas encarnações iniciais; de provas e expiações outras, onde o mal predomina; de regeneração aquelas em que a alma ainda necessitada já haure novas forças; ditosas onde o bem predomina e celestes as moradas sagradas de espíritos depurados.

Em sua exegese, o codificador, no entanto, aprofunda-se no entendimento de que essas palavras de Jesus também podem referir-se ao estado feliz ou desgraçado dos Espíritos após o fenômeno da desencarnação, pois muitos retornam à pátria espiritual ainda apegados à crosta da Terra . Alguns porque se mantiveram sempre ligados à delinquência e à maldade, outros porque levaram a vida fixando-se tão somente nas questões do imediatismo material, na disputa dos valores amoedados, nos vícios sem conta, enfim, em comportamentos cristalizados nas expressões instintivas do ego.

Nessa interpretação, as moradas já não seriam lugares circunscritos, mas estados do ser definidos pelos níveis de pensamentos, emoções e vivências, que se expressam através da mente e do cérebro humanos. Como a mente incorpora tudo aquilo em que se concentra, os nossos desejos e escolhas vão selecionando, pouco a pouco, a realidade com a qual nos afinizamos, nos ligando energeticamente a ela. As áreas do nosso cérebro que processam os conteúdos de nosso interesse se ativam e tomam ascendência sobre aquelas pouco utilizadas que vão sofrendo um processo de atrofia.

 A mente finda por limitar-se à capacidade de percepção da área cerebral superativada e à sua matriz perispiritual. No caso de essa área não ser capaz de captar uma realidade superior, o espírito embota-se, em processos difíceis de percepção da realidade espiritual e fixa morada nas regiões com as quais guarda sintonia. Tais considerações nos conduzem a pensar na mente e no cérebro físico, tanto quanto na matriz perispiritual, como verdadeiras moradas.

O médico desencarnado André Luiz, através da psicografia do médium Francisco Cândido Xavier, analisando os distúrbios psíquicos a partir do plano espiritual, tece importantes considerações em torno da casa mental. Traz-nos os esclarecimentos do instrutor espiritual Calderaro, especialista na matéria, que define o cérebro como um delicado aparelho de expressão da nossa vontade na Terra e que divide-se em três regiões distintas, como se fosse uma casa:

No primeiro andar temos o cérebro inicial, sede das atividades subconscientes,
área responsável pelos automatismos, pelos instintos, revelando o animal do passado. No segundo, região do córtex cerebral, temos a área do presente, ligada ao nosso esforço, à nossa consciência atual. No terceiro andar, onde se localizam os lobos frontais, temos o superconsciente, área do nosso ideal. Nessa morada, que a ciência humana ainda conhece tão pouco, existem materiais sublimes, potencialidades crísticas aguardando nossos bons desejos e escolhas para a sua ativação, que ocorre sempre quando utilizamos as ferramentas da ação no bem, da oração, da meditação, dos estudos, da arte nobre.

Em1990, o médico neurologista Paul Maclean lançou a teoria do cérebro trino, em um avanço da ciência, que atualmente aceita que possuímos três estruturas cerebrais funcionando como verdadeiras moradas da nossa consciência, nos situando, em especial, naquela que melhor atende aos nossos anseios.

O Dr. Maclean nomeia esses três cérebros de reptiliano, emocional e racional. É útil ressaltar que a área primitiva do nosso cérebro, a designada de cérebro reptiliano, é incapaz de processar pensamentos altruístas.
Migramos para essa morada em momentos de fúria assim como penetramos no superconsciente em nossos momentos de oração e naqueles em que colocamos o
amor em Ação.

O bem-estar que sentimos nessas ocasiões constitui a primícia do reino dos céus que o Mestre esclareceu estar dentro de nós. O cérebro relativo ao neocórtex, mais adiantado que é, processa nossas ilações lógicas e intelectuais e para ele vamos nos transferindo em nossos esforços de melhoria a cada dia.

É urgente irmos migrando, pouco a pouco, desses centros de interesse da região do cérebro primário para as moradas superiores, selecionando aquilo que lemos, nossas palavras, nossos pensamentos, nossas atitudes, em um treino constante de metacognição, ou seja, de autoconhecimento.

