quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

CARNAVAL NA VISÃO ESPÍRITA

 O Carnaval, conforme os conceitos de Bezerra de Menezes é festa que ainda guarda vestígios da barbárie e do primitivismo que ainda reina entre os encarnados, marcado pelas paixões do prazer violento. Como nosso imperativo maior é a Lei de Evolução, um dia tudo isso, todas essas manifestações ruidosas que marcam nosso estágio de inferioridade desaparecerão da Terra. Em seu lugar, então, predominarão a alegria pura, a jovialidade, a satisfação, o júbilo real, com o homem despertando para a beleza e a arte, sem agressão nem promiscuidade. A folia em que pontifica o Rei Momo já foi um dia a comemoração dos povos guerreiros, festejando vitórias; foi reverência coletiva ao deus Dionísio, na Grécia clássica, quando a festa se chamava bacanalia; na velha Roma dos césares, fortemente marcada pelo aspecto pagão, chamou-se saturnalia e nessas ocasiões se imolava uma vítima humana.

Na Idade Média, entretanto, é que a festividade adquiriu o conceito que hoje apresenta, o de uma vez por ano é lícito enlouquecer, em homenagem aos falsos deuses do vinho, das orgias, dos desvarios e dos excessos, em suma.

A letra da música de Caetano Veloso diz: “atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu”, mas para os espíritas a letra deveria ser modificada para: “atrás do trio elétrico também vai quem já morreu”, porque o Espiritismo nos esclarece que estamos o tempo todo em companhia de uma inumerável legião de seres invisíveis, recebendo deles boas e más influências a depender da faixa de sintonia em que nos encontremos. Essa massa de espíritos cresce sobremaneira nos dias de realização de festas pagãs, como é o Carnaval. Nessas ocasiões, como grande parte das pessoas se dá aos exageros de toda sorte, as influências nefastas se intensificam e muitos dos encarnados se deixam dominar por espíritos maléficos, ocasionando os tristes casos de violência criminosa, como os homicídios e suicídios, drogas lícitas e ilícitas, além dos desvarios sexuais que levam à paternidade e maternidade irresponsáveis, doenças sexualmente transmissíveis, abortos, etc.
Isso acontece tanto com aqueles que se afinizam com os seres perturbadores, adotando comportamento vicioso, quanto com criaturas cujas atitudes as identificam como pessoas respeitáveis, embora sujeitas às tentações que os prazeres mundanos representam, por também acreditarem que seja lícito enlouquecer uma vez por ano.

Mas, do mesmo modo como somos facilmente dominados pelos maus espíritos, quando sintonizamos na mesma freqüência de pensamento, também obtemos pelo mesmo processo, a ajuda dos bons, aqueles que agem a nosso favor em nome de Jesus. Basta, para tanto, estarmos predispostos a suas orientações, atentos ao aviso de “orar e vigiar” que o Cristo nos deu há dois mil anos, através do cultivo de atitudes salutares, como a prece e a praticada caridade desinteressada.
Como disse Carlos Baccelli: “Advertiu-nos o apóstolo Paulo: "Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém". O mal não está tanto na coisa em si; está em como nos conduzimos dentro dela. O carnaval não seria o que é, se não fôssemos o que somos. É natural a presença do jovem espírita em festas e boates; no entanto, ao adentrar uma casa de diversão, ele não pode deixar lá fora a sua condição religiosa, como se tal condição lhe fosse uma capa da qual ele pudesse despir-se à vontade.”

Há quem se isole em grupos religiosos para orar ou pular um carnaval mais cristianizado, onde a alegria não precisa de drogas, sexo desregrado, atitudes desequilibradas.
Então, podemos concluir que, seria bom evitarmos, mas se não for possível, podemos nos divertir, mas nos comportemos como cristãos seja lá onde estivermos. ORAÇÃO e VIGILANCIA é a recomendação sempre atual.

(Compilação de Rudymara retirado do texto da Revista Espírita e do livro Mediunidade na Mocidade de Carlos A. Baccelli)

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

LEON DENIS, OS FLUIDOS. O MAGNETISMO


O mundo dos fluidos, que se entrevê além do estado radiante, reserva à Ciência muitas surpresas e descobertas. Inumeráveis são as variedades de formas que a matéria, tornando-se sutil, pode revestir para as necessidades de uma vida superior.

Muitos observadores já sabem que, além de nossas especulações, além do véu opaco que a nossa espessa constituição ostenta como um nevoeiro em torno de nós, um outro mundo existe, não mais o dos infinitamente pequenos, mas um universo fluídico que nos envolve, completamente povoado de multidões invisíveis.