Manifestações de egoísmo e de orgulho nos estimulam o primitivismo do passado e não abrem nossa mente para as possibilidades maravilhosas do presente. Jesus nos falou das muitas moradas na casa do Pai. Nossa vida, nossas escolhas, são estímulos que oferecemos às nossas moradas psíquicas. No esforço de ascensão, em suas preces diárias, utilize, irmão (ã)  querido(a), o recurso da meditação. Visualize Jesus com suas mãos iluminadas, aplicando--lhe um passe.

Sinta a luz descendo sobre seu corpo, entrando por seus poros, agindo em todos os níveis do seu ser... Peça que formas-pensamento perturbadoras, que possam ter sido criadas nessa ou em outras vidas, assim como energias de traumas e ressentimentos, sejam neutralizadas pelo Mestre de nossas vidas. Após sentir as energias do Cristo trabalhando em seu corpo físico e na matriz perispiritual, deseje e peça a ativação paulatina de suas percepções superiores, o equilíbrio para as forças primitivas e o funcionamento harmônico das suas expressões na vida. Perceba que Jesus, em um deslumbramento de luzes, se transforma em uma estrela amorosa que vem pousar em seu coração...
Nesse momento, um novo ciclo em sua vida se inicia. Cuide-se bem, e seja feliz!

Referências :
GUYLON, A.C.;HALL, J.E. Fisiologia humana e mecanismo das doenças. Rio de Janeiro:Koogan, 2008.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Rio de Janeiro:FEB,1997.
____. O Evangelho segundo o Espiritismo. Rio de Janeiro: FEB, 1997.
XAVIER, Francisco Cândido. No mundo maior. Pelo Espírito André Luiz. 13.ed. Rio de Janeiro: FEB, 1986.

ICEB - Instituto de Cultura Espírita do Brasil / Ano IV - no 38 - Maio / 2012


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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

AS CURAS DE JESUS


Claudio C. Conti (Doutor em engenharia nuclear e expositor espírita RJ)

Tecer qualquer comentário sobre os atos  de Jesus não é simples, pois seu conhecimento está muito além do que possamos imaginar, portanto, estamos longe de compreender os motivos e processos. Desta forma, o conteúdo deste texto não pretende explicar como Jesus realizava as curas, mas apresentar uma análise com o conhecimento atual.
Tomemos como exemplo os relatos de três curas descritas no livro A Gênese (1) da Codificação Espírita:
11)      Perda de sangue: Uma mulher sofria de hemorragia e tocou a roupa de Jesus sem que ele visse, porém ele percebeu uma diferença distinta daquele toque em meio à multidão.
22)      O cego de Betsaida: Jesus colocou saliva nos olhos de um cego de nascença e, depois aplicou a imposição das mãos. Necessitou repetir o procedimento.
33)      Paralítico:  Jesus disse ao paralítico “Levanta-te e anda!” e assim ele o fez.
No primeiro caso, Jesus não pode ter “impregnado” o fluido com qualidades especificas, pelo simples fato de ele não saber quem o tocou; no segundo, Jesus necessitou de uma ação local e outra no ser como um todo e, no terceiro, precisou apenas verbalizar o comando.
Percebemos claramente que o procedimento não é o mesmo, conclui-se, então, que  a cura utilizando fluidos é mais complexa do que a mera administração de um “medicamento”.
Nesta abordagem, podemos creditar certa “inteligência” ao fluido no sentido deste atuar diferentemente: em algumas situações teria condições de reconhecer como agir; noutros casos teria ação local e, noutros, ainda, ação geral.
Diante das curas realizadas por Jesus, em que sempre afirmava que a fé do paciente é que o havia curado, devemos nos perguntar o quanto é ação do médium, passista ou curador, e quanto é ação do paciente? E, ainda, mais profundamente, o quanto é ação das próprias células?
A ciência atual nos proporciona meios de compreender melhor os processos envolvidos na ação dos fluidos. Os biofótons se caracterizam por radiação eletromagnética emitida por organismos vivos. Todavia, seu conceito vai pouco mais além, podendo ser compreendido como um processo de comunicação celular, carregando consigo informação que regularia o comportamento e a reação  entre as células (2).
Acreditamos, todavia, que a parte perceptível seja apenas a “ponta do iceberg”, isto é, os biofótons seriam decorrente de processos variados, essenciais e imperceptíveis aos sistemas de detecção disponíveis.
O avanço do conhecimento está proporcionando outra forma de compreender os efeitos e comportamento dos fluidos – a nanotecnologia, que desenvolve partículas e robôs extremamente pequenos, na faixa de um milhão de vezes menor que o milímetro. A Nanomedicina (3) visa sua utilização para diagnosticar e tratar doenças de forma “inteligente”, capaz de aplicar o medicamento exatamente no local necessário, sendo mais efetivo e, ao mesmo tempo, minimizando efeitos colaterais. Vários testes já estão sendo realizados em humanos com resultados satisfatórios.
Apesar dos processos de cura e os efeitos dos fluidos serem mais complexos e mais autônomos do que possa parecer inicialmente, o tratamento com esta terapia se torna mais fácil para o médium e para o próprio paciente. Há, portanto, a necessidade de se reavaliarem as práticas de passe, pois a saúde é mais natural para o espírito que a doença.
Em decorrência do que foi apresentado, podemos supor que são as desarmonias geradas ao longo de várias encarnações, devido a comportamento e mente em desalinho, o motivo pelo qual tantas doenças se manifestam no seio da humanidade. Diante disto podemos compreender o porquê de Jesus, após viabilizar a cura do enfermo, dizer: “vá e não peques mais”.

Referências:
(1)    Kardec, Allan. A gênese – Os milagres e as predições segundo o Espiritismo. Tradução Guillon Ribeiro. 36 Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995 P. 316-318.
(2)    Melsert, Rafael. Biofótons na Interação Entre o Espírito e o Corpo Físico.Revista Cultura Espírita. Ano IV, n. 34, p. 16 jan. 2012
(3)    Wang, Yucai; Brawn, Paige; XIA Younan. Nanomedicine : swarming towards the target. Nature Materials 10, 2011, p. 482-483.

 R e v i s t a Cultura Espírita – Nº 45 – ANO IV  - Dezembro 2012


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BIOFÓTONS NA INTERAÇÃO ENTRE O ESPÍRITO E O CORPO FÍSICO




Os seres vivos são considerados como sistemas abertos, pois permanentemente trocam matéria e energia com o ambiente para sustentar a condição vital. No entanto, um fluxo ordenado de comandos é necessário para manter tal intercâmbio. A informação necessária à vida chega aos organismos em forma de luz codificada – os biofótons, de forma a possibilitar a definição e controle de estruturas e processos biológicos. O prefixo bio foi atribuído aos fótons que são emitidos por fontes biológicas.
Os biofótons possuem a mesma natureza de um feixe laser e podem ser observados na faixa que vai do vermelho ao ultravioleta. Eles são emitidos por todas as células vivas, constituindo uma rede dinâmica de interações holográficas a possibilitar que cada célula possua informação imediata sobre o que qualquer outra célula do organismo esteja fazendo. Um único biofóton é capaz de ativar 1 trilhão de reações por segundo em cada célula, enquanto a média é apenas de cem mil reações por segundo.
O médico russo Alexander G. Gurwitsch descobriu os biofótons nos anos 20. Os seus estudos, esquecidos, foram resgatados pelo biofísico alemão Fritz-Albert Popp na década de 70, ao elaborar as bases teóricas e desenvolver experimentos significativos que demonstraram a primazia da atuação do campo biofotônico sobre moléculas e átomos nos processos de integração e comunicação celulares.
Vale ressaltar que a vida na Terra só é possível porque a energia e a informação veiculadas pelos fótons emitidos pelo Sol são introduzidas na base da cadeia alimentar através das reações de fotossíntese. A partir desse nível inicial, os biofótons processam, de uma maneira quântica, a informação e a energia relacionadas à própria essência dos fenômenos vitais, em todas as espécies de seres viventes.
O corpo humano é formado por aproximadamente 75 trilhões de células, cujas ações precisam ser coordenadas em seus aspectos temporais e espaciais para desenvolver atividades fisiológicas adequadas e precisas. O alto grau de ordem e complexidade necessárias à integração de todos esses processos celulares simultâneos não pode ser obtido apenas através do encontro fortuito – favorável – de átomos e moléculas entre si, como propõe o entendimento científico atual. Há a necessidade de um nível hierárquico superior, representado por um campo composto por biofótons, a especificar com detalhes quando, onde e em que sequência as reações bioquímicas vão ocorrer, estabelecendo bases correntes para o funcionamento das células e do organismo como um todo.