Seres sobre-humanos, mas não sobrenaturais, vivem perto de nós, testemunhas mudas de nossa existência e só manifestam a sua em determinadas condições, sob a ação de leis naturais, precisas, rigorosas. Importa penetrar o segredo dessas leis, pois, a partir de seu conhecimento decorrerá para o homem a posse de forças consideráveis, cuja utilização prática pode transformar a face da Terra e a ordem das sociedades. É esse o domínio da psicologia experimental, alguns  diriam, das ciências ocultas, ciências velhas como o mundo.

Já falamos dos prodígios efetuados nos lugares sagrados da Índia, do Egito e da Grécia. Não está nos nossos planos aí retornar, mas há uma questão conexa que não poderíamos deixar passar em silêncio, a do magnetismo.

O magnetismo, estudado e praticado em segredo em todas as épocas da História, vulgarizou-se sobretudo desde o fim do século XVIII. As academias de sábios ainda o têm sob suspeita e é sob o nome de hipnotismo que os mestres da Ciência quiseram descobri-lo um século após sua aparição.

“O hipnotismo, disse o Sr. de Rochas,86 até aqui, só estudado oficialmente, é apenas o vestíbulo de um vasto e maravilhoso edifício já explorado, em grande parte, pelos antigos magnetizadores.”

O mal é que os sábios oficiais — quase todos médicos — que se ocupam do magnetismo ou, como eles mesmos dizem, do hipnotismo, geralmente, apenas experimentam com pessoas doentes, com internos de hospitais. A irritação nervosa e as afecções mórbidas dessas pessoas só permitem obter fenômenos incoerentes, incompletos.

Alguns sábios parecem recear que o estudo desses mesmos fenômenos, obtidos em condições normais, não forneça a prova da existência no homem do princípio anímico. É, pelo menos, o que sobressai dos comentários do doutor Charcot, de quem não se negará a competência.

“O hipnotismo, dizia, é um mundo no qual encontra-se, ao lado de fatos palpáveis, materiais, grosseiros, acompanhando sempre a fisiologia, fatos absolutamente extraordinários, inexplicáveis até aqui, que não respondem a nenhuma lei fisiológica e inteiramente estranhas e surpreendentes.
 Ocupo-me dos primeiros e deixo de lado os segundos.”

Assim, os mais célebres médicos confessam que essa questão ainda está para eles cheia de obscuridade. Nas suas investigações, limitam-se a observações superficiais e desdenham os fatos que poderiam conduzi-los diretamente à solução do problema. A Ciência Materialista hesita em aventurar-se no terreno da Psicologia Experimental; ela sente que, ali, se encontraria na presença das forças psíquicas da alma, em uma palavra, a mesma da qual ela negou a existência com tanta obstinação.

Seja como for, o magnetismo, depois de ter sido repelido durante longo tempo pelas corporações sábias, começa sob um outro nome a chamar sua atenção. Mas os resultados seriam de outro modo fecundos se, ao invés de operar sobre histéricos, experimentasse em pessoas sãs e válidas. O sono magnético desenvolve nos indivíduos lúcidos, faculdades novas, um poder de percepção incalculável. O fenômeno mais notável é a visão a grande distância sem o concurso dos olhos. Um sonâmbulo pode orientar-se durante a noite, ler e escrever de olhos fechados, entregar-se aos trabalhos mais delicados e mais complicados.

Outros indivíduos veem no interior do corpo humano, discernem seus males e suas causas, leem o pensamento no cérebro,87 penetram, sem o concurso dos sentidos, nos domínios mais ocultos e até no limiar de um outro mundo. Eles auscultam os mistérios da vida fluídica, entram em contato com os seres invisíveis dos quais falamos, transmitem-nos seus avisos, seus ensinos. Voltaremos, mais tarde, sobre esse último ponto; mas, desde agora, podemos considerar estabelecido o fato que decorre das experiências de Puységur, Deleuze, du Potet e seus inúmeros discípulos: o sono magnético, imobilizando o corpo, anulando os sentidos, restitui a liberdade ao ser psíquico, centuplica-lhe os meios íntimos de percepção e o faz entrar num mundo vedado aos seres corporais.