Ideias científicas de ponta consideram o campo de biofótons somente em sua interação simultânea e recíproca com o ambiente atômico/molecular existente no interior das células. Esse é o nível máximo visto como coordenação de todas as ações fisiológicas. No entanto, a experiência mediúnica e o corpo teórico que nos é trazido pela dimensão espiritual impõem uma hipótese mais ampla, que também contemple a possível atuação do referido campo na transmissão de informação do Espírito à matéria, em processo complementar à referida coordenação funcional, exercida apenas no plano mais denso.
O campo biofotônico, por possuir natureza Laser e, portanto, ser base de fenômenos holográficos, apresenta todos os parâmetros eletromagnéticos necessários e suficientes para capacitá-lo a sustentar o permanente fluxo de informações entre o Espírito e a matéria.
Mais especificamente, sua ação ocorre justamente na interface que possibilita a comunicação recíproca entre o perispírito e o corpo físico.
Assim, os biofótons podem ser considerados como os agentes que veiculam informações vitais vindas do Espírito para organizar o corpo físico e seu funcionamento. Complementar e simultaneamente, eles conduzem de volta ao Espírito elementos sobre a condição do estado fisiológico instantâneo do organismo, em retroalimentação, consequentemente também informando sobre as funções e estados desarmônicos que sempre se formam ao longo da existência, quer sejam de natureza física, emocional ou mental. E todo o processo acontece em tempo real, considerando que a velocidade de deslocamento da ‘Luz da Vida’ é a dos biofótons que a compõem.
Rafael Melsert é médico e trabalhador espírita (RJ)


Bibliografia básica:
Bajpai, R.P. (2000).  Implications of biophotons and their coherent nature. In: Beloussov,
L., Popp, F.A., Voeikov, V. & van Wijk, R. (Eds.), Biophotonics and coherent systems. Proceedings of the 2nd Alexander Gurwitsch Conference and Additional Contributions, 135-140. Moscow: Moscow University Press.
Beloussov, L.V. & Popp, F.A. (Eds.) (2003). Integrative biophysics. Dordrecht: Kluwer  Academic Publishers.
Ho, M.W., Popp F.A. & Warnke, U. (Eds.) (1994).  Bioelectrodynamics and biocommunication. Singapore: World Scienti c Publishing. Popp, F.A. (2000). Some features of biophotons and their interpretation in terms of coherent states. In: Beloussov, L., Popp, F.A.,
Voeikov, V. & van Wijk, R. (Eds.), Biophotonics and coherent systems. Proceedings of the  2nd Alexander Gurwitsch Conference and Additional Contributions, 117-133. Moscow: Moscow University Press.
Tiller, W.A. (2007). Psychenergetic science: a second copernican-scale revolution. Pavior Publishing, Walnut Creek, California.

JANEIRO 2012 R e v i s t a Cultura Espírita – Nº 34 – ANO IV  - janeiro 2012

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BIOGRAFIA - CESAR LOMBROSO CIENTISTA ESPIRITA

(1835 - 1909)


Lombroso foi um dos maiores médicos criminalistas do século passado. Nasceu em Verona no dia 18 de novembro. Graduou-se em Medicina em Pavia, em 1858, onde recebeu grande influência do anatomista Panizza. Um ano depois de graduar-se em medicina obtém o diploma de cirurgia em Gênova. Aprimorou seus conhecimentos em Viena com o clínico Skoda, e em Pádua com o médico Paolo Marzolo, cuja formação positivista haveria de exercer uma profunda influência sobre ele.

Aos vinte anos, com "A Loucura de Cardano", Lombroso  já delineia os assuntos que vão torná-lo famoso: o contraste entre o gênio do homem e as teorias sobre a natureza degenerativa. Como oficial-médico escreve, em 1859, "Memória sobre as Feridas e as Amputações por Armas de Fogo", ainda hoje considerado um dos trabalhos mais originais da literatura médica italiana. A seguir é atraído, na Calábria, pelos problemas antropológicos e étnicos da região.
Em 1862, em Pavia, inicia um curso de psiquiatria e no ano seguinte transforma-o em curso de "clínica das doenças mentais e de antropologia". Suas frequentes  visitas ao hospital de doentes mentais, onde assiste gratuitamente pacientes, permitem-lhe aprofundar o estudo das relações entre gênio e neurose. "As idéias dos maiores pensadores arrebentam de improviso, desenrolam-se involuntariamente como os atos compulsivos dos maníacos", escreveu. No Congresso Internacional de Antropologia realizado em Milão, várias críticas foram levantadas contra a posição de Lombroso, mas foi reconhecido o seu pionerismo na terapia com os doentes mentais: abrandamento racional do tratamento (até então intolerante), introdução de trabalho manual, conversações com gente de fora, diversões coletivas, diários escritos e impressos pelos próprios pacientes. Era um método novo, hoje empregado pela psicoterapia.

Em 1864, Lombroso ficou internacionalmente conhecido graças ao seu comentadíssimo livro "Gênio e Loucura", traduzido  em vários idiomas e que exerce influência até hoje. Em 1867, escreve "Ações dos Astros e dos Cometas sobre a Mente Humana" e no ano seguinte "Relações entre a Idade, as Posições da Lua e os Acessos das Alienações Mentais", trabalhos recebidos com muitas reservas pelos demais cientistas do ramo. Psiquiatra e diretor do manicômio de Pádua nos anos de 1871 a 1876, Lombroso  coleta dados suficientes para suas teorias. Do exame de centenas de doentes mentais e criminosos, ele chega à conclusão de que o criminoso é formado por alguma tendência básica inerente ao seu destino, e que as "sementes de uma natureza criminal" podem ser muitas vezes identificadas na criança. Acreditava, ainda, que o meio social, aliado às influências astrais, preparasse para a ação criminosa indivíduos cuja natureza fosse anti-social. Em 1876, ele vence o concurso para a cátedra de Higiene e Medicina Legal da Universidade de Turim e neste mesmo ano publica "O Homem Delinqüente", obra muito discutida na época.
Em 1882, em seu opúsculo "Estudo sobre o Hipnotismo", ele ridicularizava as manifestações espíritas mas, convidado pelo prof. Morselli  a estudar melhor o assunto, participou de sessões com a médium Eusápia  Palladino, convencendo-se da veracidade incontestável dos fatos. As pesquisas que fez com essa médium encontram-se no livro da sua autoria "Hipnotismo e Mediunidade".

As obras de Cesar Lombroso trouxeram-lhe fama, acenderam polêmicas e influenciaram muitos legisladores e escritores. Quando vai a Moscou, é em 1897, como participante do Congresso Psiquiátrico, conhece Tolstói, que sabia muito bem das suas idéias acerca do gênio e da loucura. Escritores como Emile Zola e Anatole France também sofreram sua influência. Entre os médicos, merece destaque Kraepelin, um dos maiores classificadores de doenças mentais, que sob a influência de Lombroso escreve acerca da abolição das penas. Legisladores de muitos países, inspirados em suas obras, propõem reformas das leis penais.
Lombroso, sempre fiel ao método experimental, legou aos espíritas um excelente acervo de esclarecimentos sobre a mediunidade e o vasto campo fenomenológico. Homem profundamente honesto defendeu a veracidade do Espiritismo até a sua morte, noticiada com destaque em todo mundo, no dia 19 de outubro de 1909.
Era o final da missão, que no seu caso, iniciada pelo avesso, da posição de ridículo para a de defensor sincero, haveria de fortalecer o movimento espírita pela sua própria inclusão em meio a seus pesquisadores e defensores.