Esse ser psíquico que, durante o sono, vive, pensa, age fora do corpo, que afirma sua personalidade independente por uma maneira de ver e dos conhecimentos superiores àqueles possuídos no estado de vigília, o que é ele, senão a própria alma, revestida de forma fluídica? Essa alma, que não é apenas uma resultante de forças vitais, do jogo dos órgãos, mas uma causa livre, uma vontade atuante, afastada momentaneamente da sua prisão, planando sobre a Natureza inteira e desfrutando da integridade das suas faculdades inatas? Assim, os fenômenos magnéticos tornam evidentes, não somente a existência da alma, mas também, sua imortalidade; pois se, durante a existência corporal, essa alma se desliga do seu invólucro grosseiro, vive e pensa fora dele, com mais forte razão achará na morte, a plenitude de sua liberdade.

A ciência do magnetismo coloca o homem na posse de maravilhosos recursos. A ação dos fluidos sobre o corpo humano é imensa; suas propriedades são múltiplas, variadas. Numerosos fatos têm provado que, com sua ajuda, pode-se aliviar os sofrimentos mais cruéis. Os grandes missionários não curavam pela imposição das mãos? Aí está todo o segredo dos seus pretensos milagres. Os fluidos, obedecendo a uma vontade poderosa, a um desejo ardente de fazer o bem, penetram em todos os organismos débeis e restituem, gradualmente, o vigor nos fracos, a saúde nos enfermos.

Pode-se objetar que uma legião de charlatães abusa, para explorá-lo, da credulidade e da ignorância do público, gabando-se de um poder magnético imaginário. Esses fatos entristecedores são a consequência inevitável do estado de inferioridade moral da Humanidade. Uma coisa nos consola: a certeza de que não há homem animado de uma simpatia profunda pelos deserdados, de um verdadeiro amor por aqueles que sofrem, que não possa aliviar seus semelhantes através de uma prática sincera e esclarecida do magnetismo.

86 Os Estados Profundos da Hipnose, pelo coronel de Rochas d’Aiglun. (N.A.)
87 “Ele vê (o indivíduo) vibrar as células cerebrais sob a influência do pensamento e as compara às estrelas que se dilatam e se contraem sucessivamente.” (Os Estados Profundos da Hipnose, pelo coronel de Rochas, ex-administrador da Escola Politécnica.)
Desde então o professor Th. Flournoy, da Universidade de Genebra, escrevia: “Basta folhear a literatura médica mais recente para ali encontrar, pela pena de utores insuspeitos de misticismo, exemplos de visão interna. De um lado, psiquiatras franceses acabam de publicar alguns casos de alienados que apresentaram, poucos dias antes do seu fim, uma melhora tão súbita quanto inexplicável, ao mesmo tempo que o pressentimento de sua morte próxima. Do outro lado, o fato de que os sonâmbulos que têm a clara visão de suas vísceras, às vezes, até da sua estrutura íntima; esse fato vem pela primeira vez franquear os limites da Ciência sob o nome de autoscopia interna ou autorrepresentação do organismo; e, por uma divertida ironia da sorte, os padrinhos desse recém-chegado encontram-se entre os que pertencem a uma escola que pretende rejeitar qualquer explicação psicológica desses fatos.” (Arquivos de
Psicologia, agosto de 1903). (N.A.)


 Referencias;

LIVRO;
DEPOIS DA MORTE DE LÉON DENIS CAP. XVII - 3A  EDIÇÃO CELD - RIO DE JANEIRO, 2011 - TRADUÇÃO DE  MARIA LUCIA ALCANTARA DE CARVALHO

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

PIONEIRISMO E OPOSIÇÃO DA IGREJA

 Primeiros espíritas surgiram entre estudiosos do magnetismo; fenômeno das mesas girantes  ocorreu na Bahia

 A partir desta edição de espaço espírita, a pesquisadora, palestrante e articulista Maria Massucatti, de Joinville, passa a apresentar texto exclusivo sobre a História do Espiritismo no Brasil. A cada edição, em ordem cronológica, os fatos da trajetória da Doutrina no País, para brindar os leitores.
• • •
No Brasil, as ideias que darão origem ao Espiritismo remontam às primeiras experiências com o chamado "fluido vital" (magnetismo animal, mesmerismo) por parte dos praticantes da homeopatia, nomeadamente os médicos Benoît Jules Mure, natural de França, e João Vicente Martins, de Portugal, que chegaram ao país em 1840 e o aplicavam em seus clientes. Entre as personalidades que se interessaram pelo estudo do "fluido vital" destacam-se José Bonifácio de Andrada e Silva, o patriarca da Independência, também cultor da homeopatia, e Mariano José Pereira da Fonseca (Marquês de Maricá), que, em 1844, publicou uma obra com ensinamentos de fundo espírita. O grupo mais antigo desses estudiosos e praticantes constituiu-se no Rio de Janeiro, então capital do Império do Brasil, em torno da figura do médico e historiador Alexandre José de Mello Moraes, sendo integrado por Pedro de Araújo Lima (Marquês de Olinda), Bernardo José da Gama (Visconde de Goiana), José Cesário de Miranda Ribeiro (Visconde de Uberaba) e outros vultos do Segundo Reinado.

Em 1845, no então distrito de Mata de São João, Província da Bahia, teriam sido registradas as primeiras manifestações. De acordo com Divaldo Franco, o ano teria sido 1849, tendo se caracterizado por um confronto entre elementos da Igreja Católica e espiritualistas, com a interveniência de força policial.

Já o fenômeno das mesas girantes, popular na Europa, foi noticiado pela primeira vez no país pelo jornal "O Cearense", 1853. Em Salvador, capital da Bahia, foi fundado em agosto de 1857 o Conservatório Dramático da Bahia, do qual participavam, entre outros, personalidades como Rui Barbosa e Luís Olímpio Teles de Menezes. Foi neste grupo que Teles de Menezes travou contato com os estranhos fenômenos, correspondendo-se com espíritas franceses.

Nas páginas da Revue Spirite, sob o título "O Espiritismo no Brasil", Kardec informou aos seus leitores que o periódico "Diário da Bahia", em suas edições de 26 e 27 de setembro de 1865, trouxera dois artigos, tradução em língua portuguesa dos que haviam sido publicados, seis anos antes, pelo Dr. Amédée Dechambre (1812-1886), coordenador de publicação do "Dictionnaire Encyclopédique des Sciences Médicales". Os artigos eram transcrições da "Gazette Médicale", onde aquele médico fizera uma exposição semiburlesca do assunto, referindo, por exemplo, que o fenômeno das mesas girantes e falantes já havia sido referido pelo poeta grego Teócrito (300-250 a.C.), pelo que concluía que, não sendo fenômeno novo, não tinha fundo de realidade.

"Lamentamos que a erudição do Sr. Déchambre"  comentou Kardec -, "não lhe tenha permitido ir mais longe, porque teria encontrado o fenômeno no antigo Egito e nas Índias." Os próprios espíritas da Bahia refutaram imediatamente esses artigos no próprio "Diário da Bahia", na edição de 28 de setembro.
A carta que antecedeu a refutação, dirigida à redação da folha baiana e assinada por Teles de Menezes, José Álvarez do Amaral e Joaquim Carneiro de Campos, leva a supor que o referido jornal só publicara o trabalho do Dr. Déchambre por julgar houvesse nele uma apreciação exata da Doutrina Espírita.

A refutação consistiu num extenso extrato da introdução de "O Livro dos Espíritos", o que levou Kardec a afirmar: "As citações textuais das obras espíritas são, com efeito, a melhor refutação às desfigurações que certos críticos fazem sofrer a Doutrina."

Este episódio é coevo da fundação, naquele mesmo ano 1865, em Salvador, do Grupo Familiar do Espiritismo, por Teles de Menezes. Será este mesmo personagem que orientará, nesse ano, a primeira sessão espírita registrada no país, a 17 de setembro.

No ano seguinte 1866, na cidade de São Paulo, a Tipografia Literária publicou "O Espiritismo reduzido à sua mais simples expressão", de Kardec, sem indicação de tradutor.

Também foi na Bahia que se registrou o início da reação da Igreja Católica, através da pastoral "Contra os erros perniciosos do Espiritismo", de autoria do então arcebispo da Arquidiocese de São Salvador, Manuel Joaquim da Silveira, em 16 de junho de 1867.

Em julho de 1869, em Salvador, iniciou-se a publicação da revista "O Écho d'Alêm-Tumulo", de Teles de Menezes. Em novembro de 1873, fundou-se em Salvador a Associação Espírita Brasileira, continuação do "Grupo Familiar do Espiritismo" e, no ano seguinte, 1874, na mesma cidade, membros dessa associação fundaram o "Grupo Santa Teresa de Jesus".