Deus tem muitos caminhos para os homens. Para Lombroso, o caminho foi refazer o próprio caminho, ou seja, sedimentar aquilo que ele, por desconhecimento da realidade agredira, ao formular conceitos equivocados sobre o Espiritismo, retratando-se intimamente e publicamente a posteriori através do imenso trabalho que realizou.

Fonte; http://ensinoespirita.blogspot.com.br/2009/12/cesar-lombroso-cientista-espirita.html

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sábado, 26 de janeiro de 2013

OS FLUIDOS (A GÊNESE, CAPÍTULO XIV)


31.  Como se há visto, o fluido universal é o elemento primitivo do corpo carnal e do perispírito, os quais são simples transformações dele. Pela identidade da sua natureza, esse fluido, condensado no perispírito, pode fornecer princípios reparadores ao corpo; o Espírito, encarnado ou desencarnado, é o agente propulsor que infiltra num corpo deteriorado uma parte da substância do seu envoltório fluídico. A cura se opera mediante a substituição de uma molécula  malsã  por uma molécula  sã. O poder curativo estará, pois, na razão direta da pureza da substância inoculada; mas, depende também da energia da vontade que, quanto maior for, tanto mais abundante emissão fluídica provocará e tanto maior força de penetração dará ao fluido. Depende ainda das intenções daquele que deseje realizar a cura, seja homem ou Espírito. Os fluidos que emanam de uma fonte impura são quais substâncias medicamentosas alteradas.

32. São extremamente variados os efeitos da ação fluídica sobre os doentes, de acordo com as circunstâncias. Algumas vezes é lenta e reclama tratamento prolongado, como no magnetismo ordinário; doutras vezes é rápida, como uma corrente elétrica. Há pessoas dotadas de tal poder, que operam curas instantâneas nalguns doentes, por meio apenas da imposição das mãos, ou, até, exclusivamente por ato da vontade. Entre os dois pólos extremos dessa faculdade, há infinitos matizes. Todas as curas desse gênero são variedades do magnetismo e só diferem pela intensidade e pela rapidez da ação. O princípio é sempre o mesmo: o fluido, a  desempenhar o papel de agente terapêutico e cujo efeito se acha subordinado à sua qualidade e a circunstâncias especiais.

33. A ação magnética pode produzir-se de muitas maneiras: 1º pelo próprio fluido do magnetizador; é o magnetismo propriamente dito, ou magnetismo humano, cuja ação se acha adstrita à força e, sobretudo, à qualidade do fluido; 2º pelo fluido dos Espíritos, atuando diretamente e  sem intermediário  sobre um encarnado, seja para o curar ou acalmar um sofrimento, seja para provocar o sono sonambúlico espontâneo, seja para exercer sobre o indivíduo uma influência física ou moral qualquer. É o  magnetismo espiritual, cuja qualidade está na razão direta das qualidades do Espírito; 3º pelos fluidos que os Espíritos derramam sobre o magnetizador, que serve de veículo para esse derramamento. É o  magnetismo misto,  semi-espiritual, ou, se o preferirem, humano-espiritual. Combinado com o fluido humano, o fluido espiritual lhe imprime qualidades de que ele carece. Em tais circunstâncias, o concurso dos Espíritos é amiúde espontâneo, porém, as mais das vezes, provocado por um apelo do magnetizador.

34. É muito comum a faculdade de curar pela influência fluídica e pode desenvolver-se por meio do exercício; mas, a de curar instantaneamente, pela imposição das mãos, essa é mais rara e o seu grau máximo se deve considerar excepcional. No entanto, em épocas diversas e no seio de quase todos os povos, surgiram indivíduos que a possuíam em grau eminente. Nestes últimos tempos, apareceram muitos exemplos notáveis, cuja autenticidade não sofre contestação. Uma vez que as curas desse gênero assentam num princípio natural e que o poder de operá-las não constitui privilégio, o que se segue é que elas não se operam fora da Natureza e que só são miraculosas na aparência.

Jornal Vórtice ANO II, n.º 09, fevereiro/2010   


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