Foto: Blog espiritismohistoria.blogspot.com.br 
Acima, foto rara de Luiz Olímpio Teles de Menezes, fundador da primeira publicação espírita
do Brasil, o "Eco de Além Túmulo" 

Cida Massucatti
Dirigente dos Samaritanos do Caminho • Joinville
mariamassucatti@uol.com.br

O Jornal dos Espíritas Catarinenses  • Ano XI • Nº 38 • Novembro de 2013 


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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

ESPIRITISMO Ou será científico ou não subsistirá



Prof. Edvaldo Nogueira
Fraternidade Espírita
Nosso Lar • Penha • SC
profnogueira@uol.com.br

Doutrina dos Espíritos, na visão de professor Edvaldo, não pode caracterizar-se como uma simples religião
  
Qual a razão de iniciar este artigo com esta afirmação do eminente professor Denizard Hippolyte Leon Rivail? A propósito, esse é o verdadeiro nome civil de Allan Kardec, o codificador da Doutrina dos Espíritos.

Na minha modesta visão, a mais adequada definição que se pode atribuir à “Doutrina Espírita” é a seguinte: “Ciência, Filosofia Éticomoral de Consequências Religiosas”, como atestaram estudiosos do quilate de Léon Denis, Eurípedes Barsanulfo e Hermínio Miranda, só para citar três brilhantes espíritas. Portanto, não pode caracterizar-se como uma simples religião, como chegam a afirmar afoitamente alguns militantes mal informados.

Por que ciência? Por se enquadrar como tal, ou seja: “Corpo de conhecimentos sistematizados que adquiridos via observação, identificação, pesquisa e explicação de determinadas categorias de fenômenos e fatos formulados metódica e racionalmente”. A ciência espírita, como todas as demais ciências, é progressiva, evolutiva, ainda que contestem alguns espíritas "ortodoxos". E por que a doutrina se identifica como filosófica?
Vejamos o que define Filosofia: “A busca racional dos princípios básicos e fundamentais da vida e do Universo”. A Filosofia tem como axioma fundamental que “nada pode ser e não ser simultaneamente”. Sendo assim, se duas teorias são contraditórias entre si, uma está necessariamente incorreta e a outra não necessariamente correta.

Podemos concluir o quanto ainda necessitamos de estudos, pesquisas, dedicação e disciplina para apreender, compreender, e finalmente, poder praticar a doutrina, com responsabilidade, em nosso próprio benefício bem como do nosso próximo, lembrando
que a maior caridade que podemos fazer pelo Espiritismo é a sua correta divulgação.
E como divulgar com sabedoria e responsabilidade a Doutrina dos Espíritos sem os conhecimentos e princípios filosóficos e científicos que a fundamentam?

E por falar em caridade, o lema que nos chama a atenção,e que com frequência é evocado no movimento espírita é: “Fora da caridade não há salvação”. Primeiramente, vamos analisar o que significa caridade. Conceituando: “Caridade é tudo o que proporcionamos, de nossos próprios recursos, materiais ou não, em benefícios reais ao próximo sem visar a qualquer tipo de compensação, e sem causar-lhe constrangimento ou dependência”.

Alerta a espíritas que pretendem assegurar a própria "salvação"

É lamentável que, em  consequência, provavelmente, da falta de compreensão em relação a esse lema, muitos há, principalmente entre os próprios espíritas, que pretendendo de qualquer maneira assegurar sua própria “salvação”, passam a nutrir esse monoideísmo e dedicam-se exclusivamente a arrecadar recursos materiais junto às pessoas de boa vontade, para “praticar a caridade” aos seus “protegidos”, num processo nocivo de estabelecer e alimentar dependências viciosas que acabam prejudicando-os quanto à oportunidade da auto-realização evolutiva, através do trabalho dignificante que venha suprir suas próprias necessidades. Com tal atitude, desconsidera inconscientemente a sábia recomendação do Mestre Jesus: “Ensine-o a fazer, não faça por ele” ou ainda; “Ensine-o a pescar, não lhe dê o peixe”.

Não sou, absolutamente, contrário a que se pratique a caridade, mas devemos agir com cautela quando nos propomos a ajudar. É claro que não devemos nos omitir diante das dificuldades do próximo, lembrando, porém, que “só podemos dar daquilo que temos, ou seja, dos nossos próprios recursos”.
“Ajude-o a levantar-se, não o carregue nas costas, pois isso não é CARIDADE”.
Deixe-o caminhar com as próprias pernas. O centro espírita deve ser sempre aquele oásis para os viajantes da Vida sedentos de Amor e luz, face às dificuldades do caminho.

Para refletirmos: “Deus move o universo inteiro naquilo que o ser humano é incapaz de fazer, mas não move uma palha naquilo que nos compete resolver”.

Muita paz a todos. Edvaldo


O Jornal dos Espíritas Catarinenses  • Ano XI • Nº 38 • Novembro de 2013 

